Sem César Cielo, campeão olímpico nos 50 m livre, mas com uma nova estrela, Felipe França, que bateu o recorde mundial dos 50 m peito - marca ainda não homologada -, a seleção brasileira de natação começa nesta sexta-feira a fazer a última fase de sua preparação para o Mundial de Roma.
Antes da competição mais importante do ano, o teste será com o Aberto de Paris, na capital francesa, cujas eliminatórias serão disputadas nesta sexta-feira, com as finais no fim de semana. Dos 28 nadadores brasileiros que cairão na água do Mundial, 27 deles estarão em Paris - Cielo preferiu antecipar sua preparação, nadando o Mare Nostrum.
Sem o campeão olímpico, as maiores esperanças recaem sobre os ombros de França. O nadador de 22 anos ascendeu rapidamente quando quebrou o recorde dos 50 m peito, com 26s89 nas eliminatórias do Troféu Maria Lenk, no Rio, em 8 de maio. Desde então, teve poucos momentos para curtir o feito.
Um dos motivos foi a decisão da Fina de desaprovar o maio usado pelo brasileiro, o Jaked. O outro foi a rápida volta às piscinas para poder manter sua marca e conquistar resultados ainda mais expressivos na distância, que não é disputada nos Jogos Olímpicos.
Deste modo, ele chega à sua primeira competição internacional após o feito e com um novo status, mas com os cuidados para isso não atrapalhar seu desempenho. "O aspecto psicológico é tão importante quanto o físico. Muitos vão estrear num Mundial e outros já estão no primeiro escalão da natação internacional. Esse teste prévio é essencial", explicou o supervisor técnico da CBDA, Ricardo de Moura.
Quem pode ser ajudado por este aspecto é outro nadador de peito, Henrique Barbosa, que detém a segunda melhor marca da história dos 100 m peito, também no Maria Lenk - 59s03, tendo Kosuke Kitajima como recordista, com 58s91. Nesta temporada, o brasileiro vem treinando justamente na França, tendo também competido no país europeu.
Enquanto parte da delegação foi diretamente para a França, nadadores do Minas Tênis Clube, como Thiago Pereira, preferiram fazer um período de treinos na altitude, totalizando 21 dias na Espanha. A aposta foi no ar rarefeito de Sierra Nevada, cidade situada a 2.320.
No caso de Thiago Pereira, que vinha de recuperação de uma fratura na mão esquerda, o esforço é para a disputa dos 200 m e 400 m medley e os 200 m livre.
O técnico Fernando Vanzella, explicou a importância do evento. "Esta competição é realizada pela terceira vez, o que ainda é um úmero pequeno. Porém, ela mostrou pelos resultados ser um evento bastante forte, o que nos motivou a colocá-la na preparação da seleção para o Mundial", analisou ele. "O importante é que reunimos praticamente todos os atletas do grupo. Apesar da natação ser um esporte individual, o fator grupo/equipe influencia bastante."
No time feminino, os destaques brasileiros são nadadoras como Fabíola Molina, atual recordista sul-americana dos 50m e 100m costas, Joanna Maranhão e Gabriela Silva.
Fabíola fez seu trabalho preparatório em San Marino para a competição. "Os treinamentos estão em fase de força e explosão. Tenho feito um trabalho especial de musculação e agora tudo está com mais velocidade e mais dinâmico, pois é a fase que se aproxima da competição", disse ela, sobre os treinos.