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Saretta perde, e Brasil fica mais um ano na 2ª divisão da Davis - 25/09/2006 - UOL Esporte - Tênis
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25/09/2006 - 12h34

Saretta perde, e Brasil fica mais um ano na 2ª divisão da Davis

Paulo Luis Santos
Enviado especial do UOL
Em Belo Horizonte
A recuperação brasileira na Copa Davis, depois do país ter caído para a terceira divisão do torneio, parou no saque forte de Robin Soderling. Nesta segunda-feira, Flávio Saretta pagou caro por começar o jogo em marcha lenta: perdeu para o sueco por 3 sets a 0, com parciais de 6-0, 6-3 e 7-6 (7-4), e, mesmo reagindo no terceiro set, viu o país adversário fechar a série por 3 a 1. Assim, o Brasil vai passar mais uma temporada na segunda divisão da competição. Já a Suécia jogará o grupo Mundial em 2007.

EFE
Saretta é derrotado por Soderling, em jogo que define vitória da Suécia sobre o Brasil
FOTOS DO JOGO EM BELO HORIZONTE
PÁGINA ESPECIAL DA COPA DAVIS
Mesmo contando com o retorno de Gustavo Kuerten ao time, o Brasil ganhou apenas um dos jogos que fez contra a Suécia. Depois de Saretta bater Andreas Vinciguerra em um jogo bastante equilibrado e emocionante no sábado, o país perdeu três vezes seguidas - Soderling venceu Ricardo Mello com facilidade, enquanto Guga e André Sá caíram diante de Simon Aspelin e Jonas Bjorkman nas duplas.

Com a desvantagem de 2 a 1, restava ao time brasileiro ganhar as duas partidas desta segunda-feira. Mas como Saretta perdeu logo no primeiro confronto, os capitães das duas equipes decidiram cancelar o último jogo, entre Mello e Vinciguerra. O quinto jogo foi, então, descartado oficialmente pela Federação Internacional de Tênis.

A derrota desta segunda foi vista pelos brasileiros como mérito do sueco. "O Soderling jogou em nível de top-10 aqui. Temos que aplaudir. Esse é o lado bonito e triste do tênis", elogiou o capitão brasileiro Fernando Meligeni.

Agora, o Brasil vai jogar no Grupo 1 das Américas mais um ano. Deve entrar como cabeça-de-chave - assim como o México, que perdeu a repescagem da Áustria -, e nesse caso só joga em abril. Caso os cabeças-de-chave se confirmem, a seleção "pula" a primeira rodada e briga direto por uma nova vaga na repescagem. Os possíveis adversários são Peru, Colômbia, Canadá e Venezuela.

O jogo
A partida desta segunda começou bem parecida com a de domingo entre Soderling e Mello. O sueco, sacando muito bem e cometendo poucos erros, arrasou o brasileiro no primeiro set. Sem encontrar resistência do rival e da pouca torcida, Soderling aplicou um "pneu" em Saretta, que entrou em quadra fora do jogo.

60/961º serviço59/102
2Aces 1º serviço8
36/60Pontos 1º serviço52/59
36/362º serviço43/48
0Aces 2º serviço0
16/36Pontos 2º serviço19/43
31/102Pontos de devolução44/96
0Dupla falta5
1/15Break Point5/15
83Total115
SARETTA x SODERLING
"Eu não consegui entrar no jogo, e o cara jogou muito bem, ele não me deixou respirar", explicou Saretta. "Não tinha muito o que fazer, ele estava acertando tudo. Eu entrei e dei o máximo possível".

No domingo, após tomar um 6-0 no primeiro set, Ricardo Mello continuou levando um passeio de Soderling. Mas nesta segunda, o sueco encontrou a resistência de Saretta, que a partir da segunda parcial "acordou" e equilibrou o jogo.

No terceiro game, o brasileiro teve uma grande chance de quebrar o saque de Soderling. Saretta conseguiu marcar 0-40 e ter três break pointsa favor, mas eles foram salvos com saques muito potentes do sueco, que cresceu de produção nos momentos em que se encontrou sob maior pressão.

O brasileiro teve então um momento de desatenção, que acabou lhe custando o game seguinte. Em desvantagem, Saretta passou a arriscar mais, e acabou colocando o saque de Soderling outras vezes em perigo, mas sem conseguir a quebra - principalmente por mérito do sueco, inabalável em momentos delicados do jogo. Seguidas vezes, Saretta expressou sua irritação chutando o chão, gritando ou jogando a raquete no chão entre os games. Com isso, o Sueco manteve a vantagem conquistada no início e fechou a parcial em 6-3.

O terceiro set foi muito mais vibrante. O brasileiro começou a jogar muito bem, encaixando grandes passadas e winners em pontos aparentemente perdidos, levantando a platéia. No segundo game, ele fez o que até então parecia impossível: quebrou o serviço de Soderling. Mas o sueco não deixou a torcida belo-horizontina comemorar direito, devolvendo a quebra no game seguinte, quando o brasileiro reclamou do piso: "Que quadrinha", esbravejou.

Mas com o brasileiro motivado no jogo, Soderling caiu de produção, e passou a errar algumas bolas que antes estava encaixando com perfeição. Assim, Saretta chegou a ter cinco set points, mas não conseguiu fechar a parcial. Em uma disputa tensa, que teve torcida 'chamando' bola fora e Soderling acertando lances decisivos na linha, o brasileiro desperdiçou todos os cinco pontos, e viu o rival confirmar o serviço. "Se ele vencesse o terceiro set, ia começar um novo jogo", reconheceu Soderling.

A definição do set acabou indo para o tie-break. E o sueco levou a melhor. Depois de abrir 3 a 0 de vantagem, apenas administrou a diferença para fechar o desempate em 7-4 e ganhar o jogo por 3 sets a 0. "No terceiro set ele começou a jogar muito bem, e foi bem no tie-break. Mas eu também joguei um grande tie-break, foi um nível muito alto", avaliou.

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