Roger Federer confirmou o retrospecto arrasador sobre Andy Roddick em uma vitória recheada de estatísticas notáveis no Aberto da Austrália. Na sua 19ª semifinal de Grand Slam consecutiva, o suíço número 2 do mundo venceu a 16ª e assegurou vaga na decisão pela 18ª vez na carreira, sendo a quarta seguida. Vai disputar o troféu com Rafael Nadal ou Fernando Verdasco, e, se vencer, igualará o recorde de Pete Sampras.
Tudo isso apenas por fazer algo que já se tornou corriqueiro na sua carreira: vencer Roddick. Foi a 16ª vitória sobre o norte-americano, que só consgeuiu vencer Federer duas vezes - uma delas, no último confronto entre os dois, no Masters Series de Miami do ano passado. Mas Grand Slam é outra história, pelo menos para Federer, que está a uma partida de igualar os 14 títulos de Sampras.
O suíço venceu em três sets, com parciais de 6-2, 7-5 e 7-5, com poucas ameaças do adversário, que não quebrou o seu serviço nenhuma vez. "Tive um grande começo, e isso ajudou bastante. Na verdade, acho que fizemos um jogo bem sólido e de alto nível", analisou Federer, que, no entanto, admitiu que teve sorte ao reencontrar o 'freguês' Roddick: "Talvez a chave tenha sido favorável a mim por encontrar Andy nas semifinais, já que eu tenho um recorde tão positivo contra ele".
Menos provável que a vitória de Federer foi o seu número de aces, que superou o de Roddick, famoso por encaixar dezenas de serviços certeiros em uma partida. Desta vez, no entanto, o suíço fez 16 pontos de saque, contra oito do norte-americano. "Isto me poupou de problemas, porque Andy estava retornando bem e jogando agressivamente", avaliou o vencedor.
Federer confirmou que, depois do susto nas oitavas-de-final, quando teve que virar o jogo contra Tomas Berdych após perder dois sets, seu melhor tênis apareceu. A primeira vítima foi o argentino Del Potro, que só levou três games do suíço na partida das quartas-de-final. Agora foi a vez de Roddick apanhar novamente.
Ao se garantir na decisão, Federer aproveitou para questionar as críticas que apareceram após o sufoco nas oitavas-de-final. "Se perco dois sets para Berdych, todos dizem 'Oh, meu Deus, ele não é mais o mesmo'. Aí eu venço o Del Potro e tudo volta ao normal. Mas não é para ser assim. Você não perde a sua melhor forma assim tão rapidamente", explicou. "Agora eu venho de duas boas vitórias, e é aí que eu geralmente começo a mostrar o meu melhor. Quando o torneio se aproxima do fim. E eu acho que isto define um grande jogador", disparou.
Com a vitória, Federer poderá enfrentar o número um Rafael Nadal, no jogo mais esperado do torneio. A partida pode valer não só o título, como também o início de uma reação diante do espanhol, que tirou o suíço do topo no ano passado, após derrotá-lo na final de Wimbledon. Além disso, seria a chance de quebrar uma sequência de quatro vitórias seguidas de Nadal em finais disputadas contra Federer.
Sobre o adversário na decisão, a opinião de Federer segue a lógica: "Gostaria de jogar contra o Fernando [Verdasco] porque ele nunca esteve na final de um Grand Slam, e nisso eu levo vantagem. Contra o Rafa, obviamente, seria mais empolgante porque já temos história em finais", contou o suíço, que decide o título em Melbourne no domingo, a partir das 6h30 (horário de Brasília).
ANÁLISE DO FININHO |
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 | "Está ficando claro que o Federer voltou a sentir prazer e que quer muito voltar a ser o número um". |
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No seu desafio das semifinais, Federer fez valer o seu bom restrospecto diante de Roddick desde o início do jogo, com uma quebra de saque no terceiro game. O primeiro set foi tranquilo para o suíço, que ainda venceu outro game no serviço do norte-americano para fechar em 6 a 2, após 32 minutos.
No segundo set, Roddick entrou em quadra, e manteve o duelo equilibrado até o 11º e decisivo game. Foi quando Federer voltou a quebrar o saque do norte-americano, e depois só precisou confirmar o serviço para vencer por 7 a 5.
Roddick manteve o ritmo no terceiro set, resistindo à pressão de Federer no seu serviço e levando a decisão até o 11º game, de novo. O norte-americano não resistiu á pressão do suíço, cedeu o serviço na série decisiva outra vez, e entregou o jogo para o adversário, que só precisou confirmar o saque para fechar.
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Atualizada às 10h30