O Ericsson 4, comandado pelo brasileiro Torben Grael, chegou nesta quinta-feira em Fernando de Noronha, no litoral brasileiro. O arquipélago marca o único portão de pontuação da primeira etapa da regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race, que começou no dia 11, na cidade de Alicante, na Espanha. A perna inicial da prova vai da Espanha até a Cidade do Cabo, na África do Sul.

O barco do brasileiro foi o segundo a chegar ao arquipélago brasileiro, atrás do novo líder da competição, o barco Green Dragon, comandado por Ian Walker. O terceiro em Noronha foi o norte-americano Puma, comando por Ken Read.

Desde a última sexta-feira, Torben Grael veleja com um tripulante a menos. O regulador de velas Tony Mutter sofreu uma infecção na perna, o problema não regrediu com antibióticos e ele foi deixado em um bote, perto do arquipélago de Cabo Verde, na costa africana - um pesqueiro já aguardava em um ponto de encontro determinado e resgatou o velejador, que foi imediatamente transferido para um hospital.

"Estamos velejando com um a menos e isso torna tudo mais cansativo. Estou dormindo pouco e, além de tomar decisões e ajudar na navegação, tenho também de participar de todas as manobras. Não tenho dormido e estou cansado", explicou Grael, por e-mail do barco, antes de cruzar o portão de Noronha.

Com o resultado do portão de pontuação, Green Dragon, Ericsson 4 e Puma chegaram a seis pontos na classificação geral, embolando a disputa. Outros dois barcos, os espanhóis Telefonica Black (Fernando Etchevarry) e Blue (Bouwe Bekking), vão chegar a Noronha nas próximas horas e cruzar o portão em quarto e quinto lugares, também chegando a seis pontos e embolando a classificação - como o critério de desempate é o resultado da última perna em mar aberto, a classificação é a mesma em que os veleiros cruzaram o portão de Noronha.

Agora, os barcos se dirigem para a África do Sul, enfrentando cerca de 3 mil milhas náuticas (5550 km) até a Cidade do Cabo. Normalmente, os velejadores aproveitam os ventos mais fortes do litoral brasileiro e, de Noronha, descem rumo ao sul e só quando atingem a latitude da Cidade do Cabo, passam a velejar para o leste. "Conheço as águas de Fernando de Noronha, mas meus adversários também conhecem. A partir de Fernando de Noronha é uma nova etapa", afirma o brasileiro.