Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, cheio. Final de Superliga de vôlei em jogo único. Os ingredientes são mais do que suficientes para intimidar e pressionar os novatos. Porém, foram os experientes que potencializaram mais as emoções vividas neste fim de semana e foram das lágrimas às cambalhotas em cerimônias que encerraram a competição nacional.
Uma das mais veteranas da competição feminina, Virna era sem dúvida a mais emocionada. Ex-jogadora da seleção brasileira, a ponteira estava no vôlei de praia quando recebeu um convite do técnico Bernardinho para integrar a equipe do Rexona-Ades, que no último sábado conquistou o sexto título nacional - o quarto consecutivo e diante do rival Finasa/Osasco.
A atleta aceitou o pedido do treinador e foi inscrita na data-limite permitida pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol). Após período de readaptação às quadras, a veterana foi pouco aproveitada porque sofreu uma lesão, mas comemorou muito o título conquistado.
"É um dia muito feliz e triste ao mesmo tempo na minha vida. Estou muito contente por mais um título, mas triste por ter chegado o momento do adeus. Mas este dia chega para todo mundo", disse Virna, com lágrimas nos olhos. Agora, a atleta de 37 anos retornará ao vôlei de praia e deve disputar o Circuito Nacional ao lado de Shaylyn.
O choro de felicidade também foi visto no rosto de Érika. Com passagens pela seleção brasileira, a ponteira era uma das mais emocionadas no lugar mais alto do pódio. As campeãs olímpicas Fabi e Fabiana extravasaram da maneira oposta. Sorridentes, as atletas 'dançavam' enquanto a torcida carioca provocava o rival Finasa com gritos de: "Ooooooo, vice de novo".
O quarto revés seguido em finais de Superliga justamente para o rival Rexona feriu a capitã Paula Pequeno. Melhor jogadora dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, a ponteira pouco pôde fazer para mudar o desfecho da história até por conta de suas dores no joelho. Com o resultado sacramentado, ela subiu ao pódio aos prantos. Sem fazer uma boa partida, a também campeã olímpica Sassá chorou. Rapidamente, o Finasa saiu do palco de premiação direto para os vestiários, sem falar com os jornalistas.
A dor da derrota em pleno Maracanãzinho cheio também pesou para Henrique, que já foi convocado para a seleção brasileira. Sério, o jogador pouco aplaudiu os rivais nas premiações coletiva e individual. No outro extremo aparecem os atletas da campeã Cimed/Brasil Telecom.
Após a volta olímpica, os jogadores se reuniram para dar o tradicional "peixinho" em quadra. Muito empolgado com seu terceiro título pela equipe catarinense, Bruninho deu cambalhotas. Apesar de jovem, o melhor levantador da Superliga já possui uma medalha de prata olímpica em seu currículo. Chamados para compor a seleção brasileira no ano passado e agora para a Liga Mundial, Éder e Lucão fizeram questão de registrar todos os momentos da premiação.
Ao entrar em quadra para a cerimônia, os centrais fotografaram o ginásio, a torcida da Cimed, os jornalistas e todos os premiados individualmente, além do elenco catarinense, claro. Jogador mais velho da Superliga, Kid também se divertiu na premiação. Sempre acompanhado pela empolgada filha, o ponteiro de 38 anos comemorou bastante o título.