O técnico José Roberto Guimarães vê o encerramento das atividades do Finasa/Osasco como bastante prejudicial para o trabalho na seleção brasileira feminina de vôlei. O técnico que comandou o time na campanha da medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim mostrou-se surpreso com o fim da equipe.

"O que eu conheço de vôlei, essa era a melhor estrutura que já existiu no Brasil. Fico amargurado porque com essa decisão perde o vôlei como um todo, perde também a seleção brasileira. Fico preocupado com o que essas jogadoras vão fazer no futuro", afirmou Zé Roberto em entrevista ao Sportv, nesta terça-feira.

A diretoria do Finasa anunciou na noite da última segunda-feira que não investirá mais na equipe profissional que alcançou o vice-campeonato as Superliga no último fim de semana. A notícia pegou as jogadoras de surpresa, uma vez que muitas delas já estavam em férias e não houve nenhum comunicado prévio. O Finasa afirma que vai manter o investimento apenas nas categorias de base.

O treinador Zé Roberto já comandou o time do Finasa/Osasco, chegando a fazer a final da edição de 2005 contra o Rexona, que era comandado por Bernardinho. O atual técnico da equipe feminina do Brasil levou a melhor e alcançou o tricampeonato da Superliga na ocasião. Este foi o último título do Finasa na competição nacional.

Este ano, o Finasa/Osasco fez um grande investimento para a Superliga e contava com quatro atletas que conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008: Thaísa, Sassá, Carol Albuquerque e Paula Pequeno. O frustração do alto investimento e a derrota na final teriam colaborado para a decisão da diretoria do Finasa.

O técnico da seleção se mostrou especialmente preocupado com o futuro das jogadores que atuavam na equipe e com os desdobramentos que a notícia pode ter no vôlei brasileiro. "Isso pode fazer com que as jogadoras busquem outros horizontes. Nós conseguimos repatriar nossas jogadoras e isso foi bom para o crescimento do nosso", afirmou o treinador que se preocupa com o papel do Finasa na renovação do vôlei. "A minha preocupação é mais com as jogadoras no Brasil, com o aparecimento de jogadoras mais novas. É uma noticia que realmente abala e muito os alicerces do vôlei feminino".