Há muito tempo o Brasil não conta com tantos 'aliados' para minar as pretensões europeias na Liga Mundial de vôlei. A seleção brasileira masculina, sozinha, foi capaz de derrubar os gigantes do Velho Continente por cinco anos consecutivos. Na 20ª edição da competição, os comandados de Bernardinho veem o crescimento do 'exército' não-europeu e a possibilidade mais clara de uma inédita final entre países americanos.
A participação de seleções que não pertencem à Europa cresceu neste ano graças ao retorno à fase final de Cuba, que não brigava pelo título desde o bronze obtido em 2005. A heroica classificação argentina também amplia as chances latinas. Comandados por Javier Weber, os
hermanos alcançaram sua segunda vaga na etapa decisiva na história da competição - a primeira foi em 1999, quando o país foi a sede. O feito só foi obtido na última rodada, quando os sul-americanos venceram dois confrontos diretos contra a França e terminaram na vice-liderança do mesmo grupo da Sérvia (classificada por abrigar o torneio).
"Neste ano tem essa melhor distribuição, mudou um pouco na relação com o continente, mas as chaves condicionam isso", afirmou o técnico Bernardinho ao
UOL Esporte. Dono da melhor campanha na primeira fase, o Brasil está no grupo F, ao lado de Cuba e Argentina. As duas seleções latinas, aliás, fazem o jogo de abertura da fase final, às 12h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira, data em que os brasileiros não atuam.
"Estamos felizes por estar aqui. Será muito bom para a Argentina jogar contra os melhores do mundo. Não somos favoritos a nada, até porque meu grupo ainda está em desenvolvimento. Só posso dizer que entraremos concentrados na primeira partida contra Cuba e decidiremos tudo contra o Brasil", falou Weber, em coletiva de imprensa.
Pelo grupo E, a anfitriã Sérvia recebe os atuais campeões olímpicos e da Liga, os Estados Unidos, às 15h30 (Brasília), também nesta quarta. Nesta chave, a folga é da seleção russa.
"A chave de lá vai ser muito equilibrada. Os EUA fizeram uma boa primeira fase mesmo em processo de reestruturação. Tem um levantador experiente e o Stanley [carrasco do Brasil na Liga Mundial e nos Jogos de Pequim-2008] está aí. A Rússia chega forte, porque além do bom time, vem embalada pela classificação em cima da hora. A Sérvia é a atual vice-campeã e com o apoio da torcida pode complicar", analisou Bernardinho.
Mesmo em maioria nas fases finais das últimas Ligas, a Europa não sobe ao lugar mais alto do pódio desde 2002 - quando a Rússia superou o Brasil em pleno Mineirinho, em Belo Horizonte. De 2003 a 2007, o Brasil foi campeão, mesmo estando praticamente sozinho contra a esmagadora presença europeia.
Recentemente, o Brasil lutou quatro vezes sozinho contra os representantes do Velho Continente, em 2002, 2003, 2004 e 2006. No ano passado, o título ficou com os Estados Unidos em competição com a presença de três europeus (Sérvia, Rússia e Polônia) e um asiático (Japão), além do Brasil.