Embora a partida deste domingo no Maracanãzinho fosse uma reedição da final olímpica, a expectativa era que o Brasil confirmasse sem maiores problemas seu favoritismo diante da jovem seleção norte-americana. Mas, contrariando os prognósticos, as visitantes deram muito mais trabalho do que o esperado e estiveram à frente em diversos momentos do jogo. Ainda assim, as comandadas de José Roberto Guimarães mantiveram o controle e, ainda que longe de uma apresentação impecável, fecharam com 3 sets a 0, (parciais de 25-18, 25-22 e 25-13), sustentando a invencibilidade do país no Grand Prix 2009 com três vitórias em três confrontos.
Formado por titulares com média de idade inferior a 24 anos, o time norte-americano dirigido pelo técnico Hugh McCutcheon apresentou bom volume de jogo, com sistema defensivo de muita qualidade, uma líbero incansável (Davis) e atacantes promissoras.
Do outro lado, embora as campeãs olímpicas tenham tido performance aquém do esperado, fizeram o suficiente para vencer o jogo. Destaque para a oposta Natália, que entrou no lugar de Sassá nos três sets e deu conta do recado.
Encerrada a primeira rodada do Grand Prix, a seleção brasileira embarca neste domingo, às 19h, para Macau, onde disputará a segunda etapa do campeonato. Lá, enfrentará a Tailândia, na sexta-feira, a Polônia, no sábado, e terá a temida China pela frente, no domingo. Na terceira e última semana, o Brasil jogará em Mokypo, na Coreia do Sul. As finais serã disputadas em Tóquio, entre os dias 19 e 23 de agosto.
O jogo Antes da partida, Zé Roberto já alertava para o forte sistema defensivo dos Estados Unidos, e foi isso que se viu no início do primeiro set. Além de aproveitar as falhas de recepção e contra-ataque das brasileiras, as norte-americanas chegavam no bloqueio em quase todos os ataques das donas da casa. Foi assim que elas abriram 0-2.
Destacado na vitória sobre a Alemanha, o bloqueio brasileiro não estava conseguindo encontrar as atacantes americanas, principalmente a oposta Fawcett e as ponteiras Richards e Larson. Do outro lado, porém, a muralha crescia, e num bloqueio de Larson em cima de Sheilla, os EUA abriram três pontos (7-10).
A virada brasileira veio no ponto que levou o set ao segundo tempo técnico. Em bola dividida na rede, Thaísa ganhou de Akinradewo e fez o 16º do Brasil. Após o intervalo, Mari e Sheilla acertaram dois contra-ataques consecutivos, e a vantagem brasileira pulou para três pontos (18-15). A diferença aumentou ainda mais com dois bons saques de Natália (23-18), que havia acabou de entrar no lugar de Sassá, e o time da casa fechou o set com 25-18 justamente com um fortíssimo ataque de fundo da jovem ponteira brasileira.
O Brasil começou o segundo set embalado por dois aces seguidos de Sheilla e conseguiu abrir três pontos de vantagem (4-1), mas a recuperação norte-americana não demorou a acontecer. Com quatro pontos consecutivos, incluído um rali muito longo com belas defesas, as visitantes tomaram a dianteira do placar (4-5) e acabaram chegando ao primeiro tempo técnico na frente (7-8).
Quando as americanas abriram dois pontos (9-11), Zé Roberto pediu tempo pela primeira vez. As brasileiras melhoraram em quadra, mas o time visitante continuou à frente por um ponto. A virada veio apenas na reta final, e com a colaboração direta de duas reservas. Joycinha, que havia acabado de entrar no lugar de Sheilla, conseguiu um bloqueio. As americanas ainda defenderam, mas no contra-ataque, Natália, que havia substituído Sassá, 'achou petróleo' na quadra adversária, como se diz no jargão do voleibol (20-19).
As estrangeiras voltaram a crescer, e Sassá e Sheilla retornaram à quadra. E foi com dois pontos da oposta que o Brasil fechou o set com 25-22.
O time brasileiro voltou para a terceira etapa com uma modificação em relação aos sextetos anteriores: Natália no lugar de Sassá. Mesmo perdendo um pouco da qualidade do passe, o time se mostrou mais veloz no ataque, também por conta da conversa longa que Zé Roberto teve com Dani Lins no intervalo antes do set.
Mais uma vez, a parcial começou parelha. O Brasil, porém, logo abriu três pontos de vantagem (8-5). Com um bloqueio muito mais bem postado e eficiente, o volume brasileiro apenas aumentou, fazendo crescer a diferença para seis pontos ao longo do set (13-7).
Zé Roberto aproveitou para dar ritmo de jogo às outras reservas. Carol Gattaz substituiu Thaísa, Regiane entrou no lugar de Mari e Dani Lins deu lugar a Ana Tiemi. Depois, bastou apenas administrar a vantagem para fechar o set com fáceis 25-13 e assegurar a terceira vitória no Grand Prix 2009.