A evolução mostrada pela renovada seleção japonesa ao longo do Grand Prix já estava clara à distância, mas nesta sexta-feira, a seleção brasileira teve oportunidade de ver o bom jogo das asiáticas frente a frente em Mokpo, Coreia do Sul. Aproveitando-se do fato de suas novas jogadoras serem muito altas e da já tradicional defesa incansável, o time do Japão impôs respeito e chegou a vencer um set, mas as comandadas de José Roberto Guimarães conseguiram manter o controle e fecharam a partida com 3 sets a 1, parciais de 25-12, 25-19, 15-25 e 25-13.
Com a vitória, o Brasil, além de estender sua invencibilidade no GP para sete jogos e se manter na liderança com 14 pontos, ainda garantiu vaga nas finais do campeonato, que serão disputadas entre quarta-feira e domingo da semana que vem em Tóquio. O Japão, por sediar a fase decisiva, também já está classificado.
Apesar de cometer vários erros no ataque, Mari foi a maior pontuadora do jogo com 18 acertos, seguida de Natália, com 17. Entretanto, o destaque da partida foi Thaísa, que teve performance muito linear e conseguiu nada menos do que sete pontos de bloqueio, entre seus 15 pontos totais. O bloqueio, por sinal, voltou a ser uma das maiores armas brasileiras. Foram 16 pontos neste fundamento.
Apesar de já ter vaga para as finais, o Brasil ainda fará dois jogos pela fase classificatória. Amanhã, o time enfrenta a Alemanha, às 3h30 (horário de Brasília), em reedição de partida que aconteceu há duas semanas no Rio de Janeiro. Já no domingo, as brasileiras encaram as anfitriãs da Coreia do Sul às 5h30.
O jogoAparentemente amedrontadas por enfrentar o líder do Grand Prix, as japonesas demonstraram respeito demais pelas campeãs olímpicas no primeiro set. Muito focadas em quadra, as brasileiras não deram a menor chance para as asiáticas. O time verde-amarelo entrou em quadra com Dani Lins e Sheilla, Mari e Natália, Fabiana e Thaísa, além da líbero Fabi (que se recuperou de uma entorse no tornozelo). Zé Roberto ainda testou uma inversão com Ana Tiemi e Adenízia, que atuou como oposta pela ausência de Joycinha, cortada para a rodada sul-coreana, e as trocas funcionaram. Sem maiores dificuldades, o Brasil fechou o primeiro set com 25-12.
Demonstrando o que estava por vir nos sets seguintes, o Japão voltou para a segunda parcial mais tranquilo no jogo, acertando melhor a marcação sobre as atacantes brasileiras. Mais exigidas, as sul-americanas deram conta do recado e voltaram a fechar, agora com 25-19.
Toda a tranquilidade dos dois primeiros sets foi para o espaço na terceira parcial. Depois de manter-se encostado ao Brasil no placar até o primeiro tempo técnico, o Japão aumentou seu volume de jogo e deslanchou no marcador. A primeira grande diferença, de quatro pontos (15-11), veio com uma série combinada de erros da arbitragem e da recepção brasileira. Zé Roberto colocou Sassá no lugar de Mari e trocou Fabiana por Carol Gattaz, mas as trocas não mudaram o panorama da etapa.
Em seu segundo pedido de tempo - fato raro neste Grand Prix -, Zé Roberto deu uma grande bronca nas brasileiras, dizendo que ninguém deveria provar nada a ele. O sermão pouco resolveu, e com falhas na recepção e no contra-ataque, que tentava fugir do grande bloqueio das centrais japonesas, o Brasil acabou perdendo o set por 25-15.
Para a quarta etapa, o time brasileiro voltou à quadra com as mesmas titulares dos outros sets e a mesma concentração demonstrada no início do duelo. De cara, a equipe abriu 2-0 em dois fortes ataques de Fabiana e Mari. A vantagem foi mantida até a primeira parada técnica, quando o Brasil fez 8-6 em um bloqueio simples de Thaísa.
Após o intervalo, a diferença brasileira só aumentou, chegando a incríveis 11 pontos (21-10). Voltando a usar Sheilla, que até então estava sumida no jogo, Dani Lins distribuiu melhor as bolas e aproveitou a força de suas jogadoras de ponta e o bom aproveitamento das centrais. Adenízia e Ana Tiemi entraram em quadra, e com essa formação, o Brasil fechou em 25-13, assegurando a vitória.