Mini-Superliga. Assim tem sido chamado o Campeonato Paulista 2009, que começa neste sábado. Das 16 equipes inscritas (oito de cada naipe), nada menos do que sete têm vaga assegurada na Superliga 2009/2010, outras duas deverão receber convites da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e ao menos quatro ainda estão na briga para entrar no campeonato.

Além disso, o Estadual deste ano está estrelado como nunca, aproximando-se dos tempos áureos da competição. Ao todo, 16 atletas que integram atualmente as seleções brasileiras adultas estarão na competição, entre eles Giba, Escadinha, Mari, Sheilla e Thaísa, sem contar outros que já passaram pelos combinados ou estão provisoriamente afastados, casos de Fofão, Carol, Jaqueline, Marcelinho, Gustavo e Anderson, entre outros.

"É um campeonato maior, mais concorrido e com mais 'galácticos'", resumiu bem o gerente de esportes do Brasil Vôlei Clube, ex-Santander/São Bernardo. "São excelentes equipes, até mesmo aquelas que não têm grandes estrelas. Vejo um vôlei muito competitivo, com equipes experientes e bons projetos".

No torneio masculino, três equipes despontam como favoritas ao título: Sesi, Pinheiros/Sky e Brasil Vôlei Clube. Com uma base formada a partir da extinta Tigre/Unisul/Joinville, o Sesi, comandado por Giovane Gávio, aposta justamente no entrosamento de seu elenco, aliado à chegada de jogadores como Murilo e Sidão. A forte base levou o time ao título da Copa São Paulo, na semana passada, primeiro torneio do ano.

"Acho que o Sesi é favorito agora, porque eles começaram a preparação antes", opinou o meio-de-rede Gustavo. Integrante da galáctica equipe do Pinheiros, o central admitiu que ele e os companheiros estão em desvantagem no início da temporada, já que o elenco, apesar de estrelado, foi montado de última hora.

"Ficamos mais realistas [com o terceiro lugar na Copa SP] e percebemos que não somos esse time todo que todo mundo está falando. Nosso time foi o último a ser montado, o último a começar a treinar. Agora estamos tentando acelerar nossa preparação para conseguir chegar um pouco melhor no Paulista", comentou.

O principal problema do time paulistano foi justamente aquele que o levou a ser chamado de 'galáctico'. Apesar de ter Marcelinho e Gustavo, a equipe ainda não pode contar com Giba, que está na seleção, e com Rodrigão, que estava com o combinado e acabou se machucando. Sem Dante, Escadinha e Marlon, o Brasil Vôlei Clube sofre do mesmo problema.

A ausência dos selecionáveis, por sinal, deve marcar a primeira parte do Paulistão. A seleção feminina está disputando o Grand Prix e tem outros dois torneios pela frente até setembro. Já o time masculino começa a disputar neste final de semana o Sul-Americano.

Entre as equipes femininas, o forte Blausiegel/São Caetano, sem Mari e Sheilla, deve ser um dos principais afetados. Mais do que ele, porém, só o Osasco, que cedeu nada menos do que cinco atletas para o time de José Roberto Guimarães. Não à toa, as duas equipes dividem o favoritismo do Estadual com o Pinheiros, que manteve boa parte do elenco da temporada passada.

"Vamos ter dois campeonatos dentro de um. No começo vamos usar essas jovens jogadoras que foram campeãs com a seleção infanto-juvenil. Depois teremos a volta das seis jogadoras que estão na seleção", analisou Luizomar de Moura, técnico do Osasco. "Neste primeiro momento, o time a ser batido é o Pinheiros, que usará a mesma base da Superliga".

Previsto para durar até novembro, o Paulistão ainda poderia contar com a ausência das estrelas até a reta final, uma vez que as seleções terão torneios até o fim do ano. Entretanto, a FPV (Federação Paulista de Voleibol) já pediu ajuda à CBV para amenizar os estragos. "Já conseguimos com a CBV que os principais atletas da seleção masculina sejam dispensados da Copa América [em outubro]", revelou Renato Pêra, presidente da FPV.

*Colaborou Roberta Nomura