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Lutadores da equipe de MMA do Bope treinam com a paisagem do Rio como cenário

Lutadores da equipe de MMA do Bope treinam com a paisagem do Rio como cenário

28/01/2012 - 12h00

Policiais do Bope organizam grupo com 'atletas de elite' para competir no MMA

Rodrigo Teixeira
Do UOL, no Rio de Janeiro

Os policiais do Bope levam, há 34 anos, os lemas “Vá e Vença” e “Força e Honra” em suas ações de combate à violência pelo estado do Rio de Janeiro, mas desde agosto do ano passado é no octógono do MMA que os “caveiras” treinam uma equipe para competir em lutas da modalidade.

Entre os 20 policiais que treinam para representar o Brasil em competições de MMA, quase todos são graduados em jiu-jítsu, muay thai ou luta livre, condição fundamental para se formar a equipe de lutadores.

Assim como muitas as outras modalidades, o MMA foi introduzido no Bope em 2000 para diversificar a rotina de treinamento de defesa pessoal dos policiais. E a idéia de se formar uma equipe foi concretizada em 2011, depois de uma edição do Shooto (modalidade de luta) no quartel do Bope.

Hoje, os atletas da corporação treinam três vezes por semana, mas o principal foco não é competir em campeonatos com a chancela do Ultimate Fighting Championship (UFC), mas sim usar a luta como atividade física. O esporte no batalhão é principalmente utilizado como ferramenta de trabalho para auxiliar na defesa pessoal dos próprios policiais.

BOPE SEDIOU EVENTO DE MMA

O Bope realizou uma noitada de MMA dias antes do UFC Rio, em agosto de 2011. Com o Shooto Brasil, os policiais foram homenageados e alguns lutadores do batalhão entraram no ringue representando a corporação no Rio
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“Um dos alicerces da corporação é a prática esportiva. Os policiais têm experiência em artes marciais. Há uma necessidade que a tropa atue usando seu corpo como uma 'ferramenta', evitando o uso de arma de fogo. Estamos aliando a rotina do batalhão com a de atletas, e contamos com a ajuda de lutadores de peso como André Pederneiras, Rogério Minotouro e Rodrigo Minotauro, que treinam e frequentam o nosso quartel”, explica o porta-voz do Bope, capitão Ivan Blaz.

Para o faixa preta de kickboxing, luta livre e treinador da equipe de MMA do Bope, cabo André Felix, conciliar a profissão com a paixão pelo esporte é fácil. Os policiais do batalhão levam para as competições as lições e técnicas aprendidas no treinamento da tropa de elite Polícia Militar. Os "caveiras" já se preparam no dojô do Batalhão de Operações Policiais Especiais para fazer bonito no próximo Shooto, em 25 agosto deste ano.

“Com o crescimento do MMA no Brasil e no mundo, ficou mais fácil formar uma equipe. A tradição do Bope de ensinar em seus cursos de ações táticas as várias técnicas de lutas ajudou muito na formação dos nossos lutadores. Queremos participar de grandes competições no futuro, mas a nossa maior missão é manter a segurança”,  diz o cabo Felix, que está na tropa há 12 anos.

Muitos dos atletas do Bope iniciaram a prática esportiva antes da vida militar. É o caso do soldado Fernando Dias. Antes de ingressar no batalhão, há 2 anos, o soldado também já era graduado em luta livre.

No Bope, Fernando aprendeu a aliar a disciplina, a concentração e o raciocínio rápido do treinamento policial com as lutas. “Eu pratico a luta livre há 7 anos e trouxe essa minha paixão ao Bope. No batalhão, aprimoramos a nossa técnica”, conta Fernando.

  • Rodrigo Teixeira/UOL

Padrinhos famosos

Projeto social será estendido para sua outra sede do Bope

Na atual sede da tropa de elite, em Laranjeiras, na zona sul Rio, jovens da comunidade Tavares Bastos têm a chance de aprender jiu-jitsu e muay thai. A idéia do Bope é levar essas oficinas também para a nova sede, que fica próxima ao Complexo da Maré. “Além dos jovens atendemos as pessoas da 'melhor idade', temos de servir a população. Além de competir no karatê, judô, atletismo, surfe e até rúgbi, nossos policiais ajudam a formar cidadãos”, diz o capitão Ivan Blaz.

Se hoje o Bope surge como uma promessa no MMA, vale ressaltar o apoio que tiveram dos irmãos Nogueira, Rogério Minotouro e Rodrigo Minotauro, José Aldo e Anderson Silva. Rodrigo Minotauro, por exemplo, doou R$ 7 mil para construção do tatame para o treino dos “caveiras”.

O dojô (local de treino) do Bope foi batizado com o nome de “Irmãos Nogueira”. “Todos os atletas que nos apóiam deram sua contribuição de alguma forma, essa é uma vitória para nós e também para a população que vem aqui praticar aulas, e utiliza esse espaço, é um projeto maior”, revela o capitão Ivan Blaz, porta-voz do Bope.

Outra realização para tropa é a confirmação de campeonatos nos moldes do ‘Fight for the Troops’, evento realizado pelo UFC nos quartéis americanos e que terá o modelo importado dos Estados Unidos, país onde isso já é uma realidade.

“A ideia é a mesma, a integração social, e todo o valor arrecadado pelo evento será aplicado na reabilitação e apoio a policiais acidentados em combate. Essa é a nossa vontade, em breve poderemos ter novidades”, diz Blaz.

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