Cerca de seis mil torcedores do Cruzeiro, de acordo com estimativa da Polícia Militar de Minas Gerais, se concentraram em frente ao Ginásio do Cruzeiro, no Barro Preto, um dos pontos de venda de ingresso para a decisão a Libertadores, entre Cruzeiro e Estudiantes, na quarta-feira, às 21h50, no Mineirão. O número de pessoas nas filas chegou a dificultar o trânsito de veículos na região.
A Rua Ouro Preto teve seu trânsito impedido para os veículos, por causa da aglomeração de torcedores que tentava adquirir sua entrada. Na Avenida Augusto de Lima, o trânsito fluía lentamente, por causa das pessoas que deixavam as caçadas e invadiam uma das pistas.
A venda no local começou nesta segunda-feira, às 9h. Segundo o major Mauro Lúcio Alves, comandante do Batalhão de Polícia de Eventos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), responsável pela segurança no local, os ingressos devem se esgotar naquele ponto ainda na parte da tarde, antes do horário previsto para 17h. "O número de pessoas é infinitamente superior à quantidade ingressos disponíveis", afirmou o oficial.
Ele admite que a reação dos torcedores que não conseguirem comprar suas entradas preocupa a Polícia Militar. "Quando acabarem os bilhetes, muitos torcedores aqui ficarão insatisfeitos, então, isso é causa de preocupação para nós, porque isso pode gerar reações", salientou.
Durante a manhã desta segunda-feira, alguns atritos ocorreram no local, mas, de acordo com o major Mauro Alves, foram controlados. Segundo o comandante, torcedores rivais passaram pela avenida no início da manhã e provocaram os cruzeirenses, que reagiram com pedradas, mas ninguém ficou ferido.
A previsão da PM sobre o esgotamento dos bilhetes preocupa os torcedores que chegaram nesta segunda-feira ao local de vendas. Mas, apesar da extensão da fila, muitos deles afirmam que ficarão no local até que seja confirmado o término das vendas.
É o caso de Geraldo Faustino, de 57 anos. O torcedor saiu de Ipanema, a 360 quilômetros de Belo Horizonte, junto com o filho Maurício, para tentar garantir o ingresso. Os dois chegaram à fila às 8h da manhã.
"Estamos com esperança de ainda conseguir. Vamos ficar firmes aqui até as pernas aguentarem ou até pararem de vender. E se não tiver jeito aqui nós vamos atrás, em outro lugar", disse Faustino.
As estudantes Gabriela Mota e Aline Rodrigues, de 17 anos, chegaram às 8h30h. "Tem que ter esperança até o fim. Se não tiver jeito, vamos tentar comprar na mão de cambistas depois. Vale tudo para ver o Cruzeiro na final", afirmou Aline.
O estudante Guilherme Roca, de 23 anos, engrossa o coro. "É uma oportunidade única. Vamos ficar aqui o tempo que precisar, enquanto ainda tiver ingressos à venda. Ficaremos até amanhã se precisar. O tamanho da fila assusta, mas não vamos desistir", disse.
Guilherme acompanha o amigo James Bloxham, de 25 anos, que é neozelandês e quer as entradas para assistir ao seu primeiro jogo de futebol no Brasil. "Meus colegas são cruzeirenses, e eu me identifiquei com o escudo e as cores do time, que me lembram a bandeira do meu país. Não poderia haver melhor oportunidade para ir um estádio aqui primeira vez", afirmou.