Os últimos dois dias foram marcantes na vida de Sidnei Lobo. Auxiliar e companheiro de Mano Menezes, o ex-volante perdeu o pai, José de Espírito, na sexta-feira. Foi ao velório em São Miguel Paulista e ficou na dúvida se trabalharia no jogo do Corinthians diante do Ceará. Falou com o treinador e foi convencido a ir ao Pacaembu. Não se arrependeu.
O auxiliar ganhou dois presentes. O primeiro foi a confirmação do acesso corintiano à elite do Brasileiro após a vitória sobre o Ceará por 2 a 0. O segundo, uma homenagem do elenco a seu pai. "Na nossa oração os jogadores se lembraram do 'seo' José e fizeram uma homenagem. Eu me emocionei muito. Não esperava", contou Sidnei ao
UOL Esporte, com os olhos cheios de lágrima durante toda a entrevista.
A conversa que o fez ir ao estádio aconteceu horas antes do jogo. Pela manhã, Sidnei ligou para Mano e perguntou se deveria estar no Pacaembu. O treinador respondeu. "Acho que você deve ir. É preciso tocar a vida." A frase de Mano e uma conversa recente com o pai motivaram o auxiliar.
"Precisei tomar a decisão rapidamente. E me lembrei de uma conversa que tive com meu pai na semana em que estive no hospital com ele. Falamos sobre atitudes como essa. Tenho certeza que ele gostaria que eu estivesse no Pacaembu", recordou.
A certeza de Sidnei vem principalmente da paixão que o pai tinha por futebol e do orgulho que sentia pelo filho realizado. Afinal, 'seo' José sempre quis ver um membro da família (composta por seis filhos e quatro filhas) ter sucesso no esporte. Ele era um entusiasta do esporte.
"Ele sempre foi apaixonado por futebol. Tanto que fundou em 1995 um time para crianças de 10 a 15 anos em São Miguel, chamado Paulistinha. Ele e um amigo, o Patrô, levavam os uniformes e a bola para a garotada. O time existe até hoje", revelou Sidnei.
O hoje auxiliar-técnico, inclusive, fez o pai "virar a casaca". São-paulino, 'seo' José não teve problema quando o filho iniciou a carreira no clube do Morumbi. "Mas desde que saí do São Paulo, em 1995, ele passou a torcer pelos times em que eu trabalhava. Ele virou até corintiano quando vim para cá", completou Sidnei. "Meu pai foi um exemplo para mim e tenho certeza que ele estaria feliz hoje", completou.
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