Em grande parte da entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, até quando analisou o equilíbrio do futebol nacional o técnico Dunga ressaltou a importância do tempo de trabalho. Entretanto, ele terá apenas dois dias para preparar a seleção brasileira antes do amistoso contra Portugal, no dia 19 de novembro, em Brasília.
O elenco da seleção brasileira se apresentará apenas na segunda-feira, dois dias antes do jogo contra Portugal. Com isso, Dunga reverá um dos desafios que julga mais problemáticos na carreira de um treinador.
"Acho que a safra atual da seleção é boa, mas o ponto essencial é treinamento. Dez anos atrás, não muito mais, você tinha 30 ou 50 dias de preparação na seleção brasileira. Hoje tem 15, no máximo", comparou Dunga.
O comandante apontou o tempo de trabalho como um diferencial em competições de longo prazo: "A cada rodada do Campeonato Brasileiro, três pontos mudam tudo. As equipes estão em boas condições, os jogadores se entregam, e às vezes esse é um diferencial que um treinador pode extrair até de um time que está mais embaixo na tabela".
A mesma lógica amparou a análise de Dunga sobre as partidas disputadas no futebol europeu. "Você vê partidas de grande nível na Liga dos Campeões, mas os jogadores não têm o mesmo rendimento depois. A diferença é que lá eles têm mais tempo", ponderou.
Uma das principais razões para o treinador brasileiro valorizar tanto o tempo de trabalho é o processo de formação dos jogadores no país. Com a ascensão cada vez mais precoce ao time profissional, Dunga entende que o trabalho dos comandantes é mais importante para a afirmação dos atletas.
"Antes os jogadores subiam com 18 anos e eram exceções; o normal era isso acontecer aos 22 ou 23 anos. Hoje em dia, eles chegam ao time profissional com 17 ou 18 anos, sem um complemento do trabalho que é necessário na base. Precisamos de tempo para fazer atividades e compensar isso", argumentou Dunga.
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