Superstições e fé são mais do que comuns no esporte. Mas, em Roma, capital italiana, a proximidade do Vaticano faz com que isso seja ainda mais forte. Que o diga César Cielo. Não satisfeito com meses de treinos e forte preparação para o Mundial de Roma, o nadador brasileiro preferiu contar com uma ajuda da fé para tentar conquistar o ouro nos 100 m livre. Deu certo.
O detalhe é que o técnico de César Cielo, o australiano Brett Hawke, fez um favor especial para o brasileiro: levou seus óculos de piscina para serem mergulhados em água benta no Vaticano.
O "banho" do equipamento aconteceu na quinta-feira. "Eu levei os óculos com que ele nadou hoje para o Vaticano. Não era necessariamente importante para mim, mas para ele significou bastante", comentou o treinador, sobre sua pequena missão.
Com ajuda divina ou não, César Cielo mostrou que é o melhor nadador nas provas de velocidade atualmente. Ele faturou o ouro e cravou o recorde mundial dos 100 m livre, com o tempo de 46s91. Deixou para trás Alain Bernard, que já havia nadado abaixo de 47s, em marca não homologada pela Fina.
Brett Hawke analisou a prova e afirmou que a saída do bloco pode ter ajudado Cielo a bater o francês. "O César é muito rápido na largada. E em provas rapidas, isso é muito importante. O Bernard não tem uma largada boa e acho que sofreu com isso", analisou ele.
O recorde de Cielo é o 13º recorde mundial da natação brasileira. Maria Lenk foi a primeira, em 1939, quando bateu o recorde dos 400m peito (6min15s80). Um mês depois, baixou o tempo dos 200m peito (2min56s90). Desde então, foram outras 11 marcas mundiais brasileiras, em piscina longa e curta.