O Brasil não tomou conhecimento do fato da Sérvia e Montenegro jogar em casa a fase final da Liga Mundial masculina de vôlei. Na tarde desta sexta-feira, com um público decepcionante na Arena de Belgrado, a seleção venceu por 3 sets a 1, com parciais de 25-21, 23-25, 26-24 e 25-21. No sábado, o Brasil fará uma das semifinais do torneio contra Cuba. Já a Sérvia jogará contra a Polônia.
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Giba ataca durante estréia do Brasil nas finais da Liga Mundial contra a Sérvia |
Esta foi a sétima vitória seguida da seleção brasileira sobre a Sérvia desde que o time europeu conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000. A conquista, quando o país ainda se chavama Iugoslávia, serviu de inspiração para o técnico Bernardinho.
Mas inspirado mesmo esteve o bloqueio brasileiro, que parou o forte ataque da Sérvia. Foram 20 pontos no fundamento, que ajudou muito o sistema defensivo. Assim, o temor de Bernardinho de que o passe brasileiro não saísse perfeito acabou não se concretizando. Com a bola na mão, o levantador Ricardinho distribuiu bem o jogo, principalmente com o ponta Giba e o oposto André Nascimento.
Para superar a altura do adversário, o ataque brasileiro não encarou o bloqueio sérvio. A maioria dos pontos foi conseguida com largadinhas ou bolas exploradas.
André Nascimento terminou a partida como o maior pontuador, com 19 pontos. No lado da Sérvia, o jogador mais poderoso no ataque foi Ivan Miljkovic, com 18 pontos.
"Foi um bom treino de passe. Fazia tempo que a gente não jogava contra uma equipe que sacava tão forte", disse Bernardinho.
O jogoApesar de ter pouco valor, a partida começou com bastante catimba. Já na hora do aquecimento brasileiros e sérvios se desentenderam. E o primeiro set chegou a ficar parado por alguns instantes após uma série de reclamações sobre o posicionamento dos jogadores.
PÚBLICO DECEPCIONANTE |
A Arena de Belgrado, palco das finais da Liga Mundial, é um ginásio muito moderno. Mas estava vazio no primeiro dia de disputa dos torneios. Apenas 7970 torcedores foram ver o confronto entre Brasil e Sérvia e Montenegro, os dois últimos campeões olímpicos, deixando um certo ar de abandono no ginásio que comporta 20 mil pessoas.
Na semana passada, o Brasil teve um público parecido em seus jogos contra a Venezuela. O Divino Braga, em Betim, recebeu 8 mil torcedores em cada um dos dias da despedida da seleção antes da viagem para Belgrado. O ginásio estava lotado e barulhento.
Na Arena de Belgrado, a torcida sérvia não conseguiu contagiar o time. Os torcedores vaiaram bastante a seleção brasileira, principalmente quando Giba ou André Nascimento iam sacar. Do outro lado, apenas Nikola Grbic ganhou um carinho especial da torcida, principalmente da ala feminina.
Barulho e animação ficaram por conta da torcida da Polônia. Um grupo de 20 pessoas passou o jogo inteiro contra Cuba gritando e incentivando a equipe, que conseguiu a vitória por 3 sets a 2. |
Com a bola em jogo, o equilíbrio durou até o primeiro tempo técnico. Os dois times contaram com força máxima. O Brasil entrou em quadra sem surpresas, com Ricardinho, Giba, Dante, André Nascimento, Gustavo, Rodrigão e o líbero Escadinha. Já a Sérvia teve as estrelas Nikola Grbic, Andrija Geric e Ivan Miljkovic, poupados durante boa parte da fase inicial da Liga.
O bloqueio brasileiro foi o destaque do primeiro set. Foram quatro pontos no fundamento que fizeram com que a seleção abrisse uma vantagem de 11-8, obrigando o técnico da Sérvia, Ljubomir Travica, a pedir tempo.
O Brasil passou então a administrar o placar. Após dois erros seguidos, Bernardinho pediu tempo. O time entendeu o recado e voltou mais aceso para a quadra, fechando a o set em 25-21, após um toque na rede de Miljkovic.
O segundo set foi bem mais equilibrado. A Sérvia passou a usar uma tática parecida com a do Brasil, fugindo do bloqueio. Assim, as bolas começaram a cair na quadra brasileira.
Mesmo assim, o Brasil chegou a abrir três pontos de vantagem no meio da parcial (14-11), com um ace de André Nascimento em uma bola de sorte, que tocou na fita e matou a defesa sérvia. Entretanto, os donos da casa logo empataram, num ataque de Goran Vujevic.
E a Sérvia contou com um erro do Brasil para passar à frente do marcador (22-21). Bernardinho resolveu mexer no time, colocando Anderson e Marcelinho nos lugares de André Nascimento e Ricardinho. Mas a mudança não deu resultado, e a Sérvia venceu por 25-23, com um ataque de Grbic.
O Brasil sentiu o baque e voltou pior no terceiro set, permitindo que a Sérvia abrisse quatro pontos de diferença (8-4). A bronca de Bernardinho no tempo técnico deu resultado, e a seleção empatou (10-10) com um bloqueio duplo de Rodrigão e André Nascimento.
ESTATÍSTICAS |
| Sérvia | Brasil |
Pontos | 91 | 99 |
Ataques | 47 | 47 |
Bloqueios | 9 | 20 |
Saques | 5 | 4 |
Erros do adversário | 30 | 28 |
A partir daí, só deu Brasil. Um ace de André Nascimento deixou a seleção com três pontos de vantagem (15-12). A Sérvia voltou a encostar no marcador, mas não evitou a vitória brasileira por 26-24, num erro de ataque de Aleksandar Mitrovic.
O quarto set começou com novo domínio da Sérvia. Ivan Miljkovic, com um ace, colocou os anfitriões na frente (3-0). Bernardinho pediu tempo, mas o time continuou vendo a Sérvia jogar. A diferença chegou a cinco pontos (6-1) antes da reação brasileira.
A passagem de André Nascimento no saque levou o Brasil de volta ao set, com a seleção empatando a parcial (6-6). O equilíbrio seguiu por todo o set, até o Brasil fechar em 25-21, com Anderson explorando o bloqueio.
"Gostei muito da partida. Sempre um jogo contra a Sérvia é dessa forma. Soubemos jogar com tranqüilidade, principalmente quando eles forçaram o saque", disse o capitão Ricardinho.
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