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Brasil vence Cuba, bate recorde e vai à final da Liga Mundial - 09/07/2005 - UOL Esporte - Vôlei
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09/07/2005 - 13h54

Brasil vence Cuba, bate recorde e vai à final da Liga Mundial

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
Em Belgrado (Sérvia e Montenegro)
Divulgação/FIVB 
Giba supera o bloqueio cubano na vitória que colocou o Brasil na decisão
A experiência brasileira prevaleceu sobre a juventude cubana. Neste sábado, o Brasil garantiu vaga na final da Liga Mundial masculina de vôlei ao vencer Cuba por 3 sets a 1, com parciais de 25-18, 25-19, 22-25 e 25-23, em uma hora e 37 minutos, na Arena de Belgrado. Assim, a seleção consegue uma marca histórica: é a primeira a disputar cinco finais seguidas da Liga.

O Brasil tentará o seu quinto título da Liga neste domingo, contra Sérvia e Montenegro, às 14h (de Brasília). A seleção conquistou o campeonato em 1993, 2001, 2003 e 2004. Além disso, foi vice em 1995 e em 2002. Cuba disputará o terceiro lugar contra a Polônia.

Esta foi a segunda vitória do Brasil na fase final da Liga. Na sexta-feira, a equipe bateu a Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1. Para a seleção cubana, o jogo representou a segunda derrota. Na estréia desta fase a equipe caiu diante da Polônia por 3 a 2.

Neste sábado, o Brasil precisou usar toda a sua técnica para vencer o forte ataque cubano. O bloqueio voltou a funcionar, mas o passe teve mais dificuldade de sair do que no jogo contra a Sérvia. E o time ainda contou com tardes inspiradas do ponta Giba, do oposto André Nascimento e do meio-de-rede Rodrigão. Já Cuba concentrou o seu jogo em Raidel Poey.

ELEMENTO SURPRESA
A entrada de Henry Bell no time de Cuba no final do segundo set mudou a dinâmica do jogo. O Brasil, que dominava a partida com certa tranqüilidade, acabou encontrando problemas com o saque e forte do jogador.

Nos dois últimos sets, Bell marcou 13 pontos, sendo o maior pontuador da equipe nestas parciais. Assim, ele dividiu as atenções da defesa brasileira, que estava concentrada principalmente em Raidel Poey.

"Nós tínhamos poucas informações desse número 12 (Bell). Isso dificultou muito a marcação em cima dele", disse o técnico Bernardinho.
"Uma semifinal é sempre muito difícil. Ainda mais contra Cuba, que é um time perigoso. Eles apresentaram um ataque muito forte e um saque potente, mas soubemos suportar isso bem", disse o capitão Ricardinho.

O jogo
Cuba mostrou ser um time vibrante e ousado, que não teve medo de bater forte no Brasil. Entretanto, a equipe sentiu falta de maior experiência internacional. O time foi formado em 2003 e até hoje não tinha disputado uma fase final de torneios importantes.

A partida começou tensa, com os atletas se provocando. E o Brasil, desde o início do set, ficou na frente do placar. Um bloqueio de Gustavo deixou a diferença em dois pontos (4-2), número que Cuba não conseguiu diminuir.

Com mais variedade de jogo, o Brasil controlou as ações. E ainda teve no bloqueio o seu ponto positivo. Com dois pontos seguidos do fundamento, feitos por André Nascimento e Dante, a diferença subiu para cinco pontos (13-8).

COMANDANTES DIVERGEM
Ricardinho, capitão, e Bernardinho, técnico, têm opiniões diferentes sobre o que a seleção precisa fazer nestas últimas horas antes da decisão da Liga. Leia mais
O técnico de Cuba, Roberto Garcia, resolveu arriscar, colocando para o saque Oriol Camejo. E a tática deu certo. Com dois serviços excelentes, o time cubano diminuiu a diferença (20-17). Mas o Brasil deu o troco na mesma moeda. André Nascimento sacou forte três vezes e a seleção fechou em 25-18, com Dante explorando o bloqueio.

O segundo set foi bem mais equilibrado. Cuba conseguiu escapar da marcação brasileira, colocando mais a bola no chão. O Brasil, embora não tenha se defendido tão bem, mostrou virtude no ataque, impedindo que Cuba tomasse conta do jogo.

Assim, as duas seleções se alternaram na liderança do marcador. O jogo ficou empatado até 19-19, quando a experiência e a técnica brasileira fizeram a diferença. O time usou um leque variado de jogadas e, contando até com a sorte, marcou seis pontos seguidos, fechando a parcial em 25-19 com um ataque de meio de Gustavo.

ESTATÍSTICAS
BrasilCuba
Pontos9785
Ataques5955
Bloqueios135
Saques31
Erros do adversário2224
O terceiro set voltou a ter equilíbrio. Roberto Garcia colocou Henry Bell no lugar de Yasser Portuondo. A mudança deixou os cubanos com ainda mais a força no ataque, complicando a defesa brasileira. O quase imarcável Poey, explorando o bloqueio, colocou Cuba três pontos à frente (14-11).

O técnico Bernardinho pediu tempo e consertou a equipe, que chegou ao empate (14-14) após uma paralela para fora de Poey. Mas Cuba não se abateu, voltando a ficar com boa vantagem (20-16). Desta forma, os caribenhos fecharam o set em 25-22, com um ataque de meio de Odelvis Dominico.

GIBA SÓ PENSA NA FINAL
Giba foi o maior destaque do Brasil na vitória Cuba, com 19 pontos. Mesmo com a boa atuação, ele precisou de poucos minutos para "esquecer" a partida e já se concentrar na final deste domingo. Leia mais
No quarto set, o Brasil começou melhor. Na passagem de Rodrigão pelo saque, a seleção abriu dois pontos de diferença (5-3), com dois ataques de André Nascimento. Cuba virou (10-9) em um ataque de Poey pelo meio, mas Gustavo, em um bloqueio, deixou o Brasil de novo na frente (13-12).

A parcial seguiu nesta troca de liderança até o Brasil conseguir fechar em 25-23, ganhando o jogo por 3 sets a 1. "O jogo foi duro. Tudo para a gente é assim, brigado até o último ponto", disse o líbero Escadinha.

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