Fale com UOL Esporte

Envie sua sugestão ou crítica para a redação do UOL

   

Outros canais de comunicação UOL

UOL - O melhor conteúdo
Derrotas nas categorias de base acendem alerta na seleção brasileira - 18/11/2008 - UOL Esporte - Vôlei
UOL Esporte Vôlei
 
18/11/2008 - 08h00

Derrotas nas categorias de base acendem alerta na seleção brasileira

Roberta Nomura
Em São Paulo
Após o fim de um ciclo olímpico, a palavra de ordem é renovação. Com aposentadorias confirmadas, a seleção brasileira masculina passará pelo processo atenta à ascensão de um vizinho, que tem pretensões de enfraquecer a hegemonia tupiniquim em um futuro próximo.

Alexandre Arruda/CBV/Divulgação
Equipe juvenil da Argentina tem sobrinhos e filhos da geração mais vitoriosa do país
Alexandre Arruda/CBV/Divulgação
Seleção da Argentina do infanto-juvenil, categoria que o Brasil nunca havia perdido
BRASILEIRO PODE VIRAR ARGENTINO
BERNARDINHO VAI A WORKSHOP
LEIA OUTRAS NOTÍCIAS DE VÔLEI
A Argentina ficou de fora dos Jogos de Pequim, ao perder o Sul-Americano e viu a Venezuela conquistar a inédita classificação olímpica, sob o comando do técnico brasileiro Ricardo Navajas. Sem sucesso no Pré-olímpico Mundial, os hermanos permaneceram longe da maior competição esportiva do planeta, fato que não acontecia desde 1992.

Para não repetir o fiasco deste ano, a Feva (Federação de Vôlei Argentino) anunciou a mudança de técnico, com a chegada de Javier Weber. O ex-levantador terá futuramente à disposição duas gerações vitoriosas que obtiveram feitos históricos em 2008 nas categorias de base.

Os argentinos desbancaram o Brasil nas finais dos Sul-Americanos juvenil e infanto-juvenil, ambos disputados em território verde-amarelo. Para dimensionar o peso das derrotas, é importante lembrar que o último título continental juvenil dos argentinos havia sido conquistado em 1982. No infanto-juvenil, o Brasil nunca tinha perdido nenhuma das 15 edições do Sul-Americano.

"É um sinal de alerta bem importante. É preciso avaliar o que tem sido feito na base e cada um de nós, em suas funções dentro da seleção, temos que tentar detectar onde está o problema e olhar para frente. Para ver o que deve ser feito e não comprometer as gerações futuras", afirmou o técnico da seleção brasileira Bernardinho ao UOL Esporte.

Campeão da Liga Argentina nas últimas duas temporadas, o levantador brasileiro William Arjona disse que futuramente os argentinos podem causar problemas à hegemonia do Brasil no continente. "Alguns destes jogadores da base jogam aqui. É uma boa geração. Eles têm bons jogadores, que vão surgir e dar trabalho, ainda mais comandados pelo Weber, que para mim é o melhor treinador disparado", analisou. Eleito o melhor jogador no último ano, o paulistano trabalha com o técnico argentino no clube Drean Bolívar.

A nova safra argentina tem o sangue da geração mais vitoriosa do país, que conquistou o bronze olímpico em Seul-1988. São os casos, por exemplo, de Nicolas Uriarte e Facundo Conte. O filho de Jon Uriarte, que comandava o selecionado principal, foi eleito o melhor jogador, levantador e sacador no Sul-Americano juvenil, conquistado ao lado do filho de Hugo Conte.

"O Nicolas Uriarte joga aqui na Argentina, mas é novo ainda. E para levantador tem aquela história do vinho. Quanto mais velho melhor. Ele tem muito potencial, mas precisa de ritmo de jogo e aprender manhas. Eu fiz um amistoso contra ele. Temos que esperar para ver, mas o que dá para reconhecer desde cedo é que ele tem talento", opinou Arjona.

O Brasil tem colaborado para o crescimento recente da Liga Argentina com a exportação de jogadores. Arjona engorda a lista de brasileiros que debandaram para o país vizinho em 2006/2007, ano em que outros 22 atletas tupiniquins seguiram mesmo o caminho.

Segundo dados da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), a temporada de 2005/2006 registrou o maior número de transferências dos últimos cinco anos, com 37 brasileiros atravessando a fronteira. O aumento em relação ao ano anterior foi enorme, já que em 2004/2005, apenas um atleta do país havia optado pela Argentina. Os números, no entanto, vêm sofrendo uma queda gradual. Em 2007/2008, 21 atletas atuaram no país vizinho. Até a semana passada, 16 brasileiros deixaram o Brasil rumo ao território ao lado.

Para Arjona a queda pode ser associada à nova determinação da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) de restringir em dois o número de estrangeiros em quadra por equipe. "Essa lei é uma incógnita e tem afetado nas transferências. Tem muita gente preocupada. Aqui na Argentina não tem muitos estrangeiros em quadra no mesmo time. Os clubes devem ter três no máximo, mas um vai dançar. Aqui no meu time estão preocupados, porque tem eu, o Wallace e o Badá [todos brasileiros]", revelou. Já o caminho inverso não tem sido muito comum. Nos últimos cinco anos, apenas Marcos Milinkovic, que defendeu a Unisul em 2003/2004, e Jeronimo Anibal Bidegain, na Ulbra de 2005/2006, vieram para o Brasil.

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host