Acumular as funções de técnico da seleção brasileira masculina de vôlei e o comando do Rexona-Ades não tem sido um problema para Bernardinho, que ainda encontra tempo para conciliar outra atribuição. Sem compromissos com a equipe nacional até o final do ano e com uma pequena pausa na Superliga feminina, o treinador aproveita o tempo 'livre' para participar do 2º seminário "A Função Social do Esporte", nesta quarta-feira.
Embora tenha afirmado durante a última Liga Mundial que dirigir a seleção e um clube no Brasil era muito desgastante, o treinador sinaliza para a permanência em seus cargos, além de seguir à frente do Instituto Compartilhar. "Vou continuar conciliando os três. Às vezes me falta tempo, mas estou cercado por pessoas competentes que conseguem suprir minhas ausências", afirmou ao
UOL Esporte.
O Instituto Compartilhar, de Bernardinho, formou uma parceria com a Unilever e o Instituto Esporte e Educação, da ex-jogadora Ana Moser, que mantém desde 1997 o Programa Rexona-Ades - Esporte Cidadão em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Ao todo, cerca de 70 mil crianças já foram atendidas ao longo dos 11 anos de programa.
"Minha vida é bastante agitada, tem sido assim há bastante tempo. Nas equipes de alto rendimento como a seleção e o Rexona, tenho a pressão pelos resultados. O Instituto me dá o lado do equilíbrio, nas dimensões mais reais de vida. Tentamos criar níveis de excelência para crianças que não tinham acesso. Mais do que detectar grandes potenciais era criar acessibilidade, criar a paixão", explicou Bernardinho.
Classificado para a final do primeiro turno da Superliga, o Rexona só retorna à quadra no domingo, data da decisão. O treinador aproveita para se juntar a especialistas na área para falar sobre o projeto no Paraná. "Conseguimos formatar aquilo que era só uma idéia e um sonho há 12 anos. Não estamos buscando atletas de alto rendimento. O mais importante é dar a oportunidade de sonhar. Ser algo, alguém que sonha em ser a Fabi ou o Giba. Isso gera a criação de um sonho e a criança sabe que a disciplina o levará lá. Ela passa a desenvolver conceitos, através de dinâmicas, trabalha a auto-estima", contou.
Além da participação de Bernardinho, o seminário terá a exposição de outros trabalhos que associem o esporte à função social. A expectativa é que cerca de 300 pessoas participem do evento, que terá a presença do professor doutor João Batista Freire.