Em uma partida marcada por jogadas altamente velozes dos dois lados, o Brasil venceu neste sábado a Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1, com parciais de 25-19, 15-25, 25-22 e 25-12, e se classificou pela segunda vez consecutiva para a final do Campeonato Mundial masculino de vôlei. O adversário deste domingo, às 19h30 (8h30 de Brasília), será a Polônia.

"Foi um jogo de muita pressão. As duas equipes não conseguiram jogar o seu melhor voleibol, mas em se tratando de uma semifinal o resultado foi excelente", disse o líbero Escadinha.

A vitória sobre os sérvios consolidou uma rotina. Desde que Bernardinho assumiu a seleção brasileira, em 2001, a equipe subiu ao pódio em todas as competições que disputou. No Mundial, o time garantiu a sua 19ª medalha.

O time também segue com uma campanha impressionante em semifinais. Nos últimos cinco anos, o Brasil foi derrotado apenas uma vez nesta fase da competição, para a Venezuela, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-03.

Neste sábado, em um ginásio praticamente vazio, a Sérvia mostrou que está cada vez mais parecida com o Brasil. Jogando com velocidade, a equipe européia confundiu a marcação do bloqueio brasileiro.

O Brasil também abusou das bolas rápidas, principalmente para Giba e André Nascimento. Assim, o jogo teve poucos ralis, com os ataques levando a melhor no confronto contra as defesas.

"Para mim é natural essa bola de velocidade. Faço isso há dez anos, sempre com o passe estourado eu acelero a bola na saída da rede", disse o levantador Ricardinho.

As duas seleções começaram a partida usando bastante os seus opostos. André Nascimento, pelo Brasil, e Ivan Miljkovic, pela Sérvia, viraram a maioria dos ataques.

O equilíbrio em quadra durou até o segundo tempo técnico. Uma bola de Giba na ponta e outra de André Nascimento explorando o bloqueio deixaram a seleção brasileira com quatro pontos de vantagem (19-15).

A Sérvia não conseguiu mais reagir na parcial. E o Brasil fechou o set em 19 minutos após um erro de saque do sérvio Miljkovic.

A seleção brasileira não soube aproveitar o bom momento no set seguinte. Errando bastante no passe, a equipe viu a Sérvia logo abrir seis pontos no marcador (8-6).

A diferença saltou a nove pontos (17-8) quando Gustavo foi bloqueador. Sem reação, os brasileiros apenas viram os sérvios fecharem o set em 25-15, em 19 minutos.

O Brasil reagiu no terceiro set, voltando a equilibrar o jogo. Embora o bloqueio ainda tivesse dificuldade em marcar a Sérvia, o passe ao menos se acertou. Com a bola na mão, Ricardinho conseguiu acionar os atacantes em melhores condições.

Em nenhum momento, a equipe brasileira deixou a Sérvia comandar o placar. Giba, explorando o bloqueio, deixou a diferença em três pontos (10-7).

No lance seguinte, após grande defesa de Escadinha, André Nascimento marcou mais um ponto para o Brasil. Na comemoração, Escadinha e Ricardinho, que discutiram na partida contra a Bulgária na quarta-feira, literalmente rolaram juntos no chão.

Assim, com essa vibração, o time foi administrando o marcador. E fechou o set com Dante, após grande levantamento do líbero Escadinha.

No quarto set, a Sérvia só conseguiu equilibrar as ações até o primeiro tempo técnico. Dois bloqueios de Gustavo, entretanto, deram uma folga de dois pontos para o Brasil (9-7).

A seleção conseguiu a tranqüilidade no set logo em seguida, com dois ataques de Giba pela ponta e um ace de Gustavo. Com 14-10 no placar, o Brasil desestabilizou a Sérvia. A seleção marcou três pontos seguidos no bloqueio e ampliou ainda mais a vantagem.

Antes de acabar o jogo, o Brasil brindou a pequena torcida com uma jogada plástica. No penúltimo ponto, praticamente na linha de saque, Ricardinho fez um levantamento, de costas, para André Nascimento atacar na saída da rede.

O lance rendeu aplausos do público e vibração intensa na quadra. Depois, em um ataque para fora da Sérvia, a seleção brasileira ganhou o jogo em 25-12.

"Começamos um pouco tensos, mas conseguimos jogar um bom voleibol a partir do terceiro set", elogiou o técnico Bernardinho.

O Brasil chega assim pela terceira vez a uma final de Mundial. Além do título conquistado quatro anos atrás, na Argentina, a equipe tem um vice-campeonato, obtido em 1982, após uma derrota na decisão para a União Soviética, também na Argentina.