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08/07/2011 - 12h00

Desorganização da Copa pode fazer Prefeitura gastar mais com estádio do Corinthians

Gustavo Franceschini
Em São Paulo
  • Andrés, presidente corintiano, fez lobby por isenção e agora pode recebê-lo mesmo sem abertura

    Andrés, presidente corintiano, fez lobby por isenção e agora pode recebê-lo mesmo sem abertura

A Prefeitura pode gastar dinheiro além do necessário no estádio do Corinthians. Pronta para pagar parte de um estádio apto para receber a abertura da Copa do Mundo, a cidade de São Paulo vai aprovar os incentivos fiscais às pressas, antes da decisão da Fifa. A medida, que não é vista como ideal, pode desperdiçar dinheiro público caso a entidade não escolha o Itaquerão, mas evita que o atraso na obra prejudique ainda mais o cronograma.

O Itaquerão deve custar R$ 1 bilhão e contar com cerca de R$ 300 milhões em isenções fiscais justamente por ser construído para a abertura da Copa do Mundo de 2014. Como Gilberto Kassab liberou os incentivos independentemente do local receber o jogo inaugural, a cidade pode gastar além do necessário com o projeto. Tudo porque o cronograma para a competição está extremamente apertado.

O projeto de lei que está na mesa do prefeito de São Paulo prevê isenção de até R$ 420 milhões para o Corinthians por meio da venda de Certificados de Incentivos de Desenvolvimento (CID’s), que devem render R$ 300 milhões. Inicialmente, o texto previa que o clube só seria beneficiado se fizesse um estádio “apto a receber a abertura”.

Na Câmara Municipal, o projeto foi alterado e exigiu-se que o Itaquerão recebesse a abertura para receber os benefícios. Na última quinta, no entanto, Gilberto Kassab confirmou que vai vetar o artigo e avalizar os incentivos independentemente da decisão da Fifa.

A Prefeitura, oficialmente, segue apostando que vai ser eleita para o jogo inaugural. “Para São Paulo só é interessante [a concessão de incentivos] se for para brigar pela abertura”, disse Gilmar Tadeu Ribeiro, secretário municipal de articulação para a Copa de 2014.

Só que condicionar a concessão à escolha da Fifa atrasaria ainda mais o processo, já que a entidade vai apresentar a eleita só em outubro. Os responsáveis pelo Itaquerão avaliam que os quatro meses fariam diferença no atual cronograma, que já prevê a entrega do estádio em 2014, pouco antes da Copa do Mundo.

“Estamos diante de uma situação concreta e temos de enfrentar o desafio. Temos um período de 33 meses para preparar o estádio e temos de fazer isso, não podemos perder tempo”, disse Gilmar Tadeu Ribeiro.

O secretário explica que ninguém compraria os CID’s sem ter certeza de que o incentivo será liberado (em um eventual cenário em que a abertura não seja em São Paulo). Por isso, o veto de Kassab adiantaria a entrada do dinheiro e permitiria também a viabilização do empréstimo do BNDES, que exige que a engenharia financeira esteja concluída para liberar os R$ 400 milhões.

Paralelamente, o Corinthians mantém o discurso de que seu estádio só custa tão caro e precisa dos incentivos por conta da abertura. “O Corinthians ia fazer seu estádio e surgiu a necessidade de virar o estádio da Copa. A complementação [financeira] seria por conta dos beneficiários, que são o Estado e a Prefeitura. O Estado se dispôs a construir a estrutura em volta, e a Prefeitura vai adequar o CID”, disse Luís Paulo Rosemberg, diretor de marketing e responsável pelo Itaquerão no clube.

O cartola, no entanto, apresenta uma versão diferente da de Gilmar Tadeu no que diz respeito à venda dos CID’s no mercado. “Nós não vamos negociá-los enquanto a Fifa não definir. Até lá a gente vai ter o dinheiro do BNDES”, disse Rosemberg, que defende firmemente a decisão de Kassab.

“O que o prefeito vetou é uma cláusula muito restritiva. Isso [garantia de que será abertura] não tem ser humano que possa garantir. A probabilidade de não ser [a abertura] é de 0,0001%. Mas o rio Tietê pode transbordar e chegar até lá. Esse é o risco que não posso pedir para o investidor bancar. Preciso desse dinheiro”, concluiu.

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