Cinco histórias para ficar de olho na 13ª rodada do Campeonato Brasileiro
Depois de um meio de semana com jogos da Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro vai ser retomado. A 13ª rodada do certame nacional terá três jogos neste sábado e sete no domingo, e há pelo menos cinco bons motivos para ficar de olho.
A história da 13ª rodada será composta por uma série de episódios relevantes. Há os recomeços, por exemplo: o Atlético-MG tentará se reencontrar sem Ronaldinho Gaúcho, o Grêmio começará vida pós-Enderson Moreira e o São Paulo terá Alexandre Pato mais uma vez como titular, por exemplo. Outros buscarão manutenção, e não existe caso mais claro do que o líder Cruzeiro. Em outro grupo, que conta com Bahia, Botafogo, Flamengo e Internacional, a luta é para estancar a crise.
O Campeonato Brasileiro ainda tem uma série de brigas próximas. Apenas três pontos separam o segundo colocado (Corinthians) do sétimo (Goiás), por exemplo. É a mesma diferença do 12º (Palmeiras) para o 18º (Flamengo).
E se as disputas acirradas não forem motivo suficiente para despertar atenção, veja aqui cinco histórias que merecem ser acompanhadas de perto na 13ª rodada do Campeonato Brasileiro:
O primeiro jogo do Atlético-MG pós-Ronaldinho
A vida do Atlético-MG pós-Ronaldinho Gaúcho começará oficialmente às 18h30 do próximo domingo (03), quando o time alvinegro receberá o Atlético-PR no estádio Independência. E isso tem um significado enorme.
Ronaldinho foi um dos protagonistas do Atlético-MG que venceu a Libertadores em 2013. Além disso, saiu do time alvinegro sem ter perdido uma partida sequer no Independência. O camisa 10 era um dos símbolos da fase “caiu no Horto, está morto”, referência ao bairro em que o estádio está localizado e ao desempenho da equipe no local.
A rescisão do contrato de Ronaldinho Gaúcho com o Atlético-MG foi publicada na quinta-feira (31) pelo BID (Boletim Informativo Diário) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) – ele tinha vínculo com o clube até o fim do ano. O primeiro jogo depois disso também será marcado pelo fim da concentração. Em vez de hotéis e elenco enclausurado, o técnico Levir Culpi permitiu que os atletas se apresentem às 11h de domingo.
“É uma troca, uma reciprocidade de profissionalismo. Vamos ver como isso acontece”, disse Levir em entrevista coletiva. “Ninguém gosta de concentrar. Você vir aqui, treinar e dormir com sua família é muito melhor”, completou.
Os técnicos pressionados e o olhar de Felipão
O Campeonato Brasileiro de 2014 já derrubou 12 treinadores em 12 rodadas. Por causa disso, Bahia e Grêmio serão comandados por interinos neste fim de semana (Charles Fabian e André Jardine, respectivamente).
A pressão sobre os treinadores será uma das atrações da rodada deste fim de semana. Outra será o olhar de Luiz Felipe Scolari, novo técnico do Grêmio. Ele já comandou atividades no clube e deve participar da montagem da equipe que enfrentará o Vitória no sábado, em Salvador, mas ainda não vai dirigir o time.
“Ele [Felipão] deixou claro que esse jogo é do Jardine. Falou que está muito feliz e vai tentar nos passar confiança para criar um grupo vencedor”, disse o meia gremista Giuliano em entrevista coletiva.
A maior atração será ver, portanto, como o Grêmio reagirá à mudança de treinador. Será que o time ainda terá resquícios do período em que foi dirigido por Enderson Moreira? Será possível perceber já no sábado a influência de Scolari? E será que a rodada manterá a média de um técnico deposto a cada dez partidas?
Os gols do artilheiro Ricardo Goulart no Brasileirão
O Cruzeiro. Porque tem valido a pena ver o Cruzeiro
O Cruzeiro não é só o líder do Campeonato Brasileiro, com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Não é apenas o time que mais balançou as redes (28 vezes em 12 partidas) ou uma equipe que tem 100% de aproveitamento depois da Copa (três vitórias em três jogos). Atualmente, os mineiros são donos do futebol mais encantador do país.
E se você não quiser ver o Cruzeiro pelo desempenho coletivo, assista ao jogo contra o Botafogo, às 18h30 de sábado, no Rio de Janeiro, para acompanhar a dupla Éverton Ribeiro / Ricardo Goulart. Juntos, os dois são responsáveis diretos por 38 dos 88 gols dos mineiros na temporada (30%). Atletas modernos, que transitam por todo o campo e contribuem diretamente para a eficiência da equipe celeste.
O sábado ainda servirá para mostrar um Cruzeiro mais forte do que nos últimos jogos. Recuperado de uma entorse no joelho direito, o volante Nilton ficará no banco de reservas. O atacante Willian também pode ser suplente, mas tem mais chance de figurar entre os titulares. A diretoria investiu 3,5 milhões de euros para a contratação definitiva do jogador, que estava emprestado pelo Metalist (Ucrânia), e o nome dele apareceu no BID na última sexta-feira (01).
A nova chance de Alexandre Pato. E a nova chance do São Paulo
A primeira apresentação depois da Copa do Mundo serviu para animar a torcida. Jogando fora de casa, o São Paulo bateu o Bahia por 2 a 0 e apresentou futebol consistente. Alan Kardec fez sua primeira partida oficial com a camisa tricolor e balançou as redes. Kaká ainda tinha de estrear, e Luis Fabiano estava no departamento médico.
Os jogos seguintes serviram para transformar o ânimo em preocupação. O São Paulo perdeu para Chapecoense (1 a 0 no Morumbi) e Goiás (2 a 1 em Goiânia, na reestreia de Kaká). Depois, venceu o Bragantino por 2 a 1 pela Copa do Brasil em partida marcada pelo fraco rendimento tricolor.
A primeira frustração da torcida para o jogo contra o Criciúma, às 18h30 deste sábado (02), no Morumbi, já aconteceu. A partida marcaria a reestreia de Kaká em casa, e mais de 34 mil ingressos foram vendidos até quinta-feira (31). O meia, contudo, sentiu dores na panturrilha e foi vetado pelo departamento médico.
Sem ele e com Luis Fabiano ainda machucado, Alexandre Pato será titular ao lado de Alan Kardec. O camisa 11 já havia jogado na quarta-feira – marcou de pênalti o segundo gol contra o Bragantino. Contra o Criciúma, em um Morumbi lotado, ele terá mais uma chance de mostrar que merece confiança da torcida. O São Paulo também.
Protestos e times em crise. Não apenas em campo
“Estamos aqui porque somos profissionais e por vocês, torcedores”. A faixa que os jogadores do Botafogo levaram a campo antes do clássico contra o Flamengo, válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, deu uma medida da crise vivida pela equipe alvinegra. E a situação não melhorou nada nesta semana.
Na quinta-feira (31), um grupo de oposição divulgou manifesto pedindo a saída da atual diretoria do Botafogo. Na sexta (01), torcedores soltaram rojões na sede do clube e também protestaram. Alguns tentaram entrar em General Severiano, mas foram contidos pela Polícia Militar.
A torcida também protestou na quinta-feira na sede do Bahia. Cerca de 50 integrantes de uma organizada levaram cartazes e narizes de palhaço para reclamar da atual situação do time tricolor, penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro.
No Internacional, a diretoria fez reuniões com elenco e comissão técnica nos últimos dias. A equipe colorada venceu o Bahia pelo Campeonato Brasileiro, em Salvador, mas foi derrotada pelo Ceará, na Copa do Brasil, em Porto Alegre.
A rodada deste fim de semana será permeada por todos esses elementos do extracampo. A crise financeira, as críticas de torcedores e as cobranças de diretores terão efeito direto nos jogos do Brasileirão. Também será assim com a CBF: este fim de semana será o primeiro depois da demissão de Luiz Gustavo Vieira de Castro, que era diretor de registros e perdeu o cargo na entidade por causa de problemas recentes. No domingo passado, por exemplo, Edilson e Emerson Sheik quase desfalcaram o Botafogo por um problema no sistema. E agora, como vai ser o controle?
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