Teste de fundação já foi feito, mas empréstimo do BNDES ainda não saiu
O Corinthians deverá pagar cerca de R$ 340 milhões de juros para conseguir dinheiro junto ao BNDES. Para ter R$ 400 milhões emprestados, o clube poderá desembolsar R$ 740 milhões, em 12 anos. Os cálculos foram feitos pelo economista e professor José Dutra Sobrinho, a pedido do UOL Esporte, considerando taxas bancárias de 10% ao ano. Além disso, o clube receberá mais R$ 420 milhões em títulos municipais, garantidos pela Prefeitura de São Paulo.
Somando-se todas as despesas bancárias, os R$ 70 milhões para montagem e desmontagem dos assentos removíveis (prometidos pelo Governo Alckmin) e os prováveis R$ 30 milhões para desvio dos dutos da Petrobras, o custo final do Itaquerão deverá ultrapassar R$ 1.2 bilhão.
Em 12 anos, pela tabela SAC de amortização, usada pelo BNDES, o clube pagará cerca de R$ 340 milhões sobre o valor de R$ 400 milhões, emprestado junto ao banco estatal. Os números batem com os da planilha de um analista, que participa da escolha de um banco intermediário para fechar a operação e que conversou com UOL Esporte, na condição de anonimato:
Fontes dos recursos | Valores |
BNDES | R$ 400 milhões |
Prefeitura de São Paulo | R$ 420 milhões |
Governo do Estado | R$ 70 milhões |
Corinthians (juros) | R$ 340 milhões |
Corinthians (dutos) | R$ 30 milhões |
Total estimado | R$ 1,260 bilhão |
“Esperamos que o contrato de empréstimo seja fechado com juros e taxas de cerca de 10% ao ano”, previu o analista financeiro que participa das negociações. “Isso incluiria 7,09% pagos ao BNDES e o restante ao banco intermediário entre taxas e juros”, revelou a fonte .
O contrato a ser assinado com o BNDES estabelece ainda um período de carência equivalente ao tempo gasto na construção do estádio. “Não foi encaminhado pedido ao BNDES ainda, mas a carência deve ser de no máximo 36 meses, com pagamento de cerca de 50 milhões/ano. Haverá amortização a partir do quarto ano. Vamos usar a taxa de longo prazo do banco estatal”, revelou o analista de mercado.
Outra novidade do contrato entre Corinthians e Odebrecht foi a oficialização do fundo imobiliário como detentor dos direitos do novo estádio. “Não haverá mais a criação da Sociedade de Propósitos Específicos (SPE). A gestão dos direitos do estádio será feita pelo fundo imobiliário, com cotas divididas entre Corinthians e Odebrecht”, confirmou um executivo que participa da negociação.
A parte nobre do Itaquerão se chama ala Oeste, com cerca de 140 metros quadrados de área construída. Ali deve ficar a corte da Fifa, os convidados importantes (Vip) e muito importantes (Vvip). Alguns camarotes de chefes de Estado são blindados. A ala Oeste terá elevadores especiais, restaurantes privados e outras comodidades.
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