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Obra da arena de Brasília ao anoitecer do dia 6 de setembro; trabalhos seguem no prazo

Obra da arena de Brasília ao anoitecer do dia 6 de setembro; trabalhos seguem no prazo

08/09/2011 - 07h01

Com políticos, advogados e sociedade civil, Brasília une forças por abertura da Copa

Vinícius Segalla
Em São Paulo

A capital federal está em campanha. O objetivo, que une senadores, advogados, comerciantes, sindicalistas e estudantes, é receber o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. Enquanto algumas capitais que concorriam pelo evento, como Salvador (BA), dão como certo que a partida inaugural do torneio será em São Paulo, os brasilienses lançam um movimento que se faz presente em adesivos nos carros, camisetas e faixas em lojas e até discursos e manifestos no Congresso Nacional.  Seu mote é: "A Copa começa aqui - Brasília, a Capital de Todos".

EM MARCHA PELA COPA

  • OAB-DF/Divulgação

    Manifestantes caminham pela abertura da Copa em Brasília, no último dia 4; OAB-DF, Associação Comercial e mais 60 entidades suportam a causa

Seus argumentos são, entre outros, a proximidade do aeroporto à zona hoteleira e ao estádio que está sendo construído, o trânsito menos carregado que os de São Paulo e Belo Horizonte (outras das concorrentes a receber o primeiro jogo da Copa), a proximidade com pontos turísticos brasileiros pouco conhecidos no exterior e o fato de ser a capital do Brasil.

No último dia 2, um grupo de 44 senadores apresentou um manifesto em apoio à candidatura de Brasília para sediar a abertura. Autor da iniciativa, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que a capital do país representa todos os brasileiros e ainda reúne as melhores condições de infraestrutura para sediar o evento. O grupo de parlamentares conta com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RO), e também com o líder da oposição, Álvaro Dias (PSDB-PR). Nenhum parlamentar paulista assina o manifesto, que tem o apoio da maioria dos senadores (o Senado tem 81 membros).

“Brasília nos une. Por isso, essa manifestação que iniciei ganhou rapidamente esse ensaio, uma manifestação de carinho de vários senadores”, discursou Rêgo. “Então, são esses homens e mulheres que construíram essa cidade, que amaram há 51 anos esta cidade e que vieram para cá e, agora, têm gerações enraizadas no solo candango, que merecem essa homenagem”, acrescentou.

SENADORES EM CAMPANHA

  • Geraldo Magela/Agência Senado

    No dia 2 de setembro, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) anunciou o lançamento de um manifesto em apoio à escolha de Brasília para sediar o jogo inaugural da Copa. O documento ganhou a assinatura de mais 43 dos 81 senadores

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), entrou no clima e afirmou que todo o país vai se sentir representado caso a Fifa escolha Brasília como sede da abertura da Copa de 2014. “É importante que, em um evento dessa magnitude, toda a população brasileira sinta-se representada. Nada melhor que fazer a abertura, que é uma grande recepção, aqui em Brasília”, disse.

No último dia 4, a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Associação Comercial do Distrito Federal comandaram a primera passeata do movimento que criaram, "Brasília, a Capital de Todos". Divulgada apenas através de panfletos nas lojas e comércios dos associados da entidade, a marcha reuniu cerca de 200 pessoas, em um domingo quente e seco no planalto.

As entidades planejam realizar mais manifestações e atos de campanha para impressionar os cartolas da Fifa até o dia 20 de outubro, data marcada para o anúncio da cidade que será sede do primeiro jogo da competição internacional de 2014.

Entre os atos programados, está uma "Festa pela Abertura", a ser organizada por jovens ligados ao movimento, o envio de uma carta ao COL (Comitê Organizador Local da Copa), assinada por personalidades de Brasília, discorrendo sobre os predicados de Brasília para receber a partida inaugural e o uso da camisa amarela da campanha em uma corrida que será promovida na cidade durante a feira Casa Cor (14 a 25 de setembro).

"Redes de postos de gasolina, lojas e outros estabelecimentos aderiram à campanha e uniformizaram seus funcionários com a camiseta ou broches do nosso movimento", conta Danielle Moreira,  presidente da Associação Comercial do Distrito Federal. Para ela, a capital federal não fica devendo em nada em termos de estrutura para São Paulo. "Temos entidades de classe envolvidas com capacitação de mão de obra para atuar no evento e receber bem os turistas. Temos uma arena que está com as obras em estado adiantado. Nossa rede hoteleira é de alto padrão, próxima ao estádio e acostumada a receber autoridades", enumera Danielle.

ELE JOGOU A TOALHA

  • Folhapress

    Em visita a São Paulo no dia 23 de agosto, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que continuar brigando para tirar a abertura da Copa de São Paulo é "dar murro em ponta de faca"

Já o presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/DF, Fernando Francisco da Silva Junior, destaca que "a tradição sugere" que a abertura da Copa aconteça na capital do país sede. "Brasília é uma cidade jovem, de apenas 51 anos, e já atingiu uma população (2,6 milhões de pessoas) que Rio de Janeiro e São Paulo demoraram séculos para atingir. É muito natural que uma cidade que começa a ter uma personalidade própria comece a exercer seu papel de capital da República. Não estamos querendo diminuir ou competir com outras cidades, mas apenas ocupando o papel que uma capital deve ocupar".

Brasília concorre com São Paulo pelo direito de sediar a abertura do Mundial. Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG) também seriam candidatas. A decisão deverá ser anunciada pela Fifa no fim de outubro, embora esta data já tenha sido alterada (a previsão inicial para o anúncio era julho de 2011). O governador Agnelo Queiroz reconheceu que, atualmente, Brasília apresenta problemas em sua infraestrutura, principalmente na área de transportes urbanos. Ele prometeu, no entanto, entregar todas as obras a tempo para a abertura do Mundial.

Em contraste ao movimento heterogêneo de Brasília, a população de São Paulo parece não estar muito preocupada em promover o jogo inaugural da competição internacional. Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apontou que 60% dos paulistanos têm a opinião de que a abertura da Copa para São Paulo é nada importante. 23% a julgam um pouco importante e apenas 17% acham que é muito importante.

 

Obras para a Copa de 2014
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