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Dilma visitou o Mineirão no dia 20/9; operários aproveitaram ocasião para decretar greve

Dilma visitou o Mineirão no dia 20/9; operários aproveitaram ocasião para decretar greve

01/11/2011 - 06h01

Greves em estádios da Copa já paralisaram as obras por 42 dias

Vinícius Segalla
Em São Paulo

As greves de trabalhadores das obras dos estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014 já paralisaram as atividades nas futuras arenas por 42 dias. Apesar da peculariedade do caso a caso, em quase todos os movimentos, as reivindicações são as mesmas: aumento salarial e melhores condições de trabalho nos canteiros.

A paralisação por que passa, desde o dia 26 de outubro, a obra do Estádio Nacional de Brasília, é a sexta greve em arenas da Copa. As outras aconteceram em Recife (PE), Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG). Os trabalhadores do Maracanã e do Mineirão já cruzaram os braços em duas oportunidades.

AS PARALISAÇÕES NOS ESTÁDIOS DA COPA

Cidade/Estádio Reivindicações Dias Parados
Maracanã/RJ Foram duas greves. Ambas por melhores salários e condições de segurança Somando as duas paralisações, foram 24 dias
Mineirão/MG Também já sofreu duas paradas, por melhores salários e condições no canteiro Ao todo, foram dez dias de braços cruzados
Arena Pernambuco/PE Paralisação de "advertência" por melhores salários Um dia
Estádio Nacional de Brasília/DF Movimento por maior remuneração mensal, somando salário e prêmios Movimento iniciado no dia 26/10*
  • * Até a conclusão desta reportagem, a greve estava em andamento
  • Fonte: sindicatos e construtoras

Os operários do Distrito Federal, que querem um aumento da remuneração média de 30%, protagonizam um movimento original dentre as paralisações ocorridas até aqui. É que a paralisação começou por insatisfação dos trabalhadores sem qualquer intervenção do sindicato local.

Na verdade, foi o próprio Consórcio Brasília 2014 (construtoras Andrade Gutierrez e Via Brasil) quem chamou os sindicalistas no último dia 26, quando os trabalhadores iniciaram o movimento e chegaram a ameaçar começar uma quebradeira geral na obra.

O motivo seria uma diferença na remuneração entre o que foi prometido aos operários no momento da contratação e o que efetivamente estão recebendo por mês os trabalhadores.

Segundo explica Raimundo Salvador, do sindicato dos trabalhadores da construção de Brasília, é costume na construção civil estabelecer-se um valor mensal fixo mais uma remuneração variável, fruto de prêmios por desempenho e entrega de fases da obra em menos tempo.

As obras do Itaquerão
As obras do Itaquerão

Somando os dois, afirma o sindicalista, o ganho mensal, segundo informaram aos trabalhadores no momento do recrutamento, ficaria em torno de R$ 1.700. Mas, afirma Salvador, os trabalhadores não têm conseguido ganhar mais do que R$ 1.200 por mês. O consórcio não aceita aumentar os salários.

Agora, o TRT-DF (Tribunal Regional do Trabalho) foi chamado pelas empreiteiras para ajudar na solução do impasse. Uma reunião está marcada para a próxima quinta-feira. Se não houver conciliação, caberá à Justiça dar fim à greve, dando razão a um ou outro lado.

Dos seis impasses que levaram a paralisações, aliás, cinco só foram encerrados com a intervenção da Justiça do Trabalho. Apenas duas um terminou em acordo livre entre as partes. A proporção mostra que os conflitos entre trabalhadores e empreiteiras são latentes e de difícil solução, além de recorrentes.

Até agora, as greves já paralisaram as obras das arenas da Copa por 42 dias, e uma delas (Maracanã) teve que alterar seu cronograma de entrega em virtude das pendências. Em agosto, quando os trabalhadores do Mineirão e do Maracanã estavam de braços cruzados e os da Fonte Nova (BA) decidiam se fariam o mesmo, um movimento para uma greve geral ganhou corpo, embora tenha sido abandonado posteriormente sem nunca ter sido colocado em prática.

Há uma disposição dos sindicatos de se estabelecer pisos remuneratórios e condições mínimas de trabalho comuns para todas as obras em estádios da Copa. A ideia é que, com um acordo coletivo assinado por todas as empreiteiras e sindicatos envolvidos, as chances de novas paralisações acontecerem será menor. E as chances de atrasos na entrega das arenas, também.

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