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Prédio em obras do hotel; conclusão prevista para depois da Copa das Confederações

Prédio em obras do hotel; conclusão prevista para depois da Copa das Confederações

14/11/2011 - 06h00

Hotel Glória, de Eike Batista, recebe 66% da verba liberada do programa BNDES ProCopa Turismo

Vinícius Segalla
Em São Paulo

O programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) criado em fevereiro de 2010 para ampliar a capacidade hoteleira do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 fechou as contas até outubro deste ano tendo firmado contratos de financiamento que somam R$ 220 milhões. O montante se direciona a reforma ou construção de cinco empreendimentos. Um deles sozinho, o tradicional Hotel Glória, no Rio de Janeiro, de propriedade do empresário Eike Batista, é responsável por 66% deste montante, ou R$ 146,5 milhões.

O BNDES ProCopa Turismo financia até 80% de obras de hotéis, seja para reforma ou para construção, não havendo um teto para o empréstimo. Os juros são de 6,9% a 7,8% ao ano, mais taxa de risco calculada pelo banco, que varia de acordo com o contratante. No caso do Glória, a EBX, empresa de Eike Batista dona do hotel, a reforma sairá por R$ 260 milhões.

CLÁSSICO MODERNIZADO

  • Divulgação

    Imagem computadorizada de como ficará a fachada do Hotel Glória após a reforma de R$ 260 milhões

As obras estão programadas para durar até o final de 2013, segundo a previsão atual da EBX. Quando tomou o financiamento, a empresa estimava ser capaz de concluir a reforma até o final deste ano, a tempo de receber aqueles que virão ao país para a Copa das Confederações, em junho de 2013.

Fundado em 1922, o Glória rivalizava com o Copacabana Palace e era o destino de presidentes, autoridades, estrelas do cinema e milionários em geral que visitavam o Rio de Janeiro. Eike Batista, que adquiriu o hotel em 2008, pretende trazer de volta o brilho do passado à hospedagem.

Quando foi adquirido pela EBX, o Glória, localizado no bairro de mesmo nome, estava com os salões abandonados, papeis de parede rasgados, fachadas sujas e encanamento defeituoso. Os R$ 80 milhões que foram pagos por Eike se justificavam pela vista imperecível da Baía da Guanabara e do Pão de Açucar e pela glamour de outrora que ainda encanta turistas.

Em sua reinauguração, a fachada em estilo ArtDéco ganhará desenhos e cores originais. Serão 231 quartos, dois restaurantes e um centro de convenções para mil pessoas, além de spa e piano bar. Eike Batista comprou também a Marina da Glória e a ideia é revitalizar toda a região, para receber competições náuticas durante a Olimpíadas de 2016.

Entre os critérios do BNDES para selecionar os projetos financiados certamente não está o público-alvo a que se destinarão os empreendimentos. O segundo projeto mais vultuoso até agora é a construção de um hotel na cidade de Aparecida, no interior de São Paulo. A Igreja Católica tomou R$ 32,5 milhões para levantar a "Cidade dos Romeiros", que tem custo total previsto em R$ 56,6 milhões. O hotel popular, voltado para as classes C, D e E, ficará a 165 quilômetros da cidade-sede da Copa mais próxima, São Paulo.

Os outros três empreendimentos aprovados até agora também são no Rio de Janeiro. Há, ainda, outros R$ 433,6 milhões já reservados na carteira, relativos a pedidos de financiamento ainda em análise no BNDES.  O valor que o banco separou para o programa é de R$ 1 bilhão.

Dos pedidos de financiamento em análise, 25% são para reforma e 75% são para construção de novas unidades. Em termos de valores, os pedidos de reforma somam R$ 49,7 milhões e os para construção chegam a 383,9 milhões.

Obras para a Copa de 2014
Obras para a Copa de 2014

Das solicitações em análise, 50% são para empreendimentos no Nordeste, 37,5% no Sudeste e 12,5% Centro Oeste. Apesar de a região Sul ter duas cidades que irão sediar a Copa do Mundo (Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS)), não há nenhuma entrada até agora no BNDES de requisições vindas de lá. Empresas e interessados em ingressar no programa do banco estatal têm até o final de 2012 para apresentar seus projetos.

Os prazos de pagamento do financiamento vão de dez a 18 anos, dependendo do tipo de obra e do perfil do demandante. Os juros variam entre 6,9% e 8,8% (incluindo a taxa de risco), dependendo do porte da empresa e do grau de sustentabilidade e eficiência energética do empreendimento. É preciso apresentar garantias de pagamento no valor de até 130% do valor do financiamento.   

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