Teodomiro Bittencourt Filho, o Mirinho, tem 62 anos e por 40 trabalhou como comerciante de roupas. Em 1990, ele foi um dos fundadores do Botafogo, um clube de futebol amador do bairro de Botafogo, em Macaé. O time ganhou alguns campeonatos municipais e o Caixa-d'Água, polêmico ex-presidente da Federação do Rio de Janeiro, sugeriu a Teodomiro que transformasse sua equipe num time profissional. Teodomiro escutou o conselho e, logo no primeiro ano, o Botafogo ganhou a terceira divisão estadual. Em 2000, o prefeito sugeriu que o clube mudasse seu nome para Macaé, e Teodomiro também escutou este conselho. Com isso, a ajuda que recebia da prefeitura subiu de R$ 10 mil para R$ 20 mil. Na Segundona, de 2000 a 2006 a equipe conseguiu três vice-campeonatos, mas em todas as vezes só o campeão subiria para a primeira divisão. Então, em 2007, o clube recebeu do município, oficialmente, R$ 800 mil. E aí conseguiu subir para a divisão principal. Hoje, segundo Teodomiro, a folha de pagamento está em torno de 80 mil, e os salários ficam entre R$ 1 mil e R$ 6 mil. O clube usa o estádio da prefeitura, que está em reforma para a construção de uma arquibancada com capacidade para mais de 4 mil pessoas. O presidente se orgulha do trabalho que fez até aqui, mas admite que cometeu um erro. Antes de um jogo decisivo do campeonato da segunda divisão do ano passado, anunciou a contratação de oito jogadores para o campeonato seguinte. Aí os atletas do time se desmotivaram e o Macaé perdeu o jogo e o campeonato. Teodomiro assiste às partidas do bar do estádio, um bom ponto para ver o jogo, protegido por uma grande árvore. É o único lugar onde os torcedores vêem a partida de pé. Teodomiro grita, reclama e torce com afinco. Ele gosta de ser presidente, mas diz que "era melhor na segunda divisão." "Pensa em sair do clube?", eu pergunto. Ele nem precisa pensar para responder: "Não. Demorei 10 anos para pôr o time na primeira divisão e agora que a gente vai ter o dinheiro da Globo eu vou sair?" |
percorridos desde São Paulo
de gasolina gastos no seu possante
mordidas em refeições e lanches
Lar, doce lar
Os quilos que ganhei