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29/10/2011 - 07h00

Financista suspeito de lavar dinheiro de Ricardo Teixeira terá bens leiloados no Rio

Roberto Pereira de Souza
Em São Paulo
  • Ricardo Teixeira é alvo de duas investigações federais

    Ricardo Teixeira é alvo de duas investigações federais

A investigação federal por lavagem de dinheiro contra Ricardo Teixeira terá um sério obstáculo pela frente: encontrar um dos principais suspeitos na trama financeira: o engenheiro Cláudio Honigman, ex-diretor da corretora Alpes e da Brasil 100 % Marketing, fugiu do Brasil e seus bens estão sendo leiloados para pagamento de dívidas, no Rio de Janeiro.

O Ministério Público Federal já pediu à Polícia Federal de São Paulo que levante as operações feitas por Honigman Ricardo Teixeira e outros parceiros financeiros.

A informação sobre o leilão dos bens de Honigman foi dada pelos advogados que trabalharam na ação de pensão alimentícia, defendendo a ex-mulher do financista, a chilena Nathalie Peacock Serrano.

O engenheiro financeiro foi o responsável pela venda e recompra de um pacote de ações,  no valor de R$ 50 milhões, em 2007. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, seria o comprador dos títulos. A diretoria da Alpes nega qualquer envolvimento nesse negócio, mas confirma que Honigman era  mesmo diretor da empresa.

Como a operação envolvia também a suposta compra de um avião Cessna (ao final, intermediada pela TAM), surgiu a suspeita do Ministério Público Federal, em São Paulo, de lavagem de dinheiro e crime financeiro contra Teixeira e os outros parceiros.

O caso foi parar na Polícia Federal de São Paulo, em setembro, sem que nenhuma informação sobre o andamento da investigação tenha sido divulgada até esta sexta-feira.

“Nós também estamos procurando Cláudio Honigman”, disseram os advogados Edmo Fraga e Ana Cláudia  Cavalcante. “Estamos executando uma mansão dele porque fomos destituídos da ação por pensão alimentícia, sem a devida quitação de nossos honorários”, disseram.

 

A advogada comentou como Honigman e Ricardo Teixeira se conheceram. “Foi em uma festa e Nathalie Peacock, então mulher de Cláudio, fez o contato inicial”, lembrou-se Ana Cláudia Cavalcante.

”Houve uma festa no condomínio de luxo Golden Green, onde Sandro Rosell, presidente do Barcelona, morava. A mulher de Sandro era amiga da Nathalie. Durante a festa, ela apresentou o marido Cláudio a Ricardo Teixeira e a Rosell”.

Desse contato, surgiu a parceria com Ricardo Teixeira, o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, Vanessa Precht (assistente de Teixeira) e o próprio Claudio Honigman. Todos se envolveram diretamente na montagem da empresa Brasil 100 % Marketing. 

Rosell e Vanessa ainda abriram a Ailanto Marketing, que intermediou o jogo de Brasil e Portugal, no Distrito Federal, em troca de R$ 9 milhões dos cofres públicos (este contrato é investigado pelo Ministério Público do DF).

Foi a Brasil 100% Marketing que efetuou a suposta compra de um avião usado, pertencente a Ricardo Teixeira, pagando R$ 17,5  milhões quando o valor de  mercado não passaria de R$ 8 milhões. Em outro lance de engenharia financeira internacional, Cláudio intermediou a venda e recompra de R$ 50 milhões em ações, tendo como parceiros Teixeira e Sandro Rosell, cada um com R$ 25 milhões.

A missão da Polícia Federal será encontrar Cláudio Honigman, que teria deixado o Brasil logo após a negociata com o avião e ação por pensão alimentícia.

Ele estaria casado com Larissa Tinoco, tem dois filhos por inseminação artificial (feita no Brasil) e abandonou a religião judaica. Ao mudar de religião, teria assumido o nome de Cristiano.

Pelo Soho, região nobre de Manhattan, Honigman anunciou que era um cristão convertido e que, por isso, adotara outro nome. “Essas informações foram passadas pela ex-mulher dele, que não me pagou tudo o que devia e desapareceu”, lembrou-se, indignada, Cláudia Cavalcante.

Sobre o sumiço da ex-mulher de Honigman, outra suspeita da advogada: “ ela recebeu um telefonema, dizendo que teria de deixar o Brasil imediatamente”, recorda-se a advogada. “Ela teria sido ameaçada, o cofre de sua casa fora roubado e documentos foram levados, aqui na Barra”.

Em 15 dias, Nathalie Peacock mudou-se com os filhos para uma cidade chilena, mais perto de sua família.

“Alguns dias após sua mudança, ela me telefonou, dizendo que o cofre de sua casa, no Chile,  também havia sido detonado por ladrões. Ela falou que explodiram a parede da casa".

O último contato foi um telegrama enviado por Nathalie, destituindo os advogados Edmo Fraga e Ana Cláudia Cavalcante, em 2007.

Em outra missão, no Rio de Janeiro, a Polícia Federal investiga Ricardo Teixeira e seu irmão Guilherme por outra suspeita de lavagem de dinheiro, envolvendo a empresa Sanud.

Esta empresa aparece nos documentos descobertos pela Justiça suíça, que investigou casos de suborno de agentes da Fifa.

ALGUMAS EMPRESAS ENVOLVIDAS EM SUBORNO, SEGUNDO JUSTIÇA SUÍÇA

Sanud US$ 8,5 mihões de 16/02/93 a 28/11/97
Beleza US$ 1,5 milhão de 27/03/91 a 01/11/91
Ovada US$ 820 mil 22/01/1992
Wando US$ 1,8 mihão de 06/07/89 a 22/01/93
Sicuretta US$ 42,4 mihões de 25/09/89 a 24/03/99

 

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