Lutador do Bope e agora do Cruzeiro, Paulo Thiago tenta se recuperar de dois reveses

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Paulo Thiago chegou ao UFC carregando uma bandeira conhecida dos brasileiros: ele é da “Tropa de Elite”, consagrada no cinema nacional. Integrante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) em Brasília, ele será um dos representantes do país no UFC 134, no próximo dia 27, no Rio de Janeiro. Mas terá de correr atrás do “prejuízo” para reverter o quadro de duas derrotas seguidas no evento.

PAULO THIAGO É DO CRUZEIRO

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E, se o trabalho duro no Bope ficou marcado pelo “Pede pra sair!” do personagem capitão Nascimento, o caso de Paulo é bem mais tranquilo. Atleta do Cruzeiro desde a quinta-feira, ele tem o apoio de seus superiores: usa algumas horas de trabalho para se dedicar aos treinos de MMA em busca do sonho de ser campeão dos meio-médios do UFC.

“Cada vez mais eu tenho um apoio maior dentro do Bope. Quando estou perto das lutas, eles me liberam para treinar”, afirmou o lutador de 30 anos, refutando que suas obrigações como policial possam prejudicar suas atuações e suas três sessões de treinos por dia. “Está bem tranquilo, o trabalho não me atrapalha em nada, só tenho que agradecer pelo apoio.”

O fato de estar no Bope, e não em outros setores dentro da polícia, contribui para isso. Como o grupo é destacado apenas para operações especiais, seus integrantes passam mais tempo dentro do quartel, em treinamento, do quem em ação nas ruas.

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“Sou integrante do time tático, que trabalha com resgate de reféns, patrulhamento, e outras atividades”, explicou ele. “Minha unidade passa muito tempo treinando e sai em ocorrências já certas, quando se precisa de uma ação mais técnica.”

Além disso, ele passou a ser instrutor nas últimas semanas. Com a função, não precisou sair para ocorrências, podendo ficar mais centrado no quartel e na sua preparação para o UFC.

Foco no octógono

Bope à parte, o momento de Paulo Thiago é de pensar em luta. E, para ele, o fato de ir ao octógono no UFC Rio é motivo de orgulho. “Foi como ser convocado para a seleção, para vestir a amarelinha”.

A pressão por voltar a vencer, segundo ele, tornou-se motivação para encarar o norte-americano David Mitchell, que tem um cartel de respeito, com 11 vitórias e apenas uma derrota. O revés foi no último combate de Mitchell, por pontos contra TJ Waldburger, em setembro de 2010.

CONHEÇA PAULO THIAGO

NASCIMENTO:	25/01/1981, em Brasília
CATEGORIA:	Meio-médio
ESPECIALIDADES:	Jiu-jítsu, boxe, judô
CARTEL:	13 vitórias e três derrotas
ÚLTIMAS LUTAS:	Vem de 2 reveses seguidos
RIVAL:	David Mitchell (EUA)

“Dei uma estudada. Ele tem nove vitórias por finalização. Apesar de ter uma trocação razoável, seu forte é no chão, desenvolve bem raspagem, finalização... ”, avaliou Paulo. “Sempre tento começar bem a luta em pé, mas sou faixa preta de jiu-jítsu. Nesta luta, vou tentar encerrar cedo, ou minar bastante ele enquanto estivermos de pé”.

Apesar da confiança em suas habilidades, Paulo Thiago sabe que tem de melhorar. Apesar de ter renovado contrato recentemente com o UFC, o brasileiro precisa de um triunfo para se firmar.

“Parei para estudar o que não deu certo nas outras lutas e estou focado para me colocar de novo entre os melhores”, afirmou ele. “Tenho três derrotas na carreira, todas por pontos. A última ainda foi considerada a melhor luta da noite. Faltou um pouco de calma nas últimas lutas e em alguns momentos perdi o gás. Mas agora estou preparado para lutar com a ajuda da torcida.”

O objetivo a longo prazo é chegar à disputa do título, hoje nas mãos do canadense Georges St-Pierre, considerado um dos três melhores da atualidade levando-se em conta todas as categorias do UFC.

O RIVAL: DAVID MITCHELL (EUA)

Em mais um dos numerosos duelos entre Brasil e EUA no UFC Rio, David Mitchell é o rival de Paulo Thiago. Se o brasileiro vem de derrotas, o norte-americano também vem de resultado negativo. Ele não luta desde setembro de 2010, quando foi derrotado por TJ Waldburger por pontos. Foi a primeira derrota de sua carreira. Após 11 triunfos, o tropeço veio justamente em sua estreia no UFC. Especialista em jiu-jítsu, Mitchell venceu nada menos que nove de suas lutas por finalização, uma marca impressionante.

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