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  • Da geladeira à hegemonia, Anderson foi 'salvo' por Minotauro antes da consagração
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UFC Rio

Tudo sobre a edição 134 do evento, dia 27/08, no Rio de Janeiro

Arte/UOL
Após entrar no UFC, Anderson Silva não perdeu e coleciona recordes como campeão

Após entrar no UFC, Anderson Silva não perdeu e coleciona recordes como campeão

22/08/2011 - 07h00

Da geladeira à hegemonia, Anderson foi 'salvo' por Minotauro antes da consagração

Maurício Dehò
Em São Paulo*

Os números não mentem: Anderson Silva é um fenômeno do UFC. Dentro do evento, o brasileiro nunca perdeu e ainda é o recordista de vitórias seguidas, com 13, e defesas de cinturão, com oito triunfos. Mas não se engane: a carreira do Aranha no MMA não deslanchou de uma vez. Foram quase dez anos até explodir como o lutador que já começa a ser considerado como o melhor da história das artes marciais mistas. Ele enfrentou uma geladeira, mas foi “salvo” pelo também lendário Rodrigo Minotauro.

Defendendo o cinturão dos médios contra o japonês Yushin Okami no combate principal do UFC Rio neste sábado, o lutador - que com um único chute colocou no chão Vitor Belfort - sempre mostrou potencial e criatividade nos ringues, mas sua carreira pode facilmente ser dividida em duas “eras”: pré e pós UFC.

“O Anderson amadureceu tarde. Não teve tanta sorte no início da carreira, mas sempre teve algo que é para poucos: talento nato”, relembra o empresário Jorge Guimarães, o Joinha. Sócio dele no trabalho com o Aranha, o norte-americano Ed Soares pensa do mesmo jeito: “A carreira dele mudou totalmente com o UFC.”

Anderson Silva
Anderson Silva

Mas, para entender isso, é preciso voltar alguns anos na vida de Anderson. O paulistano criado desde os quatro anos em Curitiba era fã de astros do cinema, como Bruce Lee e Chuck Norris, e acabou indo parar no mundo das lutas, treinando taekwondo, judô e muay thai.

BELFORT EXALTA RIVALIDADE COM ARANHA

  • Divulgação

    Anderson Silva virou o fenômeno que é hoje no Brasil devido ao chute em Vitor Belfort, no UFC 126, que o levou a outro nível dentro do esporte nacional. E, para o arquirrival - que não esconde o desejo da revanche -, o fato de enfrentar alguém de tamanha qualidade só engrandece o próprio trabalho, apesar do nocaute. “Nossa luta foi fundamental para o MMA chegar a este patamar. Ele criou uma popularidade muito maior com isso, e o esporte só cresce quando os ícones se encontram”, disse Belfort, que já treinou com Anderson, mas tem uma relação mais distante após o combate. "Ele sempre foi muito talentoso. No começo não tinha o chão, mas foi aprimorando. Sempre foi muito obstinado."

Na famosa academia paranaense Chute Boxe, teve a companhia de nomes como Wanderlei Silva, Pelé e Maurício Shogun, que começavam a se destacar no vale-tudo.

“Não esperava que ele fosse tão longe”, diz o fundador da Chute Boxe, Rudimar Fedrigo. “Ele chegou bem jovem na academia e tinha os conceitos básicos. Só não achava que se tornaria o lutador mais completo do mundo. Desde o começo, Anderson sempre fez treinos muito bons com Wanderlei e Pelé. Lutava de igual para igual.”

Com o desenvolvimento do lutador, ele foi levado ao Japão e em 2001 faturou o título do Shooto, como peso médio, cinturão que lhe abriu as portas para lutar o gigante Pride.

Mas a boa fase foi interrompida por um racha na Chute Boxe. Em um desentendimento com Rudimar, Anderson deixou a academia, e até pensou em parar. Os antigos empresários tinham grande influência no Pride e fecharam as portas para o lutador. Quem lhe deu uma nova chance foi seu amigo Rodrigo Minotauro.

“Anderson é puro talento e dedicação e nunca desistiu do sonho”, diz Minotauro, que o conheceu pessoalmente apresentado por um primo, já depois de ter visto o Aranha nos ringues. “Ele estava precisando lutar e então o convidei para um evento na Bahia. Depois, foi por meio de um pedido pessoal meu ao presidente do Pride que ele retornou.”

NÚMEROS DO ARANHA PRÉ E PÓS UFC

ANTES
 
DEPOIS
21
LUTAS
13
17
VITÓRIAS
13
9
NOCAUTES
8
3
FINALIZAÇÕES
3
4
DERROTAS
0
85%
APROVEITAMENTO
100%

Com a ajuda do amigo, Anderson lutou na Bahia, na Coreia do Sul e foi campeão de um evento de menor porte, o Cage Rage, na Inglaterra. Mas ainda não convencia totalmente, com três derrotas para japoneses entre 2003 e 2006.

“Quando o Anderson perdeu para o Daiju Takase [em 2003], ele se tocou que tinha de treinar mais seu chão. A partir daí, ele mesmo foi se lapidando e se superando”, analisa Joinha, que era empresário de Vitor Belfort na época e, vendo Anderson manter seu cinturão no Cage Rage, resolveu apostar no peso médio, junto de Ed Soares.

“Naquela época, ele estava na correria, tentando fazer algo com sua carreira e lutando onde podia”, detalha Ed. Anderson ainda foi ao Havaí e perdeu para seu atual rival, Yushin Okami, mas em seguida venceu mais uma no Cage Rage e iniciou a virada em sua carreira.

“É aquilo, quando a sorte encontra a oportunidade, é um casamento perfeito. Eu que trouxe o contrato do UFC para ele e, a partir daí, foi só alegria”, completa Joinha.

A estreia no UFC aconteceu em junho de 2006, em um evento menor. À base de joelhadas, Chris Leben foi a primeira vítima. A segunda já valeu o cinturão. Apenas quatro meses após a estreia, Anderson venceu o queridinho dos norte-americanos Rich Franklin para ser campeão dos médios, não sair mais do trono e ajudar a mudar a história do MMA.

*Colaborou Jorge Corrêa

REVOLUÇÃO NOS BASTIDORES COM RONALDO E A 9INE

Não é só dentro do ringue, vencendo lutas fantásticas como as contra Chael Sonnen, Forrest Griffin e Rich Franklin que Anderson mostrou poder. Fora dele, o campeão tem feito uma revolução nos bastidores. Tudo começou com a parceria com a 9ine, empresa comandada por Ronaldo. Por meio dela, Anderson conseguiu a maioria de seus apoios, que só se somam dia após dia. Atleta do Corinthians, ele foi o primeiro a se associar ao futebol para o UFC Rio e ainda assinou contratos com empresas como Burger King, Budweiser e Nike.

 

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