O dia 12 de novembro promete ser especial para o MMA, especialmente em relação ao UFC, que terá sua primeira transmissão em TV aberta nos EUA, pela FOX, além de estrear na TV Globo, em território brasileiro. O assunto virou tema principal, ofuscando os principais envolvidos: o campeão dos pesados Cain Velásquez e o desafiante brasileiro Junior Cigano. Eles não escondem o orgulho de estar no pioneiro evento, mas o sentimento também leva ao nervosismo, do qual nem o presidente do Ultimate, o durão Dana White, consegue fugir.
“É a primeira vez em muito tempo que estou preocupado com um evento. Nós temos de dar o melhor produto, mas desta vez é diferente”, afirmou Dana White, em conferência para a imprensa, na quarta-feira. O dirigente se refere ao peso de conseguir entrar na TV aberta na luta para popularizar o MMA ao redor do mundo.
“Só eu sei como é tentar fazer as pessoas levarem a sério este esporte. Então, chegar a isso é o meu momento de maior orgulho. Nós sabemos como os atletas dão duro e são pessoas inteligentes. E finalmente os outros os veem como quaisquer outros atletas e estão dando a eles o respeito é merecido", completou.
Uma curiosidade é que apesar de o UFC estrear na Fox, o programa contará apenas com a luta de Cigano e Velásquez. Mesmo que isso signifique um nocaute nos primeiros instantes da luta, não haverá mais combates no programa, que já é considerado um “bônus” no acordo. Os negócios entre as partes começam para valer em janeiro, de acordo com o contrato.
TV aberta: prejuízo antes de crescimento
Um fator fundamental do UFC sempre foi sua política de pay-per-views, uma fonte de renda para a organização. Agora, com a entrada na TV aberta, Dana White admite que os ganhos devem diminuir, mas que isso é um passo para trás, para no futuro o Ultimate dar dois à frente. ”Nossa meta sempre foi levar as melhores lutas para a TV aberta. Claro que vamos ter uma queda no rendimento, por não haver os pay-per-views neste caso. Mas estamos pensando a longo prazo, de modo a transformar o MMA em algo grande. Não se vai para a TV aberta para ganhar dinheiro. Vamos levar prejuízo, mas é um investimento no futuro”, afirmou Dana, que esclareceu que o acordo com a Fox não acaba com os cards em transmissões pagas.
A ansiedade de Dana é tanta, que muitos ensaios serão feitos, para garantir que o curto evento seja um pontapé inicial com a força que o UFC tem mostrado no pay-per-view. “Vamos começar a ensaiar na quinta-feira, para o evento que é só sábado. Temos de produzir as coisas de modo a adequar o UFC à Fox”, explicou. “O que menos me deixa nervoso é o combate. Serão dois caras agressivos, e sei que será uma grande luta.”
Dana afirmou também que é importante chegar a novos países nas maiores redes de comunicação e falou sobre o acordo com a Globo. “Começamos com a RedeTV! e foi ótimo. E com o sucesso que conseguimos, chegamos à Globo. Todos no Brasil sabem que este é um grande negócio e que é um canal monstruoso”, elogiou.
Para os lutadores, a novidade é um misto de orgulho com nervosismo, apesar de Cain Velásquez manter uma postura fria. “Não me preocupo com o que acontece fora do octógono. Sempre há nervosismo, mas você tenta deixar sua mente pronta. Meu trabalho é ganhar e não penso em outra coisa”, disse ele.
Cigano, por outro lado, comemorou. “Eu realmente estou muito feliz. Passar na TV aberta mostra a evolução do esporte para os brasileiros”, afirmou o catarinense.
Dana fala de novo formato de reality e mantém promessa de ‘Copa do Mundo’
Um projeto de longa data do UFC é criar uma Copa do Mundo, com países se enfrentando. Dana White afirmou que os planos seguem em pé, e que o The Ultimate Fighter no Brasil, a partir de 2012, pode ser um dos pioneiros em classificar lutadores para esta disputa.
Além disso, o presidente do UFC falou do novo formato do TUF nos Estados Unidos. Com o acordo com a Fox, o reality passará por mudanças. A casa em que os atletas moram durante a participação será mantida, mas desta vez haverá numerosas entradas ao vivo.
Outra diferença é que a final será disputada logo depois do fim das gravações, fazendo com que os atletas se mantenham treinando no programa até a decisão, em vez de terem um período de volta às suas casas antes de disputar a final.