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Após o fim da Volvo, quatro brasileiros comemoram sua volta ao mundo - UOL Esporte
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Joca Signorini: discípulo de Grael já aproveita status de campeão da Volvo

Bruno Doro
Em Estocolmo (Suécia)

Primeiro brasileiro convocado por Torben Grael para se juntar a sua tripulação, o carioca Joca Signorini, de 31 anos, já lucra com o novo status no mundo da vela. Hoje campeão da Volvo Ocean Race, ele acertou sua participação na Transpac, a mais importante competição de Oceano dos Estados Unidos.

PERFIL: JOCA SIGNORINI
Volvo Ocean Race
Carioca de 31 anos, foi um dos timoneiros do Ericsson 4. Era o homem de confiança do comandante Torben Grael e foi um dos que mais lucrou, em reconhecimento internacional, com a campanha. Foi a uma Olimpíadas, Atenas-2004 (foi 10º na Finn).
Classificação final: Campeão

"Se você me perguntar hoje se eu quero fazer a volta ao mundo de novo, eu vou dizer não. Mas se você me perguntar daqui a um mês, eu vou dizer sim. É uma competição muito charmosa e desafiante"

Ele fará parte da tripulação do barco Alfa Romeo que larga nesta segunda-feira de Los Angeles, na costa oeste dos EUA, até a ilha de Honolulu, no Havaí. O convite veio durante a regata de volta ao mundo, graças aos treinos feitos nas Ilhas Canárias. Lá, o Ericsson velejou com um dos barcos Alfa Romeo, para treinamento.

“Como treinamos com o barco, parte da tripulação foi convidada para velejar a Transpac”, conta Joca, que assim que a Volvo chegou em São Petersburgo, na Rússia, no sábado, voou para os Estados Unidos, para a nova competição.

Antes visto apenas como velejador olímpico (ele foi o 10º colocado na classe Finn em Atenas-2004), Joca foi alçado ao mundo das lucrativas regatas de oceano por Torben Grael. O bicampeão olímpico foi o responsável pelo convite para a Volvo 2005/2006 pelo Brasil 1 e, um ano depois, o levou para o time sueco.

“Ser convidado para o Brasil 1 já tinha sido uma honra. Para o Ericsson, foi ainda maior. Durante a fase de treinamentos (nas Ilhas Canárias), nós moramos na mesma casa, hoje o considero um irmão. E fico muito orgulhoso por perceber o quanto ele confia em mim, sempre levando minha opinião em conta”.

A adaptação ao time, porém, foi difícil. No Brasil 1, ele estava em uma equipe brasileira, ao lado de amigos de longa data, falando em português. No Ericsson, chegava a um time novo, com pessoas com quem pouco tinha convivido e ainda tendo de se comunicar em outra língua.

“Aqui, a relação é muito profissional. No Brasil 1, era uma família. Você tem de falar em inglês a toda hora, às vezes até com o Torben e com o Horacio (Carabelli, o outro brasileiro a bordo), para que o resto da tripulação entenda”, conta.

Depois da Transpac, Joca deve seguir no mundo dos barcos grandes. Ao contrário de Grael, que admitiu o desejo de conquistar uma America’s Cup, o carioca admite que a regata de volta ao mundo o atrai mais. “Qualquer coisa que eu for fazer agora tem de ser muito bem pensada e bem feita. Mas a Volvo, na minha opinião, é uma competição muito mais interessante do que a America’s Cup, tem um charme especial, um desafio maior”, analisa.

“Tudo o que eu sonhava como velejador eu já conquistei, mas não é por isso que não quero mais velejar. Eu sei do sofrimento que envolve uma volta ao mundo, das coisas que você abre mão. Mas se eu não fizer agora, nunca mais vou ter a oportunidade.”

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