Na segunda edição do UFC Rio, Aldo e Belfort são as estrelas
Vitor Belfort comemora após vencer Anthony Johnson no UFC 142, no Rio
Na primeira vez em que lutou em sua terra natal, na madrugada deste domingo, Vitor Belfort fez a festa com uma vitória no primeiro round diante de Anthony Johnson, pelo UFC Rio. Mas um momento na coletiva de imprensa pós-combates o tirou do cenário da HSBC Arena e o levou de volta a um antigo drama, do desaparecimento de sua irmã. As lembranças comoveram o lutador e sua família, em uma noite em que o carioca reencontrou suas origens também dentro do octógono.
Antes do combate, quando os lutadores expõe seus patrocinadores, Vitor mostrou também um cartaz com a foto de sua irmã, Priscilla, desaparecida desde 2004. Figuravam também imagens de outras pessoas sumidas e o número do Disque-Denúncia. Questionado sobre isso, ele não conseguiu segurar as lágrimas.
“A questão dos desaparecidos é uma morte diária para quem vive isso. Quando um filho perde uma mãe, ele é órfão. Mas quando uma mãe ou um pai perdem um filho, não existe palavra para dizer o que significa essa dor... Então, acho que ter solidariedade é muito importante, temos de ligar no Disque-Denúncia e fazer nossa parte”, afirmou o lutador.
Entre os presentes na coletiva estavam sua mulher, Joana Prado, e sua mãe, Jovita. Ambas choraram com a fala do ex-campeão dos meio-pesados do UFC, que foi aplaudido - José Aldo, ao seu lado, puxou a homenagem.
Além deste fato fundamental em sua jornada, Vitor retomou dentro do octógono um pouco de sua origem no mundo das lutas: o jiu-jítsu. Apesar de ser um grande especialista na arte suave, o carioca não finalizava um oponente desde 2001, no Pride, com um mata-leão sobre Bobby Southworth. O triunfo sobre Johnson veio com com o mesmo golpe no primeiro assalto, o que forçou o rival a bater.
“Eu vim decidido a entrar para uma batalha. Eu queria trazer o meu melhor, ser testado, e consegui provar isso. Sabia que ia nocautear ou finalizar. Foi uma noite maravilhosa”, analisou o veterano, que criticou os problemas com o peso do norte-americano, que colocaram a luta em risco.
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“Mesmo com a polêmica do peso, eu nunca deixaria o UFC sem uma luta. Mesmo se tivesse de enfrentar um cara de 110 kg, eu lutaria. Seria uma lembrança dos velhos tempos de UFC”, disse o brasileiro, que no início de sua trajetória lutava sem categorias, contra rivais muito maiores.
Vitor tem agenda cheia para o restante do semestre. O primeiro evento é o reality show do The Ultimate Fighter, que estreia sua edição brasileira em março. Ele será um dos técnicos e, o segundo compromisso resulta disso. O treinador rival vai ser Wanderlei Silva, que ao final do programa ganhará uma revanche da derrota para Belfort em 1998.
Confira os resultados completos do UFC Rio
Card principal:
Penas: José Aldo (BRA) vence Chad Mendes (EUA), por nocaute no 1º round
Médios: Vitor Belfort (BRA) vence Anthony Johnson (EUA), por finalização no 1º round
Médios: Rousimar “Toquinho” Palhares (BRA) vence Mike Massenzio (EUA), por finalização
Meio-médios: Erick Silva (BRA) é desqualificado contra Carlo Prater (BRA), por golpes ilegais
Leves: Edson Barboza (BRA) vence Terry Etim (ING), por nocaute no 3º round
Card preliminar
Leve: Thiago Tavares (BRA) vence Sam Stout (CAN), por pontos
Pesados: Gabriel Napão (BRA) vence Ednaldo Lula (BRA), por finalização no 1º round
Penas: Iuri Marajó (BRA) vence Michihiro Omigawa (JAP), por pontos
Meio-médios: Mike Pyle (EUA) vence Ricardo Funch (BRA), por nocaute no 1º round
Penas: Felipe Sertanejo (BRA) vence Antonio Carvalho (CAN), por pontos
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