UOL esporte

  • http://esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/09/02/processo-contra-ricardo-teixeira-devera-ser-aberto-na-procuradoria-da-republica-do-rio-de-janeiro.htm
  • Procuradoria do Rio de Janeiro receberá pedido de investigação contra Ricardo Teixeira
  • 10/05/2024
  • UOL Esporte - Futebol
  • UOL Esporte
  • @UOLEsporte #UOL
  • 2
Tamanho da letra
Ricardo Teixeira, presidente da CBF

Ricardo Teixeira, presidente da CBF

02/09/2011 - 19h08

Procuradoria do Rio de Janeiro receberá pedido de investigação contra Ricardo Teixeira

Roberto Pereira de Souza
Em São Paulo

A Procuradoria da República no Rio de Janeiro deverá abrir um inquérito para investigar denúncias contra Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê Organizador da Copa-2014 (COL), na próxima semana.

A decisão foi tomada  nesta sexta-feira  à tarde,  em Brasília, após reunião do grupo de trabalho GT-Copa, formado por procuradores da República de todos os Estados. A representação contra o cartola da CBF seguirá por ofício até sexta-feira (10/09).

O Ministério Público Federal foi acionado no dia 14 de julho por uma representação assinada pelo Partido Republicano do Brasil. O documento pede que o MPF investigue Teixeira por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O caso ficou sob análise em Brasília, enquanto o procurador geral da República era reconduzido ao cargo.

“Vamos enviar o pedido de investigação para o Rio de Janeiro, na próxima semana, por ofício”, explicou o chefe do GT-Copa, o procurador Athayde Ribeiro, de Manaus (AM). “ Assim que chegar ao Rio de Janeiro, o pedido de investigação será distribuído para uma vara criminal para análise mais detalhada”, disse o procurador por telefone.

A base para a representação do PRB é o processo de corrupção passiva que corre na Justiça da Suíça, contra Teixeira e seu ex-sogro, João Havelange. Os suíços descobriram uma lista de caixa 2, onde aparecem vários depósitos feitos a empresas de cartolas do mundo todo. Os brasileiros estão na lista.

O caso foi amplamente noticiado pela imprensa europeia e o jornalista Andrew Jennings acabou fazendo um documentário sobre o tema para a rede BBC, de Londres, em junho.

“Teixeira e Havelange tiveram de fazer um acordo na Justiça, devolvendo cerca de US$ 9 milhões que haviam recebido em propinas”, disse Jennings quando esteve no Brasil, em julho, para o lançamento de seu livro Jogo Sujo, o mundo secreto da Fifa (Panda Books)

  • Sergio Lima/Folha Imagem

    Roberto Gurgel, procurador geral da República

Todos esses documentos que estão arquivados na  corte suíça  poderão ser requisitados pelos procuradores da República do Rio de Janeiro, no processo de investigação contra Ricardo Teixeira.

“Esse procedimento é perfeitamente normal em uma investigação criminal. O Brasil tem uma excelente relação com a Suíça e o que pedirmos será atendido”, antecipou um procurador da República, na condição de anonimato, analisando um possível processo contra o cartola brasileiro.

Na documentação arquivada na Suíça, segundo o jornalista inglês,  aparecem o nome da empresa de Teixeira, Sanud, como recebedora de mais de US$ 3,5 milhões de dólares. A lista traz ainda empresas, que podem ser mantidas por brasileiros em paraísos fiscais. Nomes como Wando, Beleza e Sicuretta ilustram a relação de pagamentos ilegais, segundo os juízes suíços.

Ricardo Teixeira e João Havelange nunca se explicaram publicamente sobre as denúncias formuladas na corte europeia.

Personagem central durante as investigações da CPI do Futebol, em 2001, Teixeira foi pego em operações financeiras como avalista de empréstimo de US$ 36 milhões junto a  banco estrangeiro, de propriedade de brasileiros.

Questionado sobre o empréstimo feito em nome da CBF, o cartola foi simplista: “faço o que João Havelange sempre fez quando esteve à frente da  entidade”. A declaração está no volume 2 do relatório final das investigações, feitas pelo Senado.

A última denúncia contra Teixeira foi feita em Brasília. Para realizar um amistoso da seleção contra Portugal, uma empresa faturou R$ 9 milhões. O problema é que as despesas todas teriam sido pagas  pelo governo do DF, tendo José Roberto Arruda como chefe do executivo. O governo do DF pagou a conta da seleção e a suposta despesa da empresa de marketing misteriosa. O caso está sob investigação, desde 2007.

Placar UOL no iPhone