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  • Sparring sofre em treinos e brinca com Cigano: 'no início, eu batia nele como queria'
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Tudo sobre a edição de 12/11 com luta pelo título dos pesados

Divulgação
Cigano posa com o colega de longa data Erivan Conceição, na academia em Salvador

Cigano posa com o colega de longa data Erivan Conceição, na academia em Salvador

10/11/2011 - 06h00

Sparring sofre em treinos e brinca com Cigano: 'no início, eu batia nele como queria'

Maurício Dehò
Em São Paulo

A academia Champion, em Salvador, conta em suas paredes suas conquistas. Estão pintados lá os nomes de Acelino “Popó” Freitas, Rodrigo Minotauro, Everton Lopes e do próprio técnico Luís Dórea, responsável por uma safra vitoriosa primeiro no boxe e, mais recentemente, no MMA. E, desta última “arte”, espera-se mais uma mão de tinta, para registrar um título de Júnior dos Santos, o Cigano. Mas há apenas seis anos, o catarinense de Caçador não tinha todo o prestígio que o levou a desafiar o atual campeão do UFC Cain Velásquez. Era ele quem sofria na mão dos sparrings, que hoje precisam tomar cuidado para não serem nocauteados.

Além do próprio Dórea, que segue até hoje em parceria com Cigano, quem viu de perto toda a evolução do peso pesado é Erivan Conceição, pugilista da academia baiana. O catarinense se mudou para Salvador aos 18 anos foi garçom e teve uma loja de brinquedos. Pouco depois, começou a treinar jiu-jítsu com Iuri Carlton, que o indicou para treinar boxe com Dórea.

“No começo ele era muito verde no boxe, ainda não conhecia tanto da luta no chão, mas com a dedicação que ele mostrava, sempre soubemos que seria ser um grande lutador”, diz Erivan, há dez anos com Dórea, brincando com o amigo. “Eu sempre falo para ele: ‘Quando comecei, te batia como queria. Agora tenho de ficar atento, senão sou nocauteado!’.”

Erivan, um boxeador da categoria supermédio, foi um dos responsáveis pelos treinos do baiano para o combate em Anaheim, mas deu lugar a lutadores maiores, como Minotauro e Fábio Maldonado durante a preparação para encarar Velásquez. E o veterano pugilista - que na contra-mão do colega não “cedeu” ao MMA e segue no quadrilátero - conta o que mudou ao encarar o Cigano.

“Ele para mim é o melhor no boxe dentro do MMA, seus nocautes mostram isso. E é fruto da dedicação, de treinar boxe quase todo dia”, conta. “O Cigano se manteve essa mesma pessoa humilde, apesar de chegar onde chegou. Só perdeu um pouco de cabelo, quando chegou aqui era cabeludo (risos).”

Técnico lembra primeiro contato: "senti firmeza"

“Quando o Júnior foi até a academia dizendo que queria virar lutador, eu senti firmeza nas suas palavras e este foi o início”, relata Dórea, sobre seu encontro com o ainda principiante lutador, por intermédio do professor de jiu-jítsu Iuri Carlton.

ERIVAN ELEGE A ARMA

O melhor golpe do Cigano é o upper de direita. É muito forte. Ele treina quase todo dia e, quando pega, é nocaute na certa. Já sofri com ele muitas vezes

Erivan Conceição, pugilista que treina com Cigano desde o início com Luís Dórea

“Acho que o segredo é sua dedicação. Ele sempre teve talento, mas o importante é a disciplina como atleta. Tem que querer, e ele vive assim: não bebe, não fuma, não falta a nenhum treino”, adiciona o técnico. Após um teste contra um veterano peso pesado, o jovem trocou o boxe pelo MMA, ainda no início do trabalho de Dórea nas artes marciais mistas.

O treinador ficou famoso por ter como cria Popó, tetracampeão mundial de boxe, mas passou a se dedicar também ao MMA devido aos irmãos Nogueira. Eles começaram na nobre arte e, quando passaram a se dar bem no vale-tudo, foram afiar o boxe com o baiano, hoje um respeitado mestre nas artes marciais mistas. Após levar Minotauro ao título interino dos pesados, surge agora a chance de Cigano ser o campeão absoluto da categoria no UFC.

“Estamos muito contentes, o Cigano foi criado na nossa equipe e este é o momento que sempre buscou. Todas as suas sete vitórias no UFC foram esperando esse momento”, comentou Dórea, concluindo:

“Agora, vamos com tudo. Cain é um grande atleta, um campeão invicto, mas o Júnior está preparado para tudo: muay thai, jiu-jítsu, wrestling. Vamos evitar o clinch e ele está bem para evitar as quedas e usar sua pegada, que é acima do normal.”

Júnior Cigano
Júnior Cigano

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