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Cotoveladas de Felipe Sertanejo castigam adversário canadense no último UFC Rio

Cotoveladas de Felipe Sertanejo castigam adversário canadense no último UFC Rio

18/01/2012 - 06h00

Globo determina inserção do UFC em telejornais com didatismo e veto a sangue

Bruno Freitas
Do UOL, em São Paulo

Com duas transmissões ao vivo de UFC desde que acertou como parceira oficial no Brasil da liga de MMA, no fim do ano passado, a Globo já passou pelo batismo no esporte, em projeto disseminado através dos telejornais da casa. Mas antes de levar o mundo do octógono a sua base convencional de audiência na TV aberta, a emissora estudou maneiras de abordar jornalisticamente a natureza violenta da modalidade por meio de debates internos.

UFC NA TELA DA GLOBO

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Logo após fechar com o UFC do executivo Dana White, a Globo traçou estratégias de explicar o MMA para a parte do público da emissora que não tinha familiaridade com a modalidade. Além disso, o limite de violência que poderia ser usado em inserções nos telejornais foi discutido em reunião de executivos do jornalismo.  

"Foi uma ideia minha. Existia a preocupação de ser didático, mostrar que não é uma selvageria. Existem regras, árbitros, proteção aos lutadores. A ideia não é matar o cara. Existem regras a ser respeitadas. O José Aldo foi comemorar com o público e acabou advertido. Não é um circo romano", diz Cesar Seabra, diretor de Esporte em São Paulo, em menção a incidente do UFC Rio no final de semana passado.

Ainda nos dias que antecederam a segunda edição do UFC no Rio de Janeiro, matérias explicativas sobre o MMA foram levadas ao ar em programas da Globo. A emissora inclusive escalou o popular campeão Anderson Silva como uma espécie de professor, responsável por transmitir noções básicas de seu esporte.

Até o telejornal mais conservador da grade reservou minutos no horário nobre para ensinar golpes e regras da modalidade, em esforço de divulgação da transmissão do UFC Rio, que teve Galvão Bueno no comando. No sábado, dia do evento, o Jornal Nacional optou pelo didatismo especialmente para desvincular o MMA do vale-tudo, termo de sua origem que insinuava que qualquer golpe era permitido.

SEM SANGUE, MAS PRIVILÉGIO À "ARTE DO GOLPE" NA TELA

No mesmo debate em que reconhecia uma necessidade de ser didático com o novo produto do esporte da emissora, na apresentação a sua audiência, a Globo tratou de pensar os limites da violência, pelos menos em relação às inserções de UFC nos telejornais da grade.

Chegou-se a um consenso de que deveria se evitar os instantes mais brutos das lutas, filtrando cenas de sangue e estrangulamento, por exemplo. No entanto, apesar das limitações, os executivos de esporte da emissora entenderam que não poderiam ignorar totalmente a essência do golpe vencedor de uma luta, daquelas eventualmente mencionadas em reportagens.  

"Tivemos uma reunião para isso. As pessoas viam o MMA no canal Combate, no Sportv, mas na Globo ninguém tinha visto. Precisávamos ser didáticos. Queríamos mostrar os tipos de golpes, de onde eles eram oriundos, de qual arte marcial. Mostrar até onde se pode chegar. Fizemos materiais deste gênero para o Jornal nacional, para o Globo Esporte. A gente tenta evitar o sangue. Mas ao mesmo tempo não pode ir contra a arte do golpe. Queremos mostrar a arte do golpe em si, mas sem o sangue", afirma o diretor de Esporte em São Paulo. 

A responsabilidade na filtragem da violência é mais reforçada para a produção dos telejornais diurnos. Após o UFC 140, por exemplo, quando a emissora já havia entrado no segmento, o Globo Esporte evitou exibir na hora do almoço cenas da fratura de Rodrigo Minotauro e detalhes do estrangulamento sofrido pelo brasileiro Lyoto Machida em luta de título contra o norte-americano Jon Jones [dezembro passado, no Canadá].

Na oportunidade, o apresentador Tiago Leifert manifestou ao vivo para sua audiência da edição paulista do programa que o Globo Esporte evitava propositalmente as cenas mais fortes. Na última terça-feira, em evento de lançamento de novidades da atração, o jornalista reforçou o conceito sobre como abordar adequadamente o UFC na hora do almoço.

"Existe a preocupação de fazer as pessoas entenderem o esporte. E não dá para colocar sangue ao meio-dia e meia. Esse excesso a gente tem que tirar. Tanto que qual é o horário do UFC nos Estados Unidos? É late night (tarde da noite), e geralmente as pessoas assistem através do pay-per-view. Não dá para bem na hora do almoço, com as pessoas comendo arroz e feijão, colocar sangue", declarou Leifert.

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