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UFC on FOX 2

Card com Sonnen decide o destino de Anderson e Jon Jones, neste sábado

Divulgação
Demian e Sonnen duelaram em 2009 e, depois disso, chegam à 3 ª luta no mesmo card

Demian e Sonnen duelaram em 2009 e, depois disso, chegam à 3 ª luta no mesmo card

26/01/2012 - 06h00

Demian revê Sonnen pela 4ª vez em card do UFC e diz que polêmicas ajudam no show

Maurício Dehò*
Do UOL, em São Paulo

Há três anos, os ainda ascendentes Demian Maia e Chael Sonnen entraram no octógono para um duelo e o brasileiro triunfou com uma finalização. Neste sábado, com uma história já bem diferente como pano de fundo, os pesos médios voltam a uma coincidência que passou a ocorrer desde aquele encontro. Será a quarta vez que eles estarão em um mesmo card do UFC, em uma relação que mudou de pura rivalidade para o respeito.

O polêmico Sonnen vai encarar Michael Bisping na principal preliminar do UFC on FOX 2, em Chicago, pela chance de desafiar Anderson Silva, enquanto no combate anterior Demian Maia terá pela frente o invicto Chris Weidman.

A curiosidade entre eles é que o Ultimate passou a colocar os pesos médios nas mesmas programações, o que aconteceu no UFC 109, em 2010, e no 136, em outubro passado - com vitórias de ambos em suas lutas. Tudo o que envolve Sonnen acaba gerando polêmicas, por suas falas exageradas e ácidas, mas para o brasileiro, isso não passa de marketing e até traz benefícios. “Ele gera interesse e entretenimento para o público”, explica o brasileiro.

Vindo de vitória, Demian encara o embate com Weidman como fundamental para suas aspirações de título. A diferença para aquele “ás” do jiu-jítsu que pegou Sonnen com um triângulo, segundo ele, é ter se tornado um atleta mais completo, como exigem as artes marciais mistas. Em entrevista ao UOL, o paulista comentou a mudança de rival de última hora, falou da  relação com Sonnen e disse que sua evolução no esporte o torna páreo para enfrentar Anderson Silva:

UOL: Como foi saber da mudança de rival com cerca de dez dias para a luta?
Demian Maia: Foi um stress que rolou por umas duas horas. Eu achei que não iria mais lutar, e o problema é que você treina por três meses para levar seu corpo ao auge e ter de refazer este processo é algo bastante confuso. Outra coisa é que era uma luta com um adversário de renome e em um evento com grande repercussão, por isso fiquei chateado na hora, mas logo encontraram o rival. Mesmo não sendo um nome como o (Michael) Bisping, o Chris Weidman é tão duro quanto.

Mais uma vez você está em um card com Chael Sonnen. Como é estar ao lado dele, uma figura tão polêmica?
Eu acho excelente. Contando nossa luta, estive com ele três vezes e esta será a quarta. O Chael é um cara que sempre foi legal comigo, mesmo antes de lutar com ele. É aquela coisa, ele faz o personagem e vive aquilo porque gera mídia para ele. Tem o contrário, casos de lutadores que as pessoas acham que são humildes mas na verdade são o contrário disso. Inclusive lutadores brasileiros. É muito relativa essa questão da imagem.

Você não vê problemas com as bobagens que ele fala então?
Para a luta é muito bom, porque as pessoas ficam bravas, ou dão risada, gera um interesse e um entretenimento para o público. E é até uma forma de se divertir em uma semana tão tensa, em que você tem de cortar peso e se concentrar na luta.

O que dá para esperar do norte-americano Chris Weidman, que está invicto em sete lutas?
Ele é um lutador bem diferente do Bisping, tem uma base das lutas agarradas, principalmente da luta olímpica (wrestling). É relativo tentar dizer que eu seria favorecido pela troca, porque se ele é um cara da luta agarrada, pode fazer o combate ser duríssimo, complicando até mais do que se eu pegasse alguém do kickboxing, como o Bisping, e que eu pudesse levar à posição que quero, no chão. Talvez contra ele a transição da luta em pé para a de chão seja mais fácil, mas quando chegar na minha área, que também é a dele, será complicado.

Seu rival chegou a dizer que quer te finalizar. É algo ousado para quem vai enfrentar um lutador que é considerado o melhor no jiu-jítsu dentro do MMA, não?
Como qualquer lutador, ele tem que tentar mesmo. Pelo menos é isso o que eu vou fazer contra ele. Não sei em que contexto ele falou, mas um lutador não precisa respeitar a habilidade dos outros. Você tem de impor a sua e eu farei isso. Se puder, vou finalizar ou nocautear.

DEMIAN JÁ ENTROU NA PROVOCAÇÃO DO RIVAL


Quando Sonnen vier ao Brasil, ele não tem que se preocupar em saber se a gente tem tecnologia ou não. Acho que ele pode vir aqui que com certeza vai ter muita gente para ensinar a ele como se defender de triângulo

Demian Maia, respondendo a provocação de Sonnen e lembrando as derrotas como a para Anderson Silva, com um triângulo.

Com apenas dez dias para mudar a preparação para um novo rival, o que deu para ser feito?
Não houve o tempo ideal, mas fizemos o melhor que pudemos para nos adaptar a este novo adversário. Mexemos principalmente na parte tática, que é a maior mudança para este combate em relação ao inicial, contra o Bisping.

Weidman vai ter a luta da vida, em um card transmitido na TV aberta dos EUA e que pode colocá-lo na fila pelo título. Como é encarar um rival com esta motivação?
Eu tenho certeza de que ele vai dar todo o seu coração nesta luta. Ele sabe que pode ir para cima. Mas eu também sei da importância de vencer. Para mim é um compromisso fundamental pelo nível do evento e pela fase que vivo na minha carreira. A mesma raça que ele promete é a que eu vou levar para o octógono.

A sua categoria dos médios, é uma das mais difíceis pelo nível do campeão, Anderson Silva? Você acha que só após sua aposentadoria lutadores como você poderão tomar este cinturão?
De jeito nenhum. Como todos os lutadores, eu evolui muito. Nós lutamos há quase dois anos e hoje eu sou um lutador muito diferente do que eu era, em todos os aspectos. Eu melhorei nas quedas, na luta em pé, no preparo físico, na parte mental... Eu tenho certeza de que se tiver uma nova chance, eu tenho chance de ser campeão. Hoje eu sou um atleta de MMA no sentido mais completo da palavra, não apenas um lutador de jiu-jítsu. O esporte exige isso e vejo que cresci neste sentido.

*Colaborou Jorge Corrêa, do Na Grade do MMA

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