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Barulho e horário são os obstáculos para que o UFC seja realizado no Pacaembu

Barulho e horário são os obstáculos para que o UFC seja realizado no Pacaembu

31/01/2012 - 06h00

Entraves com o Pacaembu arriscam vinda do UFC a São Paulo, diz secretário

Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

A tão aguardada edição do UFC planejada para ocorrer em São Paulo está sob o risco de ter de procurar uma nova cidade. Segundo o secretário municipal de Esportes, Bebetto Haddad, entraves referentes às leis de silêncio urbano na capital paulista tem dificultado a negociação principal da organização, com o estádio do Pacaembu, e uma nova alternativa pode surgir em caso de fracasso, fora da cidade.

“Ainda não temos uma decisão sobre o UFC, mas minha vontade e a do prefeito (Gilberto Kassab) é de que ele ocorra no Pacaembu. No entanto, temos uma legislação, temos de respeitar um limite de horário e de barulho. Por causa disso, está cada vez mais difícil fazer eventos em São Paulo. Mesmo no Morumbi haveria dificuldade e sinto que, se por acaso não der certo, o UFC terá de ir para outra cidade”, afirmou Haddad, ao UOL Esporte.

Haddad diz que a prefeitura trabalha com otimismo em uma resolução favorável para a negociação do evento, que terá estrelas do porte de Anderson Silva, Vitor Belfort e Wanderlei Silva. A expectativa é de uma decisão ainda nesta semana, mas o grande obstáculo para a realização está nos limites de horário e de barulho permitidos pela lei, que são mais rigorosos em relação ao Pacaembu.

O Programa de Silêncio Urbano (Psiu), determina o barulho permitido para cada área da região de São Paulo. No caso dos entornos do Pacaembu, após as 19h o máximo permitido é de 45 decibéis, em eventos que só podem acontecer até a 1h da madrugada. Mas o estádio ainda atua sobre uma liminar ainda mais restrita: são proibidos eventos musicais depois das 22h. As partidas de futebol são permitidas, mas shows - mesmo que embutidos em eventos esportivos - não podem acontecer no local, como forma de respeitar o Psiu.

MORUMBI SE VÊ LONGE DO UFC

  • Folhapress

    O São Paulo segue distante do UFC, depois de ser cotado para sediar o evento e prometer bater recorde de público. De acordo com Roberto Natel, vice-presidente social do São Paulo, as conversas foram interrompidas na época dos primeiros rumores de que o Pacaembu receberia o evento. 'Depois disso não houve mais contato, o que me dá a impressão de que ocorra no Pacaembu mesmo. O Morumbi sempre está à disposição, mas acho que a data do dia 16 de junho seria inviável, pois negociamos um show para o dia 9. Para o dia 23, por exemplo, seria possível, apesar de não haver negociação no momento', afirmou ele.

A ONG Viva Pacaembu exige que as leis sejam respeitadas. Se entender que algumas dessas normas não serão cumpridas, promete acionar a Justiça para impedir a realização do evento. A ONG não pode agir antes do evento, mas pode trazer novas dores de cabeça para a prefeitura.

“Tem sido habitual a prefeitura não respeitar as regras quando o interesse deles está em jogo. É preciso apresentar toda uma documentação, mas eles fecham os olhos. É o que ocorreu em evento da Assembleia de Deus, em novembro”, lembrou a presidente da Viva Pacaembu, Iênidis Benfati. Este caso causou gerou protestos contra a Prefeitura e Kassab.

“Não acho que a nossa presença arrisque a realização. Eles nunca deram atenção aos nossos avisos. Eles simplesmente não cumprem e nós corremos atrás do prejuízo. Mas eles podem repensar o local. O que é claro é que pode haver lutas, mas o show embutido que este evento traz, com música alta, é que não pode. Acredito que eles terão o bom senso de escolher um outro lugar”, afirmou ela.

Segundo Iênidis, Anhembi e Morumbi são soluções para a realização do UFC - o estádio recebe shows habitualmente. Apesar de também respeitar a lei do silêncio, a topografia diferente das duas regiões é que permite a realização no estádio do São Paulo, que não ultrapassa os limites estipulados. No Pacaembu, a presença de prédios reverbera o barulho, enquanto o bairro do Morumbi é mais plana e o som “se perde”, causando menos prejuízos aos moradores.

Com a febre do MMA, Haddad vê o UFC como um evento que serve de outdoor para a cidade de São Paulo, ainda mais com a proximidade da Copa do Mundo. “A Viva Pacaembu ajuda muito a cuidarmos do estádio, mas se não imaginarmos um Pacaembu diferente, não teremos como sustentá-lo quando as arenas do Palmeiras e Corinthians estiverem prontas. Temos de imaginar como fazer o estádio ter receita convivendo bem com o bairro. Neste caso, seria uma grande chance de divulgar a cidade, já que se espera até 1 bilhão de espectadores no mundo todo”, defendeu o secretário.

O UFC de São Paulo é esperado para acontecer em 16 de junho, lutando para ficar entre os recordistas de público. No caso do Pacaembu, estima-se que 40 mil pessoas poderiam assistir aos combates, menos que o maior número da história do evento, as 55 mil pessoas do UFC 129, no Canadá. No Morumbi, seria possível estipular uma nova marca.

O grande atrativo deve ser a presença de Anderson Silva, defendendo seu cinturão contra o arquirrival Chael Sonnen. Além disso, a noitada conta com as finais do reality show do UFC, The Ultimate Fighter, que faz sua primeira temporada no Brasil, e o duelo dos técnicos do programa, Vitor Belfort e Wanderlei Silva.

Dana White, presidente do UFC, afirmou antes mesmo do combate do último sábado que, vencendo Michael Bisping, Sonnen é o próximo rival de Anderson Silva e que o norte-americano terá de vir ao Brasil para desafiar o campeão dos médios.

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