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UFC Rio

Tudo sobre a edição 134 do evento, dia 27/08, no Rio de Janeiro

Arte/UOL
Marajó (e) ao lado de Lyoto Machida, companheiro de treinos de longa data em Belém

Marajó (e) ao lado de Lyoto Machida, companheiro de treinos de longa data em Belém

18/08/2011 - 13h00

Ex-cozinheiro na aeronáutica, Marajó defende série arrasadora com dicas de Lyoto

Maurício Dehò
Em São Paulo

O estado do Pará foi responsável por revelar o ex-campeão dos meio pesados Lyoto Machida e, neste UFC Rio, pode trazer mais uma esperança de títulos. Iuri Alcântara, mais conhecido como Marajó, fará sua estreia no evento deste dia 27. O lutador, que já foi um cozinheiro na aeronáutica, defende uma série impressionante em seu cartel, que já conta com conquistas como a do Jungle Fight e uma participação no extinto WEC.

DUELO BREGA X SERTANEJO

  • O card preliminar do UFC Rio terá um duelo "cultural" curioso. De um lado, o defensor da música brega paraense Iuri Marajó, e do outro o sertanejo Felipe Arantes. "É uma pena que dois brasileiros vão ter de se enfrentar e a torcida terá que se dividir", lamentou o paraense - a outra luta nacional da noite terá Raphael Assunção x Johnny Eduardo. Apesar pelo gosto pelo brega, Iuri não opta por este tipo de música para subir ao octógono, e prefere uma canção do Pregador Luo.

  • Gosto musical à parte, a princípio Marajó enfrentaria o canadense Antonio Carvalho, que se lesionou na preparação para o UFC Rio. Com a mudança, terá pela frente o fã de Bruno & Marrone "Sertanejo", que também fará a sua estreia no evento.

Nascido na Ilha de Marajó, ele não perde há 11 lutas, sendo que em dez delas conseguiu liquidar seu adversário antes do fim dos rounds. Foram seis finalizações e quatro nocautes, e apenas um duelo decidido pelos jurados. E, em suas preparações, uma constante tem sido fundamental, ao dividir os treinos com o já consagrado Lyoto.

“Eu o conheço desde o início, éramos faixa azul de jiu-jítsu e treinávamos juntos. Hoje, mesmo com o Lyoto tendo sua academia, sempre estamos juntos”, conta Marajó, de 30 anos, que vai enfrentar no Rio o também estreante Felipe Sertanejo. Será ainda sua primeira luta como peso pena, após lutar nos leves.

“Hoje o Lyoto já é um ex-campeão, é um cara que viaja, traz novidades e está sempre corrigindo nosso jogo e acrescentando coisas importantes para a gente”, adiciona o ex-campeão do Jungle Fight.

Apesar de ter começado em 2004 no MMA, Marajó só decolou na carreira em 2008. Apesar de três derrotas em seus primeiros dois anos nesta nova fase, a partir de novembro de 2009 sua fase arrasadora teve início.

Os resultados culminaram na participação no WEC 53, em que venceu por nocaute. Com a fusão do evento com o UFC, sua ida para a maior organização da atualidade foi algo natural. Estrear no Brasil, no entanto, foi uma surpresa.

“Para mim, parece que só agora caiu a ficha. Sei que este é meu momento e estou bem preparado ”, afirma ele, que não traça grandes estratégias, apostando no potencial que seu jiu-jítsu e seu muay thai têm.

CONHEÇA IURI MARAJÓ

IDADE: 30 anos
NATURALIDADE: Ilha de Marajó
CATEGORIA: Pena
ESPECIALIDADES: Muay thai, Jiu-jítsu
CARTEL: 24 vitórias e três derrotas
ÚLTIMAS LUTAS: Vem de 11 vitórias, sendo só uma por pontos
RIVAL: Felipe Sertanejo

A luta marajoara e a vida de cozinheiro

A grande ilha de Marajó, localizada na foz do rio Amazonas, foi o lar durante toda a infância de Iuri, que morou boa parte da vida em uma fazenda, com o pai, vaqueiro, e a mãe, professora das crianças locais. Curiosamente, ele já tomava gosto por lutar.

Além de jogar bola, o paraense foi criado com a cultura da luta marajoara, uma disputa semelhante ao wrestling. Iuri trabalhava com gado e, no fim da tarde, depois das peladas, era comum ir para a “briga”.

“Os pais costumam colocar os garotos para disputar a luta marajoara. Então eu cresci com isso, lutando com pessoas maiores, aprendendo”, relembra.

Aos 18 anos veio a mudança fundamental em sua vida, quando passou a servir a aeronáutica, na capital Belém. Marajó passou quatro anos servindo, e só não continuou por preguiça de estudar, e porque sua antiga paixão falava mais alto.

“Eu trabalhava na cozinha na aeronáutica. Fazia o café da manhã e, no almoço, mais próximo de sair, já fazia arroz e feijão para o pessoal. Mas sempre gostei mesmo de lutar. Em Belém eu comecei a treinar muay thai e jiu-jítsu, e com uns 20 anos já comecei a lutar MMA”, conta ele, que atribui às Forças Armadas sua educação e disciplina, elementos que, indiretamente, podem ter papel fundamental para definir seu sucesso nesta estreia no UFC.

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