por Murilo Garavello   

A pior campanha de um campeão do mundo que defendia seu título na história das Copas: duas derrotas e um empate em três jogos. Nenhum gol marcado. Despedida melancólica, vergonha, humilhação. Este cenário não estava nos planos do mais pessimista dos franceses.


Afinal, a França chegou à Copa como uma das duas grandes favoritas -ao lado da Argentina. Seus jogadores davam declarações otimistas.

Os títulos na Copa-98, na Euro-2000 e na Copa das Confederações-2001 os credenciavam. Sete dos titulares campeões mundiais no time-base. No banco de reservas, Roger Lemerre, assistente de Aimeé Jacquet, técnico de 98. Nos bancos, contratos coletivos de patrocínio para a seleção no valor de US$ 35,5 milhões, com 54 patrocinadores diferentes.

Com a bola rolando, a história toda mudou. Na estréia, os franceses subestimaram Senegal: não os conheciam e imaginavam que a equipe africana jogaria no ataque. Ledo engano. A retranca e os rápidos contra-ataques -que "mataram" os trintões defensores franceses- deram a vitória a Senegal.

Após a primeira derrota, a crise -e as intrigas. Leboeuf reclamou de Djorkaeff, que foi criticado pelo técnico Lemerre. Desailly apontou defeitos em Trezeguet, que o mandou "cuidar de seus problemas". E Zidane, contundido em um amistoso antes da Copa, não melhorava.

O jogo contra o Uruguai. Com os nervos descontrolados, Henry foi expulso na metade do primeiro tempo. O gol não saiu. O empate sem gols deixou os franceses na berlinda: teriam de vencer a Dinamarca por dois gols.

Zidane então apressou sua volta. Treinou mesmo estando visivelmente sem condições plenas de jogo. Foi para o sacrifício. Contra a boa defesa da Dinamarca, nem com Zidane, a França novamente não conseguiu o gol. E tomou dois: um no primeiro, outro no segundo tempo. Os favoritos estavam eliminados.

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Após se lesionar em amistoso, a expressão de Zidane mostra que ele notou a gravidade da lesão


Africanos causam surpresa com defesa forte e bem posicionada,
e contra-ataques muito rápidos


Estamos ainda mais fortes do que em 98. Nossos jogadores são mais experientes
Zidane, estrela francesa, antes da estréia na Copa

Além da qualidade individual, temos a parte coletiva mais forte.
Desailly, capitão francês, antes da estréia na Copa



O atacante Trezeguet foi um dos que entrou em polêmica; Leboeuf e Desailly aderiram ao bate-boca


Com dez homens em campo durante boa parte da partida,
França não saiu do empate


Leboeuf (foto) e Desailly mostraram não ter mais
o mesmo vigor de 1998


Você não ganha Copa com zagueiros ruins
Eric Cantona, ex-jogador, sobre Leboeuf e Desailly


Quero fazer algo brilhante nesta Copa,
mas quando olho para meus companheiros,
não vejo a mesma determinação
David Trezeguet, dois dias após a derrota para Senegal




Henry (dir) foi expulso contra a seleção uruguaia. Petit (esq) levou o segundo cartão amarelo


Mesmo ainda sentindo a perna, Zidane colocou proteção e voltou aos treinos para ajudar o time


A França não conseguiu furar a defesa da Dinamarca, sofreu gols no contra-ataque e se despediu


Nunca imaginei que poderíamos ser eliminados na primeira fase da Copa
Zinedine Zidane, após a eliminação

Somos a melhor equipe do
mundo apenas no papel
Patrick Vieira, após a eliminação




Para saber mais sobre a eliminação francesa, clique aqui.




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