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Jon Jones ajoelha no octógono após vencer Rampage em sua 1ª defesa de cinturão
Jon Jones teve um ano e tanto. Em janeiro, era apenas uma revelação do MMA. Em março, virou o campeão mais jovem da história do UFC - desde a criação das atuais categorias. Defendeu seu cinturão uma vez, em setembro. Foi premiado com o Oscar do MMA em novembro. E, mesmo assim, pode perder seu título em dezembro: neste sábado, no UFC 140, será desafiado pelo brasileiro Lyoto Machida.
Mesmo com toda esta virada em sua vida, aparentemente o lutador não deixou o sucesso subir à cabeça. Fama esta representada pelo do reconhecimento dos fãs na rua, a compra de seu primeiro carrão e a responsabilidade de se manter no topo de uma das categorias mais duras do Ultimate.
“Minha vida não mudou muito”, afirmou Jones, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, referindo-se à conquista do cinturão no UFC 128, contra Maurício Shogun. “Ainda tenho meus amigos e a família ao meu lado, como foi em toda a minha vida. As pessoas me reconhecem mais quando vou aos lugares, mas é assim mesmo. Quero aproveitar o momento e crescer a partir disso. Eu adoro ser o campeão.”
Campeão, por sinal, parece ser a palavra-chave para o futuro do norte-americano de 24 anos. “Minha meta é ser o campeão do UFC pelo resto da minha vida. Mas só posso focar em uma luta de cada vez. E isso é tão difícil quanto os adversários que terei pela frente”, analisou.
O desafio da vez, por sinal, era algo esperado. Jones afirmou que tinha certeza de quem um dia enfrentaria Lyoto Machida. O brasileiro já deteve o cinturão dos meio-pesados, mas o perdeu para Shogun - o mesmo lutador que perdeu o título para Jones. Apesar de ter estudado muito o rival deste sábado, no entanto, Jones não se abre em questões técnicas e táticas.
Jon Jones tem laços criados com os brasileiros, afinal, estreou no UFC vencendo Andre Gusmão, conquistou seu cinturão sobre Maurício Shogun e agora encara Lyoto Machida. Mas e se fosse para encarar um rival verde-amarelo em território brasileiro? Jones diz que aceitaria. "Vi o UFC Rio e parece uma atmosfera fantástica para se lutar. Se um dia o UFC decidir que eu lute no Brasil no futuro, seria uma grande honra", afirmou Jones, ao UOL. Apesar de nunca ter experimentado o barulho dos brasileiros, o campeão dos meio-pesados diz que isso não é uma preocupação para ele. "Eu não foco muito na multidão. Só presto atenção no que rola no octógono e com quem estou lutando. Mas acho muito legal a atmosfera que fãs tão exuberantes podem criar."
“Contra Rampage [sua última vitória], eu quis ser mais lento, devido ao perigo que ele representa em pé. Mas cada preparação é diferente. Você treina para um estilo de adversário, mas, como sempre digo, o mais importante para mim é praticar e melhorar minhas próprias virtudes e fraquezas. Eu foco na minha própria luta”, explicou ele, sempre muito respeitoso ao falar de Lyoto.
Aos 24 anos, Jones foi eleito o melhor lutador do ano no “Oscar do MMA”, o MMA Awards da revista “Fighters Only”, batendo Anderson Silva. Fala-se, inclusive, que uma superluta entre eles seria um dos duelos mais aclamados na atualidade. Sobre isso, ele se esquiva: “Tenho muito respeito por Anderson, mas só estou focado em enfrentar Machida.”
Ter de responder a questões como essa representa a rapidez com que a carreira de Jones ascendeu. Ele estreou no MMA em abril de 2008 e no UFC, quatro meses depois, já com seis vitórias no cartel. No Ultimate, teve uma infeliz derrota - devido a uma cotovelada ilegal em Matt Hamill -, mas não se abateu e contou com a sorte de ser colocado frente a frente com o campeão Shogun após uma lesão tirar Rashad Evans do card.
Só em 2011 são quatro lutas, levando em conta a deste sábado. Muitos poderiam ter se envaidecido com tantas conquistas e se perdido com as responsabilidades, mas Jones fala como um lutador experiente, mesmo tendo apenas há poucos anos trocado uma vida em “empregos esquisitos por tentar a sorte” no MMA.
“É preciso muita dedicação para chegar a isso. Mas eu amo os desafios. Não sei se eu esperava uma chance de ser campeão tão rapidamente, mas eu tinha certeza que venceria quando conseguisse a oportunidade. Foi um ano cheio, quatro lutas são muita coisa, ainda mais com três delas pelo cinturão e contra três lutadores que já tiveram o título”, adiciona o lutador.
Como se sabe, chegar ao topo às vezes não é tão árduo quanto se manter nele. Sábado é dia de Jones tentar provar pela segunda vez que tem o necessário para seguir no topo do UFC. E, se depender da confiança transmitida nas palavras do campeão, Lyoto Machida terá trabalho...
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