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Samuel viajou de Roraima para a seletiva; Viscardi (d), de SP, teve o apoio da mulher

Samuel viajou de Roraima para a seletiva; Viscardi (d), de SP, teve o apoio da mulher

14/12/2011 - 13h29

Família e "vaquinha" ajudam, e lutadores gastam até R$ 3 mil na seletiva de reality

Maurício Dehò
Em São Paulo

O anúncio da primeira edição brasileira do reality show do UFC, o The Ultimate Fighter, representa uma chance de ouro para os lutadores verde-amarelos que sonham lutar no evento. E, na tentativa de conseguir uma vaga no programa, valeu contar com o apoio da família e até aquela “vaquinha” dos amigos para se apresentar na segunda fase da seletiva, realizada nesta quarta-feira em São Paulo.

Entre uma maioria de anônimos e alguns mais conhecidos, como o ex-BBB Marcelo Zulu, mais famoso na luta greco-romana, houve quem viajou cerca mais de 24h em busca do tão almejado contrato com o UFC - os vencedores de cada categoria, pena e médio, assinam com o evento. É o caso de Samuel Trindade, de 25 anos, que não pensou duas vezes antes de deixar Roraima para esta primeira etapa presencial do processo seletivo.

“Vim aqui para saber como é. Todo lutador tem o sonho de entrar no UFC. Contei com uma ‘vaquinha’ dos meus amigos e alunos em Boa Vista, e acho que vou gastar uns R$ 3 mil nessa brincadeira”, contou Samuel, que enfrentou uma longa jornada até São Paulo. Ele viajou de Boa Vista a Manaus de carro, percorrendo os 800 km entre as cidades em 12h. Depois, por um erro de planejamento voou para o Rio, e só depois chegou a São Paulo, ainda sem passagem de volta.

“O MMA surgiu por uma necessidade de fome mesmo. Eu lutava jiu-jítsu desde os 15 anos. Meu pai, que é camelô, teve todas as suas coisas apreendidas e surgiu um campeonato de vale-tudo que premiava com R$ 500. Eu e meu irmão fomos, e trouxemos o dinheiro para casa”, disse o fã de Anderson Silva, que admitiu tentar imitar o estilo do campeão dos médios. O lutador faz faculdade, dá aulas de jiu-jítsu e trabalha como agente de trânsito.

A história de vida simples, dividindo trabalho e treinos, é uma constante em quem compareceu à capital paulista, como Renato Gomes, o Pezinho, de Londrina (PR). Pintor em horário comercial e lutador à noite, ele também contou com uma vaquinha de amigos, mas disse que os gastos são válidos. “Não dá para perder a chance. A gente passa por muito na vida, essa é a parte boa”, afirmou ele.

Os lutadores ficaram frente a frente com nomes como Joe Silva, matchmaker do UFC - o profissional que é o principal responsável por escolher os lutadores e combates de um card. Dana White, presidente, e Lorenzo Fertitta, um dos donos do Ultimate, também estão em São Paulo.

Nesta quarta, os inscritos passaram por testes para mostrar habilidade nas diversas artes marciais e entrevistas. De mais de 300 lutadores selecionados para esta etapa - foram 500 inscritos - apenas 70 seguirão para mais duas etapas de entrevista.

Alguns ficaram pelo caminho ainda no começo da manhã, como William Viana, de 34 anos. Morador da Rocinha, ele veio do Rio para a seletiva, mas ficou na bronca por não ter avançado das primeiras etapas, depois de um teste de luta de chão com outro concorrente à vaga. “Era a chance de uma virada para minha vida. Na verdade, só queria entender o critério. Se fosse na pontuação de uma luta de grappling, eu teria vencido meu rival de hoje, mas foi ele quem passou”, afirmou ele, numa reclamação que surgiu entre alguns dos cortados.

Além da análise de cartéis e das habilidades nas artes marciais, vale lembrar que será levado em conta pela organização a personalidade dos lutadores. Afinal, o reality show mostra não só os treinos, mas o cotidiano durante o programa. Eles ficam em uma casa e se enfrentam até a final. A primeira edição brasileira do The Ultimate Fighter terá início em 25 de março e vai até junho, com transmissão aos domingos à noite, na TV Globo.

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