Mano encontra time ideal, mas lida com desconforto por mudanças frequentes

Carlos Padeiro

Em Córdoba (Argentina)

  • REUTERS/Paulo Whitaker

    Treinador adotou três escalações diferentes e admite que é difícil barrar um atleta

    Treinador adotou três escalações diferentes e admite que é difícil barrar um atleta

Mano Menezes parece ter, enfim, encontrado a melhor escalação para o Brasil na Copa América. Depois de iniciar três partidas com três formações diferentes, o treinador provavelmente não realizará mais mudanças, fato que o livra de novos desconfortos perante alguns atletas.

  • Fernando Vergara/AP

    Julio Cesar reconhece falha no 1º gol: "Minha atuação foi muito abaixo da média"

    Julio Cesar deu um susto na seleção brasileira ao falhar no primeiro gol do Equador em um chute de fora, quando o Brasil vencia por 1 a 0. Na saída do estádio Mario Alberto Kempes, onde o time venceu por 4 a 2 e se classificou para as quartas de final da Copa América, o goleiro reconheceu o "frango", disse que precisa amadurecer e treinar mais. Ainda deu a nota 1,5 e 2 para sua atuação em campo.

    "Então, o lance do gol foi um lance complicado. Parece que foi uma bola prensada com o Lucio. Não entendi bem. Acabei escolhendo um gesto técnico errado. Mas acho que essa noite o que vale foi como a seleção encarou o jogo: superação, maturidade...Por duas vezes saímos na frente e deixamos o Equador empatar, mas vencemos".

O próprio Mano admite que não tem sido fácil sacar alguns jogadores de peso, que até tentam, mas não conseguem disfarçar a insatisfação. Robinho foi o primeiro a perder seu lugar cativo, quando deu lugar a Jadson contra o Paraguai, no último sábado. O camisa 7 recuperou a titularidade no triunfo por 4 a 2 sobre o Equador e assim deve permanecer para encarar novamente o Paraguai, pelas quartas de final.

Na lateral direita, a briga é acirrada desde os tempos de Dunga. Daniel Alves era o preferido, porém jogou mal nas duas primeiras partidas e viu Maicon crescer. O atleta da Inter de Milão foi um dos melhores em campo, talvez o melhor contra o Equador, e não há como tirá-lo agora.

"Trabalho para gerenciar 23 jogadores, conduzi-los e tirar o melhor de cada um. Assim enxergo a função de técnico da seleção. Às vezes é de forma mais cômoda, quando você tem dois extraordinários jogadores da mesma posição, como o Dani Alves e o Maicon. Às vezes é de forma mais polêmica, mas vou fazer o que tem que ser feito. O Robinho fez um bom jogo. Como eu sempre digo, quando o coletivo melhora a individualidade aparece", comentou Mano, sobre as alterações no time que escalou.

Dias antes, o técnico gaúcho havia dito: "O ruim na vida de um técnico é que para colocar um jogador ele tem que tirar outro."

Maicon era visivelmente o atleta mais incomodado com a condição de suplente. "Vou falar o que? Não estou jogando", respondeu a um repórter, que o convidou a dar entrevista depois do empate por 2 a 2 com o Paraguai.

Já Daniel Alves soube lidar melhor com situação. "[Maicon] É um grande jogador, acho que teve a oportunidade e tem que aproveitar. A seleção conseguiu fazer um grande jogo, espero que seja a vitória para dar o pontapé para a nossa arrancada", observou o lateral do Barcelona.

Se o critério para barrar um atleta fosse apenas falhas, Julio Cesar iria para o banco no fim de semana. Entretanto, o histórico favorece o goleiro, que seguirá na equipe.

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