Time de futebol amador dá "volta ao mundo" com atletas que passaram por 10 países

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

  • Milton Flores/UOL

    Trio volta ao mundo: Leandro Rocha, Maurício e Fabinho comemoram gol

    Trio volta ao mundo: Leandro Rocha, Maurício e Fabinho comemoram gol

A várzea de São Paulo tem um time verdadeiramente internacional. No elenco do Noroeste, da Vila Formosa, alguns atletas que passaram pelo futebol de dez países diferentes, incluindo Portugal, Alemanha e até Vietnã e Honduras.

Toda essa experiência é fruto das viagens de três meio-campistas: Leandro Rocha e Fabinho, que atuam na criação das jogadas, e Maurício, volante que organiza o meio-campo. O inusitado é que, desse grupo, só Maurício está aposentado do futebol profissional.

O TRIO DA VOLTA AO MUNDO NA VÁRZEA

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    Fabinho: passagem por Vietnã. Hoje, em Honduras

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    Leandro Rocha, o Kanu: Ucrânia, Alemanha e Turquia

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    Maurício: volante passou por Turquia e Portugal

Aos 26 anos, Fabinho é o mais internacional do trio: ainda tem contrato com o Deportes Savio, do futebol de Honduras. "Já passei por times do Vietnã, do Qatar, da Turquia. Fiz testes na Romênia. E passei por vários clubes do Brasil. Joguei aqui no Nacional, nas categorias de base do São Paulo, por Brasília, Paraná e Bahia", conta o meia, que já marcou três vezes na Copa Kaiser pela equipe. "O futebol de Honduras não é ruim, mas o Noroeste é melhor do que alguns times de lá".

Já Leandro Rocha está, atualmente, sem time. "Eu acabei de voltar da Ucrânia. Joguei um bom campeonato no Paulista da Segunda Divisão (equivalente à quarta divisão paulista) e o pessoal de um time ucraniano gostou. Fui para lá, mas me machuquei e fiquei só quatro meses", conta o jogador, um verdadeiro andarilho do futebol.

Com apenas 24 anos, Leandro acumula oito times brasileiros e três experiências no exterior. Já passou por Palmeiras B, Juventus e CRB, de Alagoas. Nesses times, era chamado de Kanu, pelo físico – tem 1,94m. "Primeiro, fui para a Turquia, jogar no Gaziantepspor. Foram duas passagens rápidas. Depois, consegui um teste no Bayern B, da Alemanha, mas não fui aprovado. A última passagem aconteceu na Ucrânia, no Bolu", lembra o jogador, que só está jogando na várzea por causa dos amigos. "Há um mês, voltei para o Brasil, estava parado, sem clube. Fui criado na região, me convidaram e resolvi correr um pouco pelo Noroeste. Mas estou na ativa e, se pintar mais alguma oportunidade, estou viajando", avisa.

O caso do volante Maurício é diferente. Trintão, ele parou de jogar futebol profissionalmente aos 29 anos, por motivos pessoais. Estava na Europa e tinha uma carreira, que se não era estelar, era sólida. Jogou por equipes da Turquia e de Portugal. Hoje, é dono de posto de gasolina. "Quando voltei para o Brasil, fiquei pouco tempo sem jogar. Você sente falta de correr atrás da bola. É um amor meio difícil de esquecer. Hoje, mesmo trabalhando bastante, eu consigo tempo para jogar bola três vezes por semana", conta o volante, um dos principais nomes do time.

O trio não está sozinho em experiência no futebol profissional. O atacante Carlão e o defensor Bimba já rodaram pelo futebol do interior paulista. E o time chegou perto de contar com uma estrela ainda maior: "Fechamos com o Gil, ex-Corinthians, que estava no Internacional de Porto Alegre. Acertamos tudo para ele jogar pelo Noroeste, mas o prazo de inscrição já tinha fechado", conta Lincoln Silva, diretor do time.

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