O Museu do Futebol em São Paulo chega a um novo estágio de sua existência com a inauguração nesta sexta-feira do Centro de Referência do Futebol Brasileiro. O novo espaço no estádio do Pacaembu contemplará pesquisadores e apaixonados pelo esporte com uma infinidade de informações, com direito a depoimentos em vídeos de jogadores da seleção e uma espécie de raio-X da várzea paulistana.

Ao todo são mais de 3 mil times de várzea da cidade cadastrados no banco de dados, cuja versão online terá até navegação em 3D à disposição [na internet, o acervo estará em http://www.museudofutebol.org.br/crfb/].

O arquivo terá informações, por exemplo, da Associação Atlética Açucena, time de 1902, considerado o escrete de várzea mais antigo de São Paulo. Lá também estarão o Esporte Clube Tenondé Porã, formado por índios guaranis da cidade, e o Negritude Futebol Clube, famoso por organizar a Copa Negritude e reunir o maior número de times amadores da zona leste.

"É um registro da própria história da cidade, da expansão urbana de São Paulo", diz Daniela Alfonsi, coordenadora de documentação, pesquisa e exposição do Museu do Futebol.

O projeto contempla biblioteca, midiateca e um banco de dados virtual com vídeos, fotos e histórias do acervo do museu. O centro dará acesso a uma seleção composta por 1.700 livros e informações sobre 260 pessoas entrevistadas e 493 instituições, como clubes de futebol profissional e amador, além de torcidas organizadas e estádios.

Quem visitar o Centro de Referência presencialmente também poderá conferir os vídeos do projeto de história oral, chamado de "Futebol, Memória e Patrimônio". São mais de 120 horas de entrevistas gravadas com 55 jogadores da seleção brasileira que atuaram entre as Copas de 1954 a 1982.

Em áudio e vídeo, estarão lá nomes como Carlos Alberto Torres, Emerson Leão, Amarildo, Djalma Santos e Ademir da Guia. O depoimento de Dino Sani, campeão mundial de 58, tem mais de quatro horas de duração.

A entrada ao Centro de Referência no Pacaembu é gratuita e não está necessariamente atrelada à visita ao acervo do Museu do Futebol. Para acessá-lo, o visitante terá de retirar um crachá na bilheteria e se dirigir ao elevador localizado ao lado do Bar do Museu. O local funcionará de terça a sábado, das 10 às 17h.

Desta forma, o Museu do Futebol espera incrementar a frequência de público, que em 2013 já bateu a marca de 1,7 milhão de visitantes.