Eurocopa marca domínio espanhol e decadência da França pós-Zidane

Do UOL, em São Paulo

23/06/201220h35

REUTERS/Yves Herman

Derrota para a Espanha, na Ucrânia, decretou eliminação francesa da Euro

No dia em que Zinedine Zidane completou 40 anos, a seleção francesa foi mais uma vez o que tem sido desde a aposentadoria do seu melhor jogador. A queda para a Espanha neste sábado, por 2 a 0, pelas quartas de final do torneio europeu repete os fracassos da era pós-Zizou.

Estar entre os oito melhores do continente foi o que de melhor fez a França desde que o camisa 10 se aposentou em 2006. Desde então, o time caiu na primeira etapa da Euro em 2008 e sofreu para classificar para a Copa de 2010 na África do Sul, onde também foi eliminada na fase de grupos.

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	Juca: Espanha, como se esperava, mas sem brilhar. Quase de modo monótono, Xabi Alonso fez dois gols.
	Ceará: A Espanha esconde a bola. Isso não é segredo. Nós é que esquecemos de jogar assim.

Os fracassos em campo não são os únicos responsáveis pela vergonha dos franceses. Além de ineficiente, as últimas seleções foram marcadas por escândalos fora dos campos. Foi assim novamente nesta Euro com registro de brigas entre os principais jogadores do time após a derrota para a Suécia na primeira fase do torneio.

A decadência francesa coincide com a ascensão da Espanha. Vencedor neste sábado, o time de Xavi, Iniesta, Fábregas e Alonso chega à semifinal com a bagagem de quem foi campeã da última edição da Euro, da Copa do Mundo de 2010 e lidera o ranking da Fifa há quatro anos.

A vitória sobre a França levou os espanhóis a acumularem 18 jogos seguidos sem perder, contabilizando apenas partidas em competições oficiais. O último resultado negativo foi a derrota para a Suíça, por 1 a 0, na estreia da Copa de 2010.

Mais do que a vaga para a semifinal, a vitória espanhola mostrou mais uma vez quem manda na Europa desde que Zidane resolveu parar.

FIM DO JEJUM

A vitória neste sábado em Donetsk, na Ucrânia, encerrou um jejum dos espanhóis contra os franceses. A atual campeão da Copa do Mundo e da Euro nunca havia vencido os rivais em uma das grandes competições.
Antes do jogo deste sábado, França e Espanha tinham se enfrentado seis vezes em Mundiais e Eurocopas. Eram cinco vitórias da francesas e um empate.
"O bom do futebol é que sempre há tempo para uma revanche. Hoje foi a nossa vez", afirmou o lateral Sergio Ramos.

BARÇA X MADRID?

Como tudo no futebol espanhol, o duelo da próxima quarta-feira, entre Espanha e Portugal, pela semifinal da Euro, é visto sob a ótica da rivalidade Barcelona e Real Madrid. O fato de ter quase metade do time formada com atletas do Barça – cinco começaram jogando neste sábado – e dos portugueses contarem com Cristiano Ronaldo e Pepe fez os espanhóis lembrarem das polêmicas dos últimos clássicos.
Questionado pelos jornalistas espanhóis, Busquets tentou diminuir o clima de rivalidade. "O jogo não é Cristiano Ronaldo contra a nós. E, sim, Espanha e Portugal", afirmou o volante do Barça. Quatro jogadores titulares da seleção espanhola jogam no Real Madrid: Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos e Xabi Alonso.

SEM UM 9

Na vitória contra a França, o técnico espanhol Vicente Del Bosque manteve o esquema dos últimos jogos e começou o jogo sem um centroavante. O homem mais avançado da equipe era o meia-atacante Cesc Fábregas, que no segundo tempo foi substituído por Fernando Torres.
Pelo o que disse após o jogo contra a França, Del Bosque indicou que deve manter o time titular sem um camisa 9. "Temos três jogadores que atuando no ataque que são bons, que nos permitem ter controle do jogo. Vejo o Fábregas bem para jogar. Não tenho que dar muito mais explicações", afirmou o treinador.

BENZEMA ZERADO

Vestindo a camisa 10 da França, que já foi de Platini e Zidane, Benzema pouco fez na Eurocopa. O atacante do Real Madrid encerrou sua participação no torneio sem um único gol no currículo.
O francês foi o único dos principais atacantes das seleções mais destacadas da Euro a não marcar. Torres, da Espanha, Rooney, da Inglaterra, Cristiano Ronaldo, de Portugal, Balotelli, da Itália, e Gómez, da Alemanha, já balançaram as redes na Ucrânia e na Polônia.