Paparicado no Japão, Sheik diz que experiência no país moldou sua educação pós-favela

Bruno Freitas e Bruno Thadeu

Do UOL, em Nagoya (Japão)

  • AP Photo/Shizuo Kambayashi

    Emerson tem tido atenção especial dos japoneses em estadia do Corinthians no país

    Emerson tem tido atenção especial dos japoneses em estadia do Corinthians no país

Nos últimos dias, quando os canais da televisão japonesa abordam a participação do Corinthians no Mundial de Clubes, é através da figura de Emerson que os anfitriões apresentam os brasileiros. O atacante tem lidado com o carinho de um povo com o qual conviveu por seis anos e diz que a cultura nipônica foi determinante na formação de seu caráter como adulto.

Emerson viveu no Japão entre 2000 e 2006, defendendo as cores de três clubes, Consadole Sapporo, Kawasaki Frontale e Urawa Red Diamonds. Antes de ir para a Ásia, o atacante saiu de uma origem em uma comunidade pobre de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, seguida de uma breve passagem pelas categorias de base do São Paulo. E foi do outro lado do mundo que o corintiano diz ter se "educado".

"Eu morava numa favela no Rio de Janeiro e tive uma passagem rápida por São Paulo. Eu ficava em casa o dia inteiro com meus irmãos, sozinhos, dentro de uma favela, porque minha mãe trabalhava o dia inteiro. Toda minha educação eu tive aqui com o povo japonês, aprendi a ter respeito aqui, respeito ao próximo, além do lado profissional", declarou o atacante em entrevista nesta sexta-feira.

  • Bruno Freitas/UOL

    Koshuo Hirota promete vigília no hotel que hospeda o Corinthians para ter autógrafo de Sheik

"Aqui vi meus filhos crescerem, melhorei como ser humano, cresci muito. O povo japonês me deu muito mais do que eu imaginava. Tenho uma gratidão país eterna pelo país. Falo isso por mim e em nome da minha família", acrescentou o atleta de 34 anos.

Em oportunidades passadas Emerson já mencionou a dificuldade de crescer em meio a uma realidade de violência. Certa vez, questionado sobre a pressão de jogar no Corinthians, disse que achava mais complicado "escapar das balas perdidas" na infância e adolescência. 

DEMONSTRAÇÕES DE CARINHO DOS JAPONESES

Na quinta-feira, na chegada da delegação do Corinthians ao aeroporto de Narita, Emerson foi abordado por uma emissora japonesa e disse algumas palavras no idioma local. Na entrevista oficial do protocolo Fifa, nesta sexta, o jogador voltou a ser requisitado a se expressar no idioma dos anfitriões do Mundial. O atacante, no entanto, mostrou desenvoltura limitada.

Ainda na quinta, poucos fãs japoneses apareceram no hotel que hospeda o Corinthians em Nagoya para tentar ver os brasileiros. Um deles era o eletricista Koshuo Hirota, que prometia montar vigília no local pelo sonho de ganhar um autógrafo de Emerson.

Com Sheik em campo, o Corinthians estreia no Mundial de Clubes na quarta-feira, quando enfrenta o vencedor do duelo entre Sanfrecce Hiroshima (Japão) e Ah Ahly (Egito). A semifinal acontece na cidade de Toyota.

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