Torcedor no Japão inventa que o tio vai morrer e ganha folgas para ver o Corinthians
Bruno Thadeu e Evandro Lopes
Do UOL, em Nagoya (Japão)
O brasileiro Takashi Sato mora no Japão há 15 anos, é corintiano fanático, mas a distância o impediu de assistir a um jogo do time de coração. A primeira vez tem data para ocorrer, quarta-feira, na estreia alvinegra no Mundial de Clubes contra o Al Ahly. Para conseguir uma semana inteira de folga no trabalho, Takashi bolou um plano: inventar que um tio está prestes a morrer.
Para que a história ganhasse contornos de realidade, o torcedor começou a arquitetar a mentira em agosto, pouco depois da conquista da Libertadores, quando o Corinthians assegurou presença para a disputa do Mundial no Japão.
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Takashi Sato conseguiu uma foto com o técnico Tite no elevador de hotel em Nagoya, no Japão
A ideia é que a cada mês o suposto tio piorasse o estado de saúde para que em dezembro ele estivesse à beira da morte. Takashi passou relatórios mensais ao chefe sobre o estado do tio doente que nunca existiu.
"Eu lá em agosto já inventei para o meu chefe que meu tio estava muito mal, quase morrendo. Aí todo mês eu falava que esse meu tio estava piorando. O chefe foi acreditando. Na semana passada eu disse para o meu chefe que meu tio tinha piorado muito e que não teria mais volta. Ganhei folga até sexta-feira para ver os últimos dias do meu tio. Na verdade vou poder ver o Corinthians a semana toda", detalhou Takashi.
A estratégia deu certo. Takashi folgará de segunda a sexta. Nesses dias ele verá todos os treinos do Corinthians, além da estreia em Toyota. Ele também já adquiriu o ingresso para a decisão do título.
O torcedor acompanhou todos os treinos realizados pelo Corinthians em Kariya, que fica a uma hora e meia de sua residência. Nos três treinos do time em Yokohama, ele pretende dormir em uma lan house ou mesmo no carro, pois leva quase 6 horas de sua moradia até Yokohama.
Diarreia na Liberadores
Pelo Corinthians, Takashi já havia dado outra desculpa para se ausentar do serviço de auditor de peças no Japão. Mas desta vez não houve "problemas familiares". Para assistir pela TV, e em casa, à final da Libertadores contra o Boca Juniors (que aconteceu em uma quinta-feira de manhã em Nagoya), no Pacaembu, ele alegou dor de barriga.
"Nessa vez uma dor de barriga já resolvia [como desculpa]. Foi diferente de agora no Mundial, onde eu queria acompanhar os treinos durante toda a semana no Japão".
"Tanto que depois da final contra o Boca, eu decidi voltar ao serviço. Disse ao chefe que tinha melhorado da dor".
A paixão de Takashi pelo Corinthians não tem limites. Seus filhos chamam Marcelo e Bruno. O nome Marcelo é em homenagem a Marcelinho Carioca, seu ídolo. Bruno é de Bruno Bonfim, nome de Dentinho.
Na casa dele, o verde sofre forte restrição.
"Se um dia eu encontrar o Marcelinho Carioca na minha frente eu choro. Meu filho se chama Marcelo por causa dele. Não deixava os meus filhos usarem verde. Apenas a fralda era verde".
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