Ron Dennis renuncia e deixa o comando da McLaren depois de 36 anos

Do UOL, em São Paulo

  • Robert Cianflone/Getty Images

    Ron Dennis deixará o comando da McLaren, equipe que dirige há 36 anos

    Ron Dennis deixará o comando da McLaren, equipe que dirige há 36 anos

Chegou ao fim nesta terça-feira o ciclo de Ron Dennis pela McLaren. O presidente e diretor executivo da equipe inglesa foi obrigado a renunciar ao cargo após uma decisão dos sócios da marca de não renovar seu contrato. A saída encerra um trabalho de 36 à frente da equipe.

Como adiantou o UOL Esporte no último domingo, Ron Dennis não conseguiu mudar a situação e terá de deixar a empresa. O dirigente chegou a apelar à Suprema Corte contra a decisão dos acionistas de não renovar seu contrato, mas não teve êxito.

"Estou decepcionado com a decisão dos principais acionistas da McLaren. Eles me forçaram a assumir uma licença remunerada, apesar das recomendações do restante da equipe de gestores sobre potenciais consequências dessas ações no negócio. Os motivos que os levaram a isso foram ilegítimos", disse Ron Dennis.

Arquivo Folhapress
Ron Dennis com Senna em 1983

No comunicado, o chefão da McLaren lembrou dos títulos conquistados pela equipe nos últimos anos - o inglês chegou à equipe em 1980 e viveu a época áurea entre 1988 e 1991, quando levantou quatro títulos, com Ayrton Senna e Alain Prost.

"O meu estilo de gestão é o mesmo que sempre foi e é aquele que permitiu à McLaren vencer 20 campeonatos de F1 e que cresce em um negócio de 850 milhões de libras (R$ 3,63 bilhões) por ano. Ao longo desse período, trabalhei de perto com uma série de colegas talentosos e que nos colocaram no topo da tecnologia. Sempre serei grato", frisou.

O inglês de 69 anos tem 25% das ações do Grupo McLaren, dividindo o controle da equipe com Mansour Ojjeh, que também tem 25%, e o grupo barenita Mumtalakat, que possui outros 50%. Nos últimos dois anos, contudo, Dennis vem tendo problemas com os acionistas, que culminaram com a tentativa de compra comandada por ele junto de um consórcio chinês. Descontentes com a maneira como Dennis vinha conduzindo o negócio, os demais acionistas decidiram não renovar seu contrato como CEO.
 
Confira o comunicado na íntegra:
 
Estou decepcionado com a decisão dos principais acionistas da McLaren. Eles me forçaram a assumir uma licença remunerada, apesar das recomendações do restante da equipe de gestores sobre potenciais consequências dessas ações no negócio. Os motivos que os levaram a isso foram ilegítimos. O meu estilo de gestão é o mesmo que sempre foi e é aquele que permitiu à McLaren vencer 20 campeonatos de F1 e que cresce em um negócio de 850 milhões de libras (R$ 3,63 bilhões) por ano. Ao longo desse período, trabalhei de perto com uma série de colegas talentosos e que nos colocaram no topo da tecnologia. Sempre serei grato.
 
Nos últimos tempos, ficou claro para mim que nem o grupo e nem a Mumtalakat compartilham a minha visão para a McLaren e seu verdadeiro potencial de crescimento. Mas a minha primeira preocupação é com o negócio que construí e com os 3.500 funcionários. Vou continuar usando a minha participação significativa nas empresas para proteger os interesses e os valores da McLaren, ajudando a construir o seu futuro".
 
"Além disso, tenho a intenção de lançar um novo fundo de investimento em tecnologia depois que minhas obrigações contratuais com a McLaren chegarem ao fim. Isso vai me ajudar a ter experiência, além de aumentar os meus recursos financeiros, juntamente com o investimento externo para prosseguir as muitas oportunidades comerciais que foram oferecidas nos últimos anos, mas que não pude aceitar pois estava comprometido com o atual negócio.


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