Com apelido de infância, Munrá mostra valor na várzea para voltar ao futebol profissional
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Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

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    Munrá, meio-campista do Jardim Regina, em jogo contra o Napoli

    Munrá, meio-campista do Jardim Regina, em jogo contra o Napoli

O futebol do Sergipe receberá, até o fim do mês, um meio-campista de habilidade que quase foi fisgado por São Paulo. Munrá, apelido de infância de Vanedson de Souza, estava de férias em São Paulo quando recebeu um convite inusitado: jogar na várzea paulistana.

"ODIAVA O APELIDO. POR ISSO PEGOU"

  • Reprodução

    O apelido Munrá vem da infância. Para implicar com o garoto Vanedson, seus amigos usaram o personagem do desenho Thundercats. "É claro que eu não gostei. Odiava o apelido. Mas quando a gente não gosta é que pega. Hoje, aceito. É como todo mundo me conhece. Se perguntar pelo Vanedson, ninguém vai saber quem é".

    O curioso é que a grafia dos dois nomes é diferente. Como o apelido vem dos tempos de criança, o Munrá do meio-campista é simples. O nome do personagem do desenho é Mumm-Rá. Ele é um feiticeiro milenar nativo do planeta em que os Thundercats passam a viver após a destruição de seu próprio planeta. Sempre que se transforma, ele diz uma das frases marcantes do desenho: "Antigos espíritos do mal, transformem essa forma decadente em Mumm-Rá, o de vida eterna".

     

Aos 26 anos, ele está longe de ser o típico varzeano. Faz sucesso no futebol profissional, foi camisa 10 e um dos destaques do Sete de Julho, que disputou a primeira divisão do Campeonato Sergipano no primeiro semestre. Ainda é jovem e assediado por equipes do estado.

Mesmo assim, aceitou o desafio do terrão. Pelo Jardim Regina, disputou a Copa Kaiser, o principal torneio de futebol amador da capital paulista. E, mesmo disputando apenas duas fases do torneio, marcou quatro vezes e forçou marcação especial dos adversários.

"Fiquei impressionado com o nível do futebol de várzea aqui. Quando me convidaram, achei que era brincadeira. Mas como eu já conhecia o Rogério, que é o nosso técnico, resolvi aceitar. O nível é bem alto. No Sergipe, o pessoal tem mais perna, é mais preparado. Mas vi muitos jogadores aqui que poderiam ser profissionais facilmente", elogia o baixinho.

O Rogério a que Munrá se refere é o técnico Rogério Ribeiro, que, como jogador, passou pelas categorias de base do Palmeiras, rodou pelo interior de São Paulo e se aposentou aos 26 anos. Chegou a trabalhar como treinador e foi nessa função que chegou ao Sergipe. "Conheci o Munrá quando estava por lá. Sabia que ele tinha muito potencial. E fiz o convite", lembra.

O futebol do baixinho também conquistou admiradores entre os jogadores. "Olha, nosso estilo de jogo é mais coletivo, mas o Munrá está muito bem. Eu sei que ele está recebendo uma porção de ligação para voltar para Sergipe, mas é um grande jogador. Se ficasse, ajudaria bastante o time", elogiou o goleiro Xuxo.

Com duas derrotas nas duas primeiras rodadas das oitavas de final, o Jardim Regina já está eliminado da Copa Kaiser. A despedida será neste domingo, às 13h, contra o Tutu, do Jardim Iporanga. O jogo está marcado para 13h. E Munrá não estará em campo. "Não vou terminar essa etapa. Tem muita proposta, estou voltando para o Recife".

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02.dez.2012 - Jogadores do Botafogo de Pomedore, de Blumenau-SC, comemoram título da Copa Kaiser Brasil de 2012 Imagem: Milton M. Flores/ UOL

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